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quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

OMS ESTÁ A AVALIAR RISCO DE NOVA SUBVARIANTE VIRAL QUE SE PROPAGA RAPIDAMENTE


A Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou, esta quarta-feira, estar a avaliar o risco da nova subvariante XBB.1.5 do coronavírus da covid-19, que está a propagar-se rapidamente em vários países e pode ser mais transmissível.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse em videoconferência de imprensa que a organização "está a acompanhar de perto e a avaliar o risco" desta subvariante, que "se propaga rapidamente", e "informará de acordo" com os novos dados que forem obtidos.

A subvariante XBB.1.5 da variante ómicron do SARS-CoV-2 resulta de uma recombinação de duas sublinhagens BA.2 e já foi detetada em 29 países, incluindo Estados Unidos, onde já representa cerca de 40% dos casos de covid-19.

Segundo o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Estados Unidos, esta subvariante "pode ser mais transmissível", embora se desconheça ainda se terá efeitos "mais graves".

A líder técnica da OMS na resposta à covid-19, Maria Van Kerkhove, foi mais longe e afirmou hoje, na videoconferência de imprensa, citada pela agência AFP, que a XBB.1.5 "é a subvariante mais transmissível detetada até agora".

O Grupo Consultivo Técnico da OMS sobre a Evolução do Vírus SARS-CoV-2 mencionou, em comunicado, que está a avaliar o "aumento rápido da proporção" da subvariante nos Estados Unidos e noutros países.

META MULTADA EM 390 MILHÕES DE EUROS POR VIOLAÇÃO DO REGULAMENTO EUROPEU DE DADOS

 


O grupo Meta, que controla o Facebook, recebeu duas multas que totalizam 390 milhões de euros por violação do regulamento europeu sobre proteção de dados, anunciou, esta quarta-feira, o regulador irlandês, que atuou em nome da União Europeia.

A comissão irlandesa para a proteção de dados precisou em comunicado que a Meta violou "as suas obrigações em matéria de transparência" e recorreu a uma base jurídica errada "para o processamento de dados pessoais para fins publicitários".

Esta sanção surge na sequência da adoção, no início de dezembro, de três decisões vinculativas do comité europeu de proteção de dados, o regulador europeu do setor. Uma delas, sobre o WhatsApp, só será objeto de decisão na próxima semana.

A associação de defesa da vida privada Noyb, que esteve na origem das três queixas contra o grupo, tinha acusado a Meta de reinterpretar o consentimento "como um simples contrato de direito civil", que não permite recusar publicidade direcionada.

A associação Noyb congratulou-se hoje com a decisão, considerando que obrigará a Meta a implementar "uma opção de consentimento sim/não" para a utilização de dados pessoais dos seus utilizadores, sem a qual a empresa "não pode utilizar os seus dados para publicidade personalizada".

A Meta disse estar "dececionada" e manifestou, numa declaração enviada à AFP, a sua intenção de recorrer das multas.

O debate sobre as bases jurídicas para o tratamento de dados pessoais "já dura há algum tempo e as empresas deparam-se com a falta de certezas" sobre a matéria, considera a empresa.

O regulador irlandês já tinha aplicado em setembro uma multa de 405 milhões de euros ao grupo norte-americano por falhas no tratamento de dados de menores e uma outra em novembro de 265 milhões de euros por não ter protegido suficientemente os dados dos seus utilizadores.

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

POLÓNIA ADMITE REINTRODUÇÃO DA PENA DE MORTE PARA CRIMES GRAVES


O primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, manifestou-se hoje favorável à reintrodução da pena de morte para delitos mais graves, uma opção na qual reconheceu divergências com a Igreja Católica e que o afastaria das regras europeias nesta área.

A Carta de direitos fundamentais da União Europeia (UE) estabelece no artigo 2.º que "ninguém pode ser condenado à pena de morte nem executado", mas Morawiecki defendeu a reabertura do debate na Polónia e advertiu que o mundo pode estar a avançar apressadamente para a sua abolição.

Desta forma, o chefe do Governo ultraconservador polaco considerou que a pena de morte "deve ser permitida" para os crimes mais graves, uma posição que expressou num encontro com cidadãos através do Facebook, indicou o diário Gazeta Wyborcza.

A última execução na Polónia ocorreu em 1988, num caso de assassinato, e no ano seguinte entrou em vigor uma moratória que pôs termo "de facto" à pena capital.

A reforma legal definitiva foi adotada em 1997, quando esta punição extrema foi abolida do Código Penal.

EMPRESAS IMPEDIDAS DE CONTRATAR UM ANO APÓS DESPEDIMENTO COLETIVO


Os deputados aprovaram, esta terça-feira, na especialidade, uma alteração ao Código do Trabalho que impede as empresas de recorrerem a contratação externa nos 12 meses seguintes a terem feito despedimentos coletivos ou despedimentos por extinção de posto de trabalho.

A proposta do Governo foi aprovada com os votos favoráveis do PS, PCP e BE e os votos contra do PSD no grupo de trabalho da Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão sobre alterações laborais no âmbito da Agenda do Trabalho Digno.

"Não é permitido recorrer à aquisição de serviços externos a entidade terceira para satisfação de necessidades que foram asseguradas por trabalhador cujo contrato tenha cessado nos 12 meses anteriores por despedimento coletivo ou despedimento por extinção de posto de trabalho", estabelece a proposta.

Segundo a iniciativa, a violação da norma "constitui contraordenação muito grave imputável ao beneficiário da aquisição de serviços".

O deputado Nuno Carvalho, do PSD, disse que, apesar de considerar "o princípio" da norma "positivo", o partido votou contra uma vez que entende que a norma não devia ser aplicada de forma transversal a todas as empresas, mas sim conferir às empresas em dificuldades uma "atenção especial".

Em resposta, Alfredo Maia, do PCP, e Paula Bernardo, do PS, referiram que, para as empresas em dificuldades já existem instrumentos na lei a que estas podem recorrer.

O deputado do BE José Soeiro salientou, por seu lado, que a subcontratação tem sido usada nos últimos anos por grandes empresas para pressionar trabalhadores a saírem, preenchendo depois as vagas com recurso a outsourcing', precarizando os trabalhadores.

A proposta do Governo que altera a legislação laboral, no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, entrou no parlamento em junho, sem o acordo da Concertação Social, tendo sido aprovada na generalidade em 08 de julho com votos favoráveis do PS, abstenção do PSD, Chega, BE, PAN e Livre e contra da IL e PCP.

O início da discussão na especialidade arrancou em 29 de novembro, estando a entrada em vigor das novas regras laborais prevista para o início deste ano.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

"MUITA COISA NOVA NO RELACIONAMENTO ENTRE PORTUGAL E BRASIL", DIZ MARCELO


O chefe de Estado português afirmou hoje, antes de ser recebido pelo recém-empossado presidente do Brasil, Lula da Silva, que já há "muita coisa nova no relacionamento entre Portugal e Brasil".

Em breves declarações aos jornalistas, à chegada ao Palácio Itamaraty, em Brasília, Marcelo Rebelo de Sousa realçou que com Lula da Silva houve, antes de mais, "a alegria do reatar da tradição de o presidente eleito ir a Portugal como primeiro país", o que aconteceu a meio de novembro.

"Depois, a possibilidade de abraçar o presidente brasileiro", na cerimónia de posse, "e abraçá-lo em Portugal em breve", acrescentou o chefe de Estado português, referindo-se à visita de Estado de Lula da Silva a Portugal prevista para abril.

"Verdadeiramente, muita coisa nova no relacionamento entre Portugal e Brasil Brasil multilateral, Brasil na cena internacional, Brasil nas organizações em que faz muita falta", concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

O encontro do presidente português com o homólogo brasileiro estava previsto para as 12 horas locais (15 horas em Portugal continental), mas atrasou-se pelo menos quatro horas, devido à agenda intensa de encontros bilaterais de Lula da Silva neste dia seguinte à posse.

A Presidência da República Portuguesa divulgou inicialmente que o encontro seria no Palácio de Planalto, mas todas as reuniões bilaterais de Lula da Silva hoje estão a decorrer no Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Desde manhã, no Itamaraty, o Presidente brasileiro já recebeu hoje o rei de Espanha e os presidentes da Bolívia, Guiné-Bissau, Argentina, Equador, Colômbia, o vice-presidente da China e o Presidente do Chile.

O próximo na lista de encontros bilaterais, a seguir a Marcelo Rebelo de Sousa, é o Presidente de Angola.

Na posse de Lula da Silva, no domingo, Marcelo Rebelo de Sousa foi o primeiro chefe de Estado estrangeiro a saudá-lo, com um abraço, na sessão de cumprimentos no Palácio do Planalto.

Na sexta-feira, ao chegar à capital brasileira, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que Lula da Silva irá a Portugal para uma cimeira luso-brasileira e uma visita de Estado entre 22 e 25 de Abril.

JOÃO GALAMBA É O NOVO MINISTRO DAS INFRAESTRUTURAS, MARINA GONÇALVES DA HABITAÇÃO


O primeiro-ministro propôs, esta segunda-feira, os atuais secretários de Estados João Galamba e Marina Gonçalves, para as funções de ministro das Infraestruturas e de ministra da Habitação, respetivamente. Até aqui, Galamba era secretário de Estado do Ambiente e da Energia (sob tutela do ministério do Ambiente), ao passo que Marina Gonçalves desempenhava a função de secretária de Estado da Habitação (no ministério que Pedro Nuno Santos deixou agora de liderar). O primeiro-ministro fala ao país às 18.30 horas.

Com esta opção, o líder do executivo propõe ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a separação das pastas das Infraestruturas e da Habitação, áreas que até agora foram acumuladas pelo ministro cessante Pedro Nuno Santos.

"O presidente da República aceitou a proposta do primeiro-ministro da criação do Ministério das Infraestruturas e do Ministério da Habitação, por divisão do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, e aceitou a proposta do primeiro-ministro de nomeação de João Saldanha de Azevedo Galamba, como ministro das Infraestruturas, e de Marina Sola Gonçalves, como Ministra da Habitação", pode ler-se em nota publicada esta segunda-feira no site da Presidência.

João Galamba tem desempenhado as funções de secretário de Estado do Ambiente e da Energia, enquanto Marina Gonçalves tem exercido o cargo de secretária de Estado da Habitação.

Duas escolhas do "núcleo duro" socialista

Ambas as escolhas pertencem ao "núcleo duro" do PS. Nascido em 1976, em Lisboa, João Galamba foi eleito deputado pela primeira vez em 2009, aos 33 anos. Desempenhou a função de secretário de Estado Adjunto e da Energia do segundo Governo de António Costa, entre 2019 e 2022. No atual Executivo era, até aqui, secretário de Estado do Ambiente e da Energia, tendo tido o tema quente do hidrogénio sob a sua tutela.

Galamba é licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, tendo concluído a parte letiva do doutoramento em Ciência Política na London School of Economics. Trabalhou no Banco Santander de Negócios, na consultora DiamondCluster International, na Presidência portuguesa do Conselho da União Europeia e na Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados.

Foi ainda coordenador dos deputados do PS na Comissão de Orçamento e Finanças e desempenhou o cargo de vice-presidente do grupo parlamentar socialista.

 Marina Gonçalves torna-se, aos 34 anos, a ministra mais nova do atual Executivo. Foi deputada entre 2019 e 2020, tendo nessa altura sido escolhida por Pedro Nuno Santos para secretária de Estado da Habitação. Substituiu Ana Pinho, que saiu por motivos pessoais.

Nascida em Caminha, a nova ministra da Habitação licenciou-se em Direito, em 2010, pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto. Tornou-se mestre em Direito Administrativo pela mesma Faculdade, em 2013. Exerceu advocacia até 2015, quando, aos 27 anos, se tornou assessora do gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares. Foi, também, assessora do grupo parlamentar do PS.

Entre março de 2018 e outubro de 2019, desempenhou funções de chefe de gabinete, primeiro do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e, depois, do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

No Parlamento, foi vice-presidente da bancada do PS, tendo acompanhado as áreas da habitação, do trabalho e da Segurança Social.

"OU O GOVERNO MUDA DE VIDA OU OS PORTUGUESES EXIGIRÃO MUDAR DE GOVERNO"


Luís Montenegro, declarou, esta segunda-feira, que "ou o Governo muda de vida ou os portugueses exigirão mudar de Governo". Diz que António Costa, com os novos ministros agora anunciados para o lugar de Pedro Nuno Santos, "vai ao banco de reservas" buscar secretários de Estado e "perdeu definitivamente a capacidade de recrutamento". O líder do PSD não exclui votar favoravelmente uma moção de censura e defende a demissão de Fernando Medina.

Montenegro diz que estamos perante "uma promoção de dois membros do Governo". E, "se fosse primeiro-ministro, o ministro das Finanças sairia do Governo", assegurou, enquanto António Costa prefere manter um "peso morto" no Executivo. Do mesmo modo, defende que a administração da TAP "não tem condições para continuar".

O primeiro-ministro propôs, esta segunda-feira, os atuais secretários de Estados João Galamba e Marina Gonçalves, para as funções de ministro das Infraestruturas e de ministra da Habitação, respetivamente.

Costa foi "buscar aparelho ao aparelho"

O presidente do PSD destacou que, "no momento da maior crise do Governo, o primeiro-ministro desapareceu. Não deu explicações. Vai reaparecer hoje, de braços caídos, a ir ao banco de reservas fazer uma remodelação que em bom rigor nem isso é. Não entra ninguém novo no Governo na altura mais crítica do Governo". Ou seja, Costa "perdeu a capacidade de recrutamento. Estas promoções são ir buscar aparelho ao aparelho. Ninguém sabe que Governo é este".

O líder social-democrata não exclui a possibilidade de o PSD votar favoravelmente uma moção de censura, explicando que essa decisão será tomada terça-feira, após reuniões da Comissão Política e com o grupo parlamentar.

Quanto a Medina, considerou que revelou "displicência e negligência grosseira" ou então, se mentiu sobre o caso polémico de Alexandra Reis, então mostra "inaptidão para ser membro do Governo".

"Vertigem absolutista"

"É o PS, sozinho, a desmerecer até agora a oportunidade única" da maioria absoluta, atacou ainda Montenegro, na linha dos avisos deixados por Marcelo Rebelo de Sousa, para quem é o próprio Governo que está a colocar em causa a estabilidade.

Montenegro aponta para um "erro de fabrico" de António Costa, pela falta de articulação, pelas "meias verdades" e por "silenciar e desvalorizar" os casos que envolvem o Governo. "Não nos habituamos à sua vertigem absolutista", avisou ainda.

Considerando que Costa é o "único responsável" pela crise política, acrescentou que, "por este caminho, o povo vai habituá-lo a deixar de ser primeiro-ministro e "não sabemos se ele não tem já essa ideia".

O líder do PSD foi ainda questionado sobre o facto de Marcelo Rebelo de Sousa ter dito que não vislumbrava no PSD uma alternativa clara e forte a este Governo. Montenegro recusa que essa seja a leitura a fazer das palavras do presidente e diz concordar quando diz que não podemos ter novamente eleições porque "este não é tempo de abrirmos uma crise política em cima de uma crise social". Além disso, nota que "o PSD não tem pressa de ir para o Governo".

Mesmo assim, garante que o PSD está preparado no caso de haver eleições antecipadas: "Se essa hora chegar, estaremos preparados e não faltaremos à chamada. Não nos resignamos a pântanos, a bancarrotas e ao empobrecimento."

domingo, 1 de janeiro de 2023

PUTIN CONVIDOU LULA DA SILVA A VISITAR RÚSSIA


A presidente do Senado russo, Valentina Matviyenko, anunciou, este domingo, que entregou uma mensagem do seu Presidente, Vladimir Putin, ao homólogo brasileiro, Lula da Silva, hoje empossado, e convidou-o a visitar a Rússia.

"Entreguei uma mensagem do Presidente da Rússia ao respeitável Presidente do Brasil e confirmei que o esperamos em Moscovo assim que o seu horário de trabalho o permitir", disse a responsável russa em declarações à agência noticiosa da Rússia, a TASS, em declarações citadas pela Efe.

Segundo a senadora, a participação da delegação russa na tomada de posse de Lula da Silva é um sinal de respeito e um sinal de que a Rússia está interessada em "continuar a desenvolver ativamente as relações" com o Brasil.

"Apesar da sua pesada carga de trabalho, o Presidente encontrou tempo para se encontrar connosco. Esperava-se que fosse uma reunião protocolar, mas na realidade falámos durante quase uma hora. Foi uma conversa muito produtiva e interessante", disse Matviyenko.

A presidente do Senado russo acrescentou que discutiu com Lula o conjunto de relações bilaterais entre os dois Estados.

"Devemos salientar especialmente que recordámos o tempo em que o Presidente do Brasil era o agora reeleito Lula, quando foram formadas relações estreitas e construtivas entre os nossos países, que atingiram o nível de uma parceria estratégica", sublinhou.

Matviyenko registou que o chefe de Estado brasileiro participou na criação do grupo de países Brics.

"O Presidente reeleito confirmou a sua disponibilidade e interesse em relançar as relações russo-brasileiras em termos de aumento das áreas económicas, comerciais, técnicas, ambientais e noutras áreas", acrescentou a líder do Senado.

Luiz Inácio Lula da Silva foi hoje empossado como o 39.º Presidente da República Federativa do Brasil numa cerimónia solene no Congresso Nacional, em Brasília.

O novo Presidente brasileiro já havia assumido o cargo por dois mandatos (2003 a 2010).

LULA DEIXA MENSAGEM "DE ESPERENÇA" E PROMETE RECONSTRUIR UM BRASIL "EM RUÍNAS"


O novo presidente do Brasil, Lula da Silva, agradeceu, no primeiro discurso como chefe de Estado, o voto de confiança do povo brasileiro, realçando que a democracia "foi a grande vitoriosa" da eleição.

"Nesta dura campanha eleitoral, a democracia saiu vitoriosa", frisou, lamentando a "campanha de ódio abjeta" contra si "para manipular" os cidadãos.

Lula agradeceu ainda ao Supremo Tribunal Eleitoral "por fazer prevalecer a verdade à violência", deixando críticas à Presidência anterior, que acusa de querer levar a cabo "um projeto autoritário".

No primeiro discurso como 39.º presidente brasileiro, numa cerimónia no Congresso Nacional, em Brasília, criticou ainda os que quiseram colocar "os interesses de acionistas privados" acima do interesse público, comprometendo-se a "fazer o Brasil de todos para todos".

"Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis e promover o bem geral do povo, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil", afirmou.

Emocionado, o líder brasileiro falou sobre o regresso do flagelo da fome no país e disse que fará um Governo focado na reconstrução das estruturas governamentais que considera terem sido destruídas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Se estamos aqui é graças à consciência política da sociedade brasileira e à frente democrática que formamos. Foi a democracia a grande vitoriosa, superando a maior mobilização de recursos públicos e privados que já se viu, as mais violentas ameaças à liberdade do voto", disse.

A "nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução. O grande edifício de direitos, de soberania e de desenvolvimento que esta nação levantou vinha sendo sistematicamente demolido nos anos recentes. É para reerguer este edifício que vamos dirigir todos os nossos esforços", acrescentou.

Um Brasil "em ruínas"

Lula da Silva disse ainda ter recebido um diagnóstico assustado por parte do gabinete de transição.

"Esvaziaram os recursos da Saúde. Desmontaram a Educação, a Cultura, Ciência e Tecnologia. Destruíram a proteção ao Meio Ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública", notou.

"É sobre estas terríveis ruínas que assumo o compromisso de, junto com o povo brasileiro, reconstruir o país e fazer novamente um Brasil de todos e para todos", concluiu.

A sessão solene de posse começou com uma breve intervenção do presidente do Senado, que homenageou o futebolista Pelé e o papa Bento XVI, recentemente falecidos, pedindo um minuto de silêncio.

Seguiu-se o hino nacional e, de seguida, Lula da Silva confirmou o Compromisso Constitucional e assinou o termo de posse juntamente com o vice-presidente, Geraldo Alckmin.

Na assinatura, Lula da Silva quebrou o protocolo e explicou publicamente que utilizou uma caneta que lhe fora oferecida por um apoiante do pequeno estado do Piauí, em 1989 (primeiras eleições democráticas pós-ditadura), e recordou que, na sua primeira cerimónia de posse (em 2003), utilizou uma outra caneta do então senador Ramez Tebet, pai de Simone Tebet, sua atual ministra e antiga adversária nas eleições de outubro deste ano.

Antes de fazer o juramento, Lula da Silva foi recebido por autoridades e políticos, tendo sido cumprimentado pela ex-presidente Dilma Rousseff e autoridades estrangeiras como o Presidente da Argentina, Alberto Fernández, o ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica, e outros líderes estrangeiros presentes no local.

Os milhares de apoiantes de Lula presentes no "Festival do Futuro", ao verem no ecrã gigante Lula a abraçar Dilma Rousseff gritaram: "Dilma passa a faixa".

Uma provocação a Jair Bolsonaro que foi para os Estados Unidos e assim não vai fazer a tradicional passagem de faixa ao novo presidente.

Após fazer juramento no Congresso, os presentes no Congresso brasileiro cantaram "Ole, ole, ole, ole, Lula, Lula", em homenagem ao líder progressista.

Os organizadores estimaram que pelo menos 300 mil pessoas estão em Brasília para a posse do líder progressista numa sequência de eventos que conta também com um festival de música além dos ritos tradicionais da posse presidencial.

KIM JONG-UN PROMETEU AUMENTAR "EXPONENCIALMENTE" PRODUÇÃO DE OGIVAS NUCLEARES


O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, promete, este domingo, aumentar "exponencialmente" a produção de ogivas nucleares este ano.

Os meios de comunicação estatais norte-coreanos noticiaram hoje que Kim instou a um aumento drástico do poder militar do país para proteger o interesse nacional, numa altura em que os Estados Unidos e seus aliados exercem mais pressão militar sobre a Coreia do Norte.

Citado pela agência oficial de notícias norte-coreana, Kim Jong-un afirmou que a Coreia do Norte se vê obrigada a aumentar "exponencialmente" o fabrico de ogivas nucleares para produzir armas nucleares táticas em massa.

A mesma fonte referiu que o dirigente norte-coreano ordenou a produção de um novo tipo de mísseis balísticos intercontinentais com capacidade de ataque retaliatório rápido e que Pyongyang lançará em breve o seu primeiro satélite de espionagem militar.

Tais declarações foram emitidas durante uma reunião do partido no poder no país.

Pouco antes, já tinha sido noticiado o disparo pela Coreia do Norte de um míssil balístico de curto alcance que caiu em águas situadas a leste do país, entrando em 2023 com mais um teste de armamento, após um número recorde de disparos de mísseis em 2022.

O exército sul-coreano detetou o lançamento do míssil norte-coreano a partir da região da capital, Pyongyang, pelas 02:50 locais (17:50 de sábado, 31 de dezembro de 2022, em Lisboa), indicaram os Chefes do Estado-Maior das Forças Armadas num comunicado, precisando que o míssil viajou cerca de 400 quilómetros até cair no mar entre a Península Coreana e o Japão e classificando o disparo como "uma grave provocação" que põe em causa a paz e a segurança naquela península e em todo o mundo.

Na nota era ainda acrescentado que a Coreia do Sul está a monitorizar de perto as movimentações norte-coreanas, em coordenação com os Estados Unidos, e se mantém em prontidão para lidar com quaisquer provocações.

No último dia de 2022, Pyongyang disparou três mísseis balísticos de curto alcance, segundo o exército de Seul, um dia depois de a Coreia do Sul ter testado com êxito um lançador espacial de combustível sólido.

Os disparos norte-coreanos seguiram-se igualmente à incursão com cinco 'drones' (aparelhos voadores não-tripulados) no espaço aéreo da Coreia do Sul no início da semana.

A incursão norte-coreana foi o primeiro incidente deste tipo em cinco anos e deu origem a um pedido de desculpas do ministro da Defesa de Seul pelo fracasso da sua Força Aérea, que não conseguiu abater um único desses 'drones', apesar da mobilização de caças para uma missão que durou cinco horas.

ZELENSKY DIZ QUE 2023 SERÁ O ANO DA "VITÓRIA"

 


O ano de 2023 será o ano da "vitória" na guerra contra a Rússia, afirmo, este sábado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nas suas saudações ao Ano Novo.

"Tem saudades de fé e de esperança? Ambas estão nas Forças Armadas (ucranianas) há muito tempo. Saudades de luz? Está em todos nós, mesmo quando não há eletricidade", cujo fornecimento tem sido fortemente perturbado pelos bombardeamentos russos, referiu o presidente da Ucrânia, na sua mensagem de Ano Novo através da plataforma Telegram.

"Feliz Ano Novo! O ano da nossa vitória", acrescentou, numa altura em que já passaram 10 meses desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, apelando aos seus compatriotas para "trabalhar" na "luta" e na "ajuda mútua".

Na sua mensagem de Ano Novo, o Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou, por sua vez, que a "justeza moral e histórica" estava "do lado" da Rússia.

sábado, 31 de dezembro de 2022

COSTA DIZ QUE FAMÍLIAS PAGARÃO MENOS DOIS MIL MILHÕES DE IRS DO QUE COM AS REGRAS DE 2015


O primeiro-ministro, António Costa, afirmou, este sábado, que com a descida do IRS em 2023 as famílias "pagarão menos 2000 milhões do que com as regras de 2015", destacando ainda o aumento do salário mínimo e a atualização de pensões.

Através da rede social Twitter, António Costa tem estado a dar conta de um conjunto de alterações que entram em vigor com o início de 2023, sob o lema "#PrometemosCumprimos".

"Em 2023 o IRC descerá para empresas que criem postos de trabalho, aumentem salários, reforcem o seu capital, invistam em inovação e no interior. Voltamos a descer o IRS para as famílias, que pagarão menos 2000 milhões do que com as regras de 2015", pode ler-se numa das publicações.

Segundo o primeiro-ministro, "a partir de dia 01 de janeiro, o salário mínimo nacional aumenta de 705Euro (euros) para 760Euro, um aumento de 7,8%", destacando que assim continuam a ser cumpridos "compromissos assumidos no Acordo de Médio Prazo de Melhoria dos Rendimentos em Concertação Social, em direção aos 900Euro em 2026".

"1,6 milhões de pessoas que recebem estas prestações vão beneficiar do aumento de 8,4% do valor de referência do IAS. Aumentam também as prestações sociais: Complemento Solidário para Idoso, Prestação Social para a Inclusão, Rendimento Social de Inserção, Subsídio Social de Desemprego, e os limites do Abono de Família, do Subsídio de Desemprego e do Subsídio de Doença", destaca ainda.

António Costa enfatiza também que, "com a entrada em 2023, 2,7 milhões de pensionistas vão ter uma atualização das suas pensões mensais".

"Por exemplo, uma pensão média de 500Euro aumenta já em janeiro para 524Euro. Mais do dobro que os aumentos extraordinários de 10Euro que temos tido nos últimos anos", exemplifica.

ZELENSKY DIZ QUE NINGUÉM PERDOARÁ AOS RUSSOS A INVASÃO E O "TERROR"


O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assegurou, este sábado, que o seu país "não perdoará" a Rússia pela invasão e bombardeamentos, depois de novos ataques que atingiram Kiev e outras cidades, provocando dezenas de feridos e pelo menos um morto.

"Ninguém vos perdoará pelo terror. Ninguém no mundo vos perdoará. A Ucrânia não perdoará", escreveu Zelensky em russo no Telegram.

O Presidente ucraniano garantiu que não serão perdoados "aqueles que ordenam tais ataques" nem "os que os executam".

As forças russas atacaram hoje de novo várias cidades ucranianas, disparando 20 mísseis, incluindo a partir de bombardeiros, dos quais 12 foram abatidos por defesas aéreas ucranianas, disse o chefe do Estado-Maior ucraniano, Valery Zaluzhny.

"O inimigo lançou mais de 20 mísseis de cruzeiro a partir de bombardeiros estratégicos Tu-95MS no Mar Cáspio e de sistemas de mísseis terrestres. As nossas forças de defesa aérea destruíram 12 mísseis", escreveu Zaluzhny na rede Telegram.

Várias cidades, incluindo Kiev, foram alvo destes ataques russos, que fizeram pelo menos um morto e trinta feridos, no dia em que o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que 2022 foi um ano de "decisões difíceis e necessárias" para a Rússia, mas que permitiu ao país "alcançar a plena soberania".

O PAPA CONSERVADOR QUE FICA NA HISTÓRIA POR RESIGNAR


Intelectualmente brilhante, mas sem o carisma das massas, antecessor e predecessor de dois dos papas mais aclamados da história, Joseph Ratzinger, Benedictus XVI, morreu, hoje, aos 95 anos de idade, no mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano, onde vivia em retiro desde que resignou, em 2013, a um pontificado de oito anos.

Num ministério marcado por escândalos como o dos abusos sexuais na Igreja e de corrupção no Vaticano. E de posições conservadoras em relação ao celibato dos sacerdotes e ao casamento homossexual, quando, enquanto teólogo, foi dos impulsionadores do Concílio Vaticano II. Mas também de afirmação do diálogo entre a fé e a razão e da busca pela verdade, ancorado no seu "companheiro de viagem", Santo Agostinho.

A 11 de fevereiro de 2013, Dia Mundial do Doente, instituído pelo Papa João Paulo II, Bento XVI anunciava, em Consistório, para estupefação dos cardeais, a sua renúncia ao pontificado. Imageticamente desenhada sob um raio que, naquela noite, atingiria a Basílica de São Pedro. O último Papa a resignar havia sido Gregório XII, em julho de 1415. Explicando na altura Bento XVI que, "no Mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé", para governar "é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito". Que assumia ter-se diminuído, impedindo-o "de administrar" o ministério petrino.

"Resignou com a natureza dos grandes", diz, ao JN, o teólogo e frade Fernando Ventura, que há 20 anos trabalhou com Bento XVI, então cardeal Joseph Ratzinger, na Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano, para a qual havia sido apontado como prefeito por João Paulo II. "Traz consigo o peso de ter sido responsável pela Congregação e nunca teve boa imprensa por causa disso", ganhando a "fama de retrógrado", o que "tem que ser lido dentro do contexto da época", sublinha.

Recordando o "brilhantismo daquele homem, dos intelectuais mais brilhantes do século", resguardado numa "profunda timidez".

Inevitavelmente comparado com o Papa Francisco, numa dicotomia intelectual versus pastoral, Fernando Ventura fala numa "imagem que não é de todo justa", porque "por trás do intelectual estava um homem profundamente preocupado com a pastoral e em fazer chegar a mensagem às pessoas". Porque, vinca, "quem abre a porta ao Francisco é o Bento".

Escândalo dos abusos sexuais até aos dias de hoje

Num pontificado que ficará marcado pelo escândalo dos abusos sexuais na Igreja e acusações de encobrimento, foi o primeiro Papa a pedir perdão às vítimas de abuso, numa carta dirigida, em março de 2010, aos fiéis da Irlanda: "Sofrestes tremendamente e por isto sinto profundo desgosto. Sei que nada pode cancelar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e violada a vossa dignidade". E que repetiria, em junho, durante uma missa na Basílica de São Pedro.

Contudo, apesar do ato de contrição inédito, Bento XVI foi criticado por não ter assumido uma posição mais firme e contundente. Como aquando do caso do fundador dos Legionários de Cristo, o mexicano Marcial Maciel que abusou sexualmente de dezenas de rapazes, que não foi submetido a um processo canónico devido "à sua idade avançada" e "frágil saúde", tendo antes sido convidado "a uma vida discreta, de oração e penitência, renunciado a todo o magistério público".

Ou quando, já neste ano, corrigiu uma declaração sobre o relatório independente de mais de mil páginas sobre abusos sexuais nas arquidioceses de Munique e Frisinga, na Alemanha, entre 1945 e 2019. Assumindo o Papa emérito, que esteve à frente da arquidiocese de Munique entre 1977 e 1982, ter participado numa reunião, em janeiro de 1980, que terá analisado o caso do padre Peter Hullermann, suspeito de pedofilia. O erro, referia-se na altura, seria "resultado de uma omissão na edição das suas declarações". Já em fevereiro, em carta dirigida aos fiéis de Munique, expressa a sua "profunda vergonha, grande dor e sincero pedido de perdão".

"Nos últimos meses de pontificado, todos os dias lhe caíam toneladas de entulho", comenta o teólogo Fernando Ventura. Como a detenção, em maio de 2012, do antigo mordomo do Papa Bento XVI, depois de a polícia do Vaticano ter encontrado no seu apartamento inúmeros documentos papais que faria chegar à imprensa. O "Vatileaks", como assim ficou conhecido, apontava para casos de corrupção, práticas de má gestão e conflitos internos no Vaticano. Ou as suspeitas de lavagem de dinheiro por parte do banco do Vaticano Instituto para as Obras de Religião, que levaram, na altura, à detenção do antigo chefe de contabilidade, monsenhor Scarano.

Sendo ainda de assinalar o polémico discurso, em 2006, na Universidade de Ratisbona, ao citar um diálogo do imperador bizantino Manuel II Paleólogo: "Mostra-me também o que Maomé trouxe de novo e encontrarás apenas coisas más e desumanas, como a sua norma de propagar, através da espada, a fé que pregava". Gerando uma onda de protestos no seio da comunidade islâmica.

De uma visão teológica progressista a conservadora

As posições contra o aborto e o casamento homossexual ou a defesa do celibato dos sacerdotes, num livro escrito a quatro mãos com o cardeal Robert Sarah e cuja assinatura o Papa emérito solicitou que fosse retirada, explicam as críticas de conservadorismo. Isto quando, enquanto teólogo, "o professor Joseph Ratzinger foi um elemento fundamental para a realização do Concílio Vaticano II, contribuindo de forma profunda para o Concílio e toda a revolução que o Concílio constituiu", explica o padre Anselmo Borges.

Como se tornou, então, num Papa conservador? "O maio de 68 atingiu também as faculdades de Teologia e a Igreja na Alemanha. Nessa altura, abandona a universidade de Tubingen e foi para Regensburg, com receio que a Igreja fosse atingida; tornou-se um conservador", explica o também teólogo, que lembra a relação com Hans Kung. "Chega a arcebispo de Munique, a cardeal, acentua-se o retrocesso da Igreja com João Paulo II, é chamado para a Congregação para a Doutrina da Fé e, aí, participa na condenação de mais de cem teólogos no Mundo", prossegue. Contribuindo Bento XVI para o "retrocesso da Igreja, mas que teve este ato corajoso e histórico de resignar". Abrindo as portas a "Francisco e a tudo o que ele significa de revolução dentro da Igreja", considera Anselmo Borges.

Voltando ao "tempo e à circunstância", frei Fernando Ventura lembra que, "mesmo assim, foi alguém que apontou para o diálogo", entendendo que a grande marca deixada por Bento XVI "foi o diálogo entre a fé e a razão, marcando absolutamente o pontificado". Como o fez, a 12 de maio de 2010, no encontro com o "mundo da Cultura", em Lisboa, unindo crentes e não crentes. "A Igreja escrevia o Papa Paulo VI deve entrar em diálogo com o mundo em que vive. "A Igreja faz-se palavra, a Igreja torna-se mensagem, a Igreja faz-se diálogo", dizia então o Papa perante cerca de 1300 convidados, entre os quais o cineasta Manoel de Oliveira. Tendo como pedra basilar a busca pela verdade. "Sem verdade, sem confiança e amor pelo que é verdadeiro, não há consciência e responsabilidade social, e a atividade social acaba à mercê de interesses privados e lógicas de poder, com efeitos desagregadores na sociedade, sobretudo numa sociedade em vias de globalização que atravessa momentos difíceis como os atuais" (Encíclica Caridade na Verdade, 2019).

SÃO OS VOTOS DE INFORMARBEM

 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

VÍDEO: SETE MORTOS NUMA EXPLOSÃO EM RESTAURANTE TURCO




Uma botija de gás explodiu num restaurante da cidade turca de Aydin, matando pelo menos sete pessoas e ferindo outras cinco, esta sexta-feira.

Huseyin Aksoy, governador da província de Aydin, em declarações à rede de televisão "CNN Turk", afirmou que pelo menos cinco pessoas ficaram feridas, uma delas em estado crítico.

O ministro da Justiça, Bekir Bozdag, publicou na rede social Twitter que a polícia deteve uma pessoa "suspeita de ser o responsável pela explosão" e que três procuradores estão a investigar o ocorrido.

O depoimento inicial de um funcionário do restaurante de kebab apontou para uma fuga de gás de uma botija da cozinha como a origem da explosão.

UE DESTACA "PROFUNDA LIGAÇÃO" DA CROÁCIA COM ENTRADA NO EURO E ESPAÇO SCHENGEN


A presidente da Comissão Europeia destacou, esta sexta-feira, a "profunda ligação" da Croácia à União Europeia (UE), a propósito da sua integração no espaço Schengen de livre circulação e a adoção do euro como moeda a 1 de janeiro.

"Congratulo-me calorosamente com a Croácia no euro e no espaço Schengen de livre circulação", afirmou Ursula von der Leyen em comunicado.

A presidente da Comissão sublinhou o facto de, a partir de domingo, os cidadãos dos países que compõem o espaço Schengen que viajam de e para a Croácia poderem fazê-lo sem controlos nas fronteiras internas.

"O alargamento de Schengen torna-nos mais fortes e agora a Croácia pode contribuir plenamente para um espaço Schengen mais próspero e resiliente", referiu.

Von der Leyen acrescentou que, no mesmo dia, os croatas "juntam-se a uma comunidade de 347 milhões de europeus que usam o euro no seu dia-a-dia".

"Esta é uma grande conquista para a Croácia, um símbolo do seu profundo apego à UE e um momento simbólico para a zona euro como um todo", disse, acrescentando que "é um momento de orgulho para a UE, a Croácia e os seus cidadãos".

Von der Leyen assinalou que tanto a entrada no euro como no espaço Schengen surgem após um período de "intensos preparativos e esforços significativos" por parte da Croácia para satisfazer todos os requisitos necessários.

Com a Croácia, 20 Estados-membros e 347 milhões de cidadãos da UE partilharão a moeda comum. No que diz respeito a Schengen, este é o oitavo alargamento e o primeiro ao fim de 11 anos.

Segundo Bruxelas, o euro trará "benefícios práticos" aos cidadãos e às empresas croatas, facilitará as viagens e a vida no estrangeiro, aumentará a transparência e a competitividade dos mercados e contribuirá para o comércio.

As notas e moedas de euro tornar-se-ão também para todos os croatas "um símbolo tangível da liberdade, conforto e oportunidades oferecidas pela UE".

No que se refere ao espaço Schengen, a presidente da Comissão Europeia salientou que permite a 420 milhões de pessoas viajarem livremente entre os países membros sem passar por controlos fronteiriços mas também desenvolver uma responsabilidade comum e partilhada pelo controlo das fronteiras externas.

"Acima dos números, Schengen é há mais de 35 anos um espaço de valores, liberdade, segurança e justiça", disse, sublinhando que, "especialmente no atual contexto geopolítico e económico, o espaço Schengen é decisivo para a estabilidade, a resiliência e a recuperação".

Atualmente, o espaço Schengen inclui a maioria dos Estados da UE, com exceção para a Irlanda, que mantém uma cláusula de autoexclusão e dispõe da sua própria área de circulação comum com o Reino Unido, e da Bulgária, a Croácia, o Chipre e a Roménia, que estão obrigados a juntar-se ao mesmo.

Quatro Estados não pertencentes à UE a Islândia, o Liechtenstein, a Noruega e a Suíça, também fazem parte do espaço Schengen.

"NÃO OCUPAVA NENHUMA FUNÇÃO GOVERNATIVA" QUANDO DECISÃO FOI TOMADA, DIZ MEDINA


O ministro das Finanças, Fernando Medina, descarta responsabilidades no caso que envolve Alexandra Reis e que conduziu já a quatro saídas no Governo. "Não ocupava nenhuma função governativa, quando esta decisão da TAP foi tomada", frisa o governante, considerando que uma compensação desta ordem de grandeza deveria ter tido o aval do Ministério das Finanças.

"Não atribui a indemnização, não a conhecia, não concordo com ela e, por isso, não me sinto responsável", insistiu, esta sexta-feira, Fernando Medina, em declarações aos jornalistas, após a apresentação do balanço da atividade das áreas da Economia, Finanças Públicas, da Economia e do Mar. Quando questionado sobre quem no Governo conhecia os pormenores do acordo de saída de Alexandra Reis da companhia aérea, Medina disparou: o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, que já se demitiu, ilibando Pedro Nuno Santos, que tutelou até esta quinta-feira o Ministério das Infraestruturas. Para Medina, a saída de Alexandra Reis, de Pedro Nuno Santos e dos seus secretários de Estado coloca um "ponto final" no assunto, do ponto de vista político.

No entanto, do ponto de vista técnico, o tema não está encerrado, até porque os ministérios das Finanças e das Infraestruturas já solicitaram uma auditoria à Inspeção-Geral das Finanças (IGF) sobre a "forma como todo o processo decorreu", incluindo sobre a legalidade do pagamento de meio milhão de euros a Alexandra Reis. E as conclusões dessa avaliação terão consequências.

Questionado sobre se mantém a confiança na atual liderança da TAP, Medina não responde diretamente à pergunta e lembra que está em curso a auditoria da IGF. "Neste momento, está em curso um processo de avaliação sobre a forma como decorreu o processo. No fim dessa auditoria da IGF, o Governo tirará as suas conclusões, quer sobre o funcionamento da empresa, quer sobre o quadro geral que deve ser alterado para evitar que estas situações ocorram". Nas palavras do ministro, resulta claro que, de momento, nada o faz suspeitar de que o pagamento de meio milhão de euros terá sido ilegal. "Não há margem, até à avaliação da IGF, de que alguma coisa não tivesse ocorrido de forma adequada, do ponto de vista legal".

"Não foi feita essa avaliação"

Fernando Medina admite que, quando convidou Alexandra Reis para liderar a Secretaria de Estado do Tesouro, não foi feita a avaliação ao ponto de precisar a forma como a gestora saiu da TAP. "A secretária de Estado ocupava uma posição na presidência da NAV, já distante da sua posição na TAP. Por isso, essa avaliação não foi feita", concretizou, assinalando a competência técnica da ex-governante que, na sua opinião, não deve ser beliscada.

"A ex-secretária de Estado do Tesouro é uma gestora muito reconhecida. Tinha experiência na gestão pública e é uma pessoa com um currículo profissional intocável e de grande solidez. O que está em causa não é o currículo profissional de Alexandra Reis, mas as circunstâncias" da atribuição e do valor da indemnização de saída da TAP.

"O país vive um momento de grande exigência e de grande dificuldade para muitas famílias, o momento em que precisa de concentrar os seus esforços na resposta à crise, na manutenção do emprego, na recuperação da economia. Isso exige que haja, do lado do Ministério das Finanças, uma plena autoridade política. Por isso, não estão em causa as competências profissionais da ex-secretária de Estado, que são conhecidas e significativas, mas entendi que a sua permanência no Governo colocava em causa a autoridade política do Ministério das Finanças e da própria e isso é um valor que tem de ser protegido. Por isso, fomos rápidos na tomada de decisão. Pedi que apresentasse a demissão, o que fez prontamente", acrescenta o socialista.

O facto de Alexandra Reis ter sido despedida da TAP por alegada incompatibilidade com a presidente da comissão executiva da transportadora não era, para Medina, um handicap para o desempenho de secretária de Estado do Tesouro (que, nessa condição, passaria a ter a tutela da companhia). "Na vida profissional, as pessoas não têm que ser amigas ou dar-se muito bem. Têm de saber trabalhar em conjunto. Eu sempre acreditei no profissionalismo da secretária de Estado e da equipa da gestão da TAP para trabalharem em conjunto".

Ministério deveria ter sido informado

No entanto, era João Leão quem comandava as Finanças, à data da atribuição da indemnização de meio milhão de euros a Alexandra Reis, e já veio dizer que desconhecia o pagamento da compensação. Algo que, para Medina, não é aceitável. Isto, porque, possuindo o Ministério das Finanças a tutela financeira da TAP, essas decisões têm de passar pelo Governo.

"Naturalmente, (João Leão) deveria ter tido informação" sobre o acordo de cessação de funções de Alexandra Reis na transportadora aérea. "A informação que o ministro João Leão e o secretário de Estado Miguel Cruz, que tutelavam a TAP, tornaram pública aos jornalistas foi de que não conheciam a indemnização e de que não foi prestada informação pela administração da TAP", sublinhou o governante, certo de que, com as atuais normais de relacionamento entre a TAP e o Executivo, o Ministério das Finanças deveria ter sido informação do pagamento da indemnização a Alexandra Reis. ​​​"Não é, obviamente, natural nem adequado que uma empresa que tem uma tutela financeira, que é o Ministério das Finanças, tome decisões com este tipo de impacto", sem dar conhecimento ao ministério.

RABINO APELA A ÊXODO DE JUDEUS DA RÚSSIA: "A CORTINA DE FERRO ESTÁ A VOLTAR"


O ex-rabino-chefe de Moscovo, exilado desde julho, apela à comunidade de judeus na Rússia que deixe o país enquanto pode, antes que seja feita bode expiatório para as dificuldades causadas pela Ucrânia.

"Quando olhamos para a história da Rússia, sempre que o sistema político esteva em perigo, vimos o governo a tentar redirecionar a raiva e o descontentamento das massas para a comunidade judaica. Vimos isso nos tempos czaristas e no fim do regime estalinista", disse Pinchas Goldschmidt, em exclusivo ao jornal britânico "The Guardian".

O líder religioso, rabino-chefe da capital russa entre 1993 e 2022, dá conta de um "aumento do antissemitismo", numa altura em que a Rússia está virada para "um novo tipo de União Soviética". "Passo a passo, a cortina de ferro está a voltar novamente. É por isso que acredito que a melhor opção para os judeus russos é partir", acrescentou.

Goldschmidt renunciou ao cargo e deixou a Rússia em julho depois de se recusar a apoiar a invasão russa da Ucrânia. No mesmo mês, o Kremlin fechou a filial russa da Agência Judaica, uma organização sem fins lucrativos que promove a emigração para Israel. "Pressionaram-se os líderes comunitários para apoiarem a guerra e eu recusei-me a fazê-lo. Pedi demissão porque continuar como rabino-chefe de Moscovo seria um problema para a comunidade por causa das medidas repressivas tomadas contra os dissidentes", explicou.

Os judeus da Rússia emigraram às dezenas de milhares durante os últimos 100 anos, primeiro para a Europa e América e, mais recentemente, para Israel. De acordo com o censo de 1926, havia 2.672.000 judeus na então União Soviética, 59% dos quais na Ucrânia. Hoje, apenas cerca de 165 mil judeus permanecem na Rússia, de uma população total de 145 milhões.

Goldschmidt acredita que 25% a 30% dos que permaneceram no país partiram ou planeavam fazê-lo desde o início da guerra, embora agora haja poucos voos a sair de Moscovo e o preço de um voo para Tel Aviv tenha quadruplicado para cerca de 1800 euros.

PORTO CANCELA FOGO E FESTEJOS DE FIM DE ANO


Devido ao mau tempo, a Câmara do Porto cancelou os festejos de passagem de ano. Em comunicado, o Município refere que "as previsões da Proteção Civil apontam para um agravamento das condições meteorológicas, com chuva forte, vento e agitação marítima" durante a noite de sábado e madrugada de domingo. Estão, de igual forma, desaconselhados os tradicionais banhos do dia 1 de janeiro.

Numa nota enviada às redações, as câmaras do Porto, a de Gaia e a de Matosinhos referem que, "de acordo com informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), encontra-se previsto vento forte, com rajadas até 80 quilómetros por hora entre as 21 horas de hoje e as 9 horas de amanhã, dia 31 de dezembro".

"Seguindo as recomendações da Proteção Civil e os avisos à população, Rui Moreira, Eduardo Vítor Rodrigues e Luísa Salgueiro cancelam os festejos musicais, realizados no exterior, e pirotécnicos marcados para a noite da Passagem de Ano", pode ler-se no comunicado.

Fica, assim, sem efeito, a festa marcada para o Queimódromo, no Porto, que contava com os concertos de Fernando Daniel, Diogo Piçarra e Moullinex e o espetáculo audiovisual "Luminous". Também já não será lançado o fogo-de-artifício a partir do quartel da Praça da República, que se prolongaria por oito minutos.

O plano de mobilidade e segurança para a noite de passagem de ano no Porto foi anunciado, esta quinta-feira, pelo Executivo da Câmara do Porto, tendo sido cancelado ao início da tarde desta sexta-feira. Previa-se que o Queimódromo acolhesse 40 mil pessoas, bem como um forte dispositivo policial nas ruas.

Matosinhos e Gaia também não festejará chegada de 2023

A ameaça de mau tempo também cancelou os festejos de Leça da Palmeira, junto à ponte móvel e à praça contígua, com lançamento de fogo de artifício e festejos. Em Gaia, também não haverá celebrações.

"É esperada a ocorrência de chuva persistente e por vezes forte para os dias 31 de dezembro e 1 de janeiro de 2023, sábado e domingo respetivamente - Avisos Amarelo e Laranja. O período mais crítico, que corresponde à duração do aviso laranja, encontra-se previsto entre as meia-noite e as 12 horas de dia 1 de janeiro, domingo", pode ler-se no comunicado.

Além disso, estão previstas "ondas de oeste-sudoeste com 4 a 4,5 metros" entre as 12 horas de sábado, e as 12 horas de domingo. Estão, portanto, desaconselhados os tradicionais banhos do dia 1 de janeiro.

BURLÃO EM PORCHE FURTADO TROCOU "ROLEX" FALSO POR VERDADEIRO E 7 MIL EUROS

                                       Um homem de 25 anos foi detido pela PSP em Barcelos por suspeita dos crimes de burla qualificada e ab...