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sábado, 31 de dezembro de 2022

O PAPA CONSERVADOR QUE FICA NA HISTÓRIA POR RESIGNAR


Intelectualmente brilhante, mas sem o carisma das massas, antecessor e predecessor de dois dos papas mais aclamados da história, Joseph Ratzinger, Benedictus XVI, morreu, hoje, aos 95 anos de idade, no mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano, onde vivia em retiro desde que resignou, em 2013, a um pontificado de oito anos.

Num ministério marcado por escândalos como o dos abusos sexuais na Igreja e de corrupção no Vaticano. E de posições conservadoras em relação ao celibato dos sacerdotes e ao casamento homossexual, quando, enquanto teólogo, foi dos impulsionadores do Concílio Vaticano II. Mas também de afirmação do diálogo entre a fé e a razão e da busca pela verdade, ancorado no seu "companheiro de viagem", Santo Agostinho.

A 11 de fevereiro de 2013, Dia Mundial do Doente, instituído pelo Papa João Paulo II, Bento XVI anunciava, em Consistório, para estupefação dos cardeais, a sua renúncia ao pontificado. Imageticamente desenhada sob um raio que, naquela noite, atingiria a Basílica de São Pedro. O último Papa a resignar havia sido Gregório XII, em julho de 1415. Explicando na altura Bento XVI que, "no Mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé", para governar "é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito". Que assumia ter-se diminuído, impedindo-o "de administrar" o ministério petrino.

"Resignou com a natureza dos grandes", diz, ao JN, o teólogo e frade Fernando Ventura, que há 20 anos trabalhou com Bento XVI, então cardeal Joseph Ratzinger, na Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano, para a qual havia sido apontado como prefeito por João Paulo II. "Traz consigo o peso de ter sido responsável pela Congregação e nunca teve boa imprensa por causa disso", ganhando a "fama de retrógrado", o que "tem que ser lido dentro do contexto da época", sublinha.

Recordando o "brilhantismo daquele homem, dos intelectuais mais brilhantes do século", resguardado numa "profunda timidez".

Inevitavelmente comparado com o Papa Francisco, numa dicotomia intelectual versus pastoral, Fernando Ventura fala numa "imagem que não é de todo justa", porque "por trás do intelectual estava um homem profundamente preocupado com a pastoral e em fazer chegar a mensagem às pessoas". Porque, vinca, "quem abre a porta ao Francisco é o Bento".

Escândalo dos abusos sexuais até aos dias de hoje

Num pontificado que ficará marcado pelo escândalo dos abusos sexuais na Igreja e acusações de encobrimento, foi o primeiro Papa a pedir perdão às vítimas de abuso, numa carta dirigida, em março de 2010, aos fiéis da Irlanda: "Sofrestes tremendamente e por isto sinto profundo desgosto. Sei que nada pode cancelar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e violada a vossa dignidade". E que repetiria, em junho, durante uma missa na Basílica de São Pedro.

Contudo, apesar do ato de contrição inédito, Bento XVI foi criticado por não ter assumido uma posição mais firme e contundente. Como aquando do caso do fundador dos Legionários de Cristo, o mexicano Marcial Maciel que abusou sexualmente de dezenas de rapazes, que não foi submetido a um processo canónico devido "à sua idade avançada" e "frágil saúde", tendo antes sido convidado "a uma vida discreta, de oração e penitência, renunciado a todo o magistério público".

Ou quando, já neste ano, corrigiu uma declaração sobre o relatório independente de mais de mil páginas sobre abusos sexuais nas arquidioceses de Munique e Frisinga, na Alemanha, entre 1945 e 2019. Assumindo o Papa emérito, que esteve à frente da arquidiocese de Munique entre 1977 e 1982, ter participado numa reunião, em janeiro de 1980, que terá analisado o caso do padre Peter Hullermann, suspeito de pedofilia. O erro, referia-se na altura, seria "resultado de uma omissão na edição das suas declarações". Já em fevereiro, em carta dirigida aos fiéis de Munique, expressa a sua "profunda vergonha, grande dor e sincero pedido de perdão".

"Nos últimos meses de pontificado, todos os dias lhe caíam toneladas de entulho", comenta o teólogo Fernando Ventura. Como a detenção, em maio de 2012, do antigo mordomo do Papa Bento XVI, depois de a polícia do Vaticano ter encontrado no seu apartamento inúmeros documentos papais que faria chegar à imprensa. O "Vatileaks", como assim ficou conhecido, apontava para casos de corrupção, práticas de má gestão e conflitos internos no Vaticano. Ou as suspeitas de lavagem de dinheiro por parte do banco do Vaticano Instituto para as Obras de Religião, que levaram, na altura, à detenção do antigo chefe de contabilidade, monsenhor Scarano.

Sendo ainda de assinalar o polémico discurso, em 2006, na Universidade de Ratisbona, ao citar um diálogo do imperador bizantino Manuel II Paleólogo: "Mostra-me também o que Maomé trouxe de novo e encontrarás apenas coisas más e desumanas, como a sua norma de propagar, através da espada, a fé que pregava". Gerando uma onda de protestos no seio da comunidade islâmica.

De uma visão teológica progressista a conservadora

As posições contra o aborto e o casamento homossexual ou a defesa do celibato dos sacerdotes, num livro escrito a quatro mãos com o cardeal Robert Sarah e cuja assinatura o Papa emérito solicitou que fosse retirada, explicam as críticas de conservadorismo. Isto quando, enquanto teólogo, "o professor Joseph Ratzinger foi um elemento fundamental para a realização do Concílio Vaticano II, contribuindo de forma profunda para o Concílio e toda a revolução que o Concílio constituiu", explica o padre Anselmo Borges.

Como se tornou, então, num Papa conservador? "O maio de 68 atingiu também as faculdades de Teologia e a Igreja na Alemanha. Nessa altura, abandona a universidade de Tubingen e foi para Regensburg, com receio que a Igreja fosse atingida; tornou-se um conservador", explica o também teólogo, que lembra a relação com Hans Kung. "Chega a arcebispo de Munique, a cardeal, acentua-se o retrocesso da Igreja com João Paulo II, é chamado para a Congregação para a Doutrina da Fé e, aí, participa na condenação de mais de cem teólogos no Mundo", prossegue. Contribuindo Bento XVI para o "retrocesso da Igreja, mas que teve este ato corajoso e histórico de resignar". Abrindo as portas a "Francisco e a tudo o que ele significa de revolução dentro da Igreja", considera Anselmo Borges.

Voltando ao "tempo e à circunstância", frei Fernando Ventura lembra que, "mesmo assim, foi alguém que apontou para o diálogo", entendendo que a grande marca deixada por Bento XVI "foi o diálogo entre a fé e a razão, marcando absolutamente o pontificado". Como o fez, a 12 de maio de 2010, no encontro com o "mundo da Cultura", em Lisboa, unindo crentes e não crentes. "A Igreja escrevia o Papa Paulo VI deve entrar em diálogo com o mundo em que vive. "A Igreja faz-se palavra, a Igreja torna-se mensagem, a Igreja faz-se diálogo", dizia então o Papa perante cerca de 1300 convidados, entre os quais o cineasta Manoel de Oliveira. Tendo como pedra basilar a busca pela verdade. "Sem verdade, sem confiança e amor pelo que é verdadeiro, não há consciência e responsabilidade social, e a atividade social acaba à mercê de interesses privados e lógicas de poder, com efeitos desagregadores na sociedade, sobretudo numa sociedade em vias de globalização que atravessa momentos difíceis como os atuais" (Encíclica Caridade na Verdade, 2019).

sábado, 21 de agosto de 2021

VATICANO SANCIONA ARCEBISPO POLACO POR ENCOBRIR CRIMES DE PEDOFILIA


O Vaticano sancionou um arcebispo polaco reformado por encobrir agressões sexuais de menores, divulgou este sábado a arquidiocese de Wroclaw.

O caso de Marian Golebiewski, 83 anos, é o último de uma longa lista de escândalos de agressões sexuais que abalaram a Igreja Católica no país, Estado-membro da União Europeia e predominantemente católico.

"No seguimento de notificações formais a Santa Sé conduziu um procedimento relativo à alegada negligência do arcebispo Marian Golebiewski em casos de abusos sexuais de menores por certos padres", declarou a arquidiocese num comunicado.

Os factos ocorreram quando Marian Golebiewski era bispo de Koszalin-Kolobrzeg (norte da Polónia) de 1996 a 2004, bem como quando foi arcebispo de Wroclaw (oeste), de 2004 a 2013, especifica-se na nota.

Como resultado da investigação, o Vaticano decidiu proibir Marian Golebiewski de exercer cargos públicos e ordenou-lhe que fizesse doações a uma fundação católica para a proteção de menores.

A Igreja, que é politicamente muito influente na Polónia, enfrenta uma série de acusações, muito mediatizadas, de crimes sexuais ligados a menores e encobrimento, um tema tabu não há muito no país, muito ligado à fé católica.

Desde o ano passado, o Vaticano sancionou oito bispos polacos por encobrirem atos de pedofilia cometidos por clérigos, bem como um cardeal.

Em julho, a comissão estatal sobre pedofilia disse que os padres estiveram envolvidos em quase um terço dos crimes de pedofilia registados na Polónia entre 2017 e 2020, de um total de 345 casos investigados sobre esse período.

A comissão, que foi criada em 2019, também disse não ter recebido da Igreja qualquer documentação sobre casos de abuso de crianças, apesar dos pedidos.

No seu próprio relatório, apresentado em junho, a Igreja Católica revelou que tinha recebido várias centenas de novas queixas de agressões sexuais a menores por membros do clero desde 2018.

De julho de 2018 até ao final do ano passado, foram comunicados à Igreja 368 casos de agressão sexual, cometidos entre 1958 e o ano passado.

domingo, 25 de outubro de 2020

A PASTORA QUE INCENTIVA A VIOLÊNCIA (VIDEO)

 


Para a religiosa, "jovem rebelde" que enfrenta a mãe em casa deve apanhar. "Mostra pra ele que quem manda é você", disse Adriele Silva Ota

Um vídeo que circula na internet e que viralizou nas redes sociais mostra uma pastora, durante um culto em São Paulo, orientando os pais a como lidar com os filhos e os ensinando a mostrar autoridade. Para Adriele Silva Ota, da igreja Assembleia de Deus, jovem que enfrenta a mãe em casa "deve apanhar".

"Jovem que enfrenta a mãe e diz que está endemoniado, mete a mão na cara, joga no chão e pisa no pescoço, mostra pra ele que quem manda é você, mostra quem é valente", disse a pastora.

De acordo com as imagens, o discurso foi aprovado pelo público no local. Enquanto Adriele pregava, é possível ouvir fiéis gritando e batendo palmas. “Filho rebelde, chega a hora que quer, ainda vai dormir até 15h. Aqui ó. Só faz isso na casa de pais e mãe frouxos. Se levantar a mão, eu quero o braço, se levantar a mão, eu dou nas suas pernas”, afirmo na pregação.

No entanto, alguns internautas desaprovaram a atitude nas redes sociais. "Que isso! Hoje pregam qualquer coisa e o povo da glória", escreveu um deles. "Queria saber onde tem isso na bíblia! O povo da mais crédito ao homem do que a bíblia", observou outro. "Misericórdia. Será que ela faria isso com o filho dela?", questionou uma terceira.

A pregação em questão da pastora Adriele foi realizada em um culto de mulheres no mês agosto. A missionária faz parte da “Família Ota”, em que até o filho mais novo, João Vítor Ota, atua como pregador mirim.

Em publicação recente nas redes sociais, a pastora reforça a defesa da violência contra crianças como forma de educar. “Mãe de verdade se for preciso #peganavarinha”, escreveu no Instagram.

sábado, 24 de outubro de 2020

PAPA CRITICA QUEM VAI À MISSA "PARA DAR UMA BOA IMAGEM SOCIAL"

 


O papa Francisco criticou esta quarta-feira os que vão à missa "para mostrar que são católicos" ou "para mostrar o último modelo que compraram" e "para dar uma boa imagem social".

Francisco falava durante a audiência geral realizada na sala Paulo VI, tendo evitado aproximar-se dos fiéis por causa de medidas de contenção da pandemia. de covid-19.

Na sua catequese dedicada à oração, o papa criticou as "orações falsas", que "são feitas apenas para serem admiradas pelos outros".

"O pior serviço que se pode prestar, a Deus e também ao homem, é orar com cansaço, é orar como papagaios, como se fosse um hábito. Não. A oração é o centro da vida. Se há oração, também o irmão, irmã, passa a ser importante", acrescentou Francisco.

Francisco assegurou que "a oração não é um analgésico para aliviar as ansiedades da vida" e que "uma oração desse tipo certamente não é cristã".

O papa adiantou que as escrituras admitem "o caso de uma pessoa que, mesmo buscando a Deus com sinceridade, nunca consegue encontrá-lo", mas o que "Deus não defende é o ateísmo de quem nega a imagem divina que está impressa em todo ser humano".

O papa, que apareceu na terça-feira com uma máscara seguindo as normas em vigor em Itália durante sua participação na Praça do Capitólio da oração pela paz, esta quarta-feira não a usou novamente.

Durante as saudações, os bispos e cardeais presentes também não usaram máscara.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

PAPA FRANCISCO DEFENDE UNIÃO CIVIL DE CASAIS HOMOSSEXUAIS

 


O Papa Francisco declarou, num novo documentário, que os casais homossexuais devem ser protegidos pelas leis da união civil.

"As pessoas homossexuais têm o direito de pertencer a uma família. Eles são filhos de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deve ser expulso ou ser miserável por isso", diz o pontífice máximo da Igreja Católica no documentário "Francesco", que estreou esta quarta-feira no Festival de Cinema de Roma e que aprofunda temas de interesse do Papa, como ambiente, pobreza, migração, desigualdade racial e discriminação.

"O que temos que criar é uma lei de união civil. Dessa forma, estarão legalmente abrangidos. Eu defendo isso", acrescentou Francisco, citado pela agência Reuters.

"QUEM O AVISA" SAIBA ONDE VÃO ESTAR OS RADARES EM FEVEREIRO

QUEM O AVISA. FEVEREIRO - OPERAÇÕES DE CONTROLO DE VELOCIDADE - RADAR AVEIRO 04/fev/25   08h00   AVENIDA EUROPA . Aveiro 06/fev/25   08h00  ...