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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

RABINO APELA A ÊXODO DE JUDEUS DA RÚSSIA: "A CORTINA DE FERRO ESTÁ A VOLTAR"


O ex-rabino-chefe de Moscovo, exilado desde julho, apela à comunidade de judeus na Rússia que deixe o país enquanto pode, antes que seja feita bode expiatório para as dificuldades causadas pela Ucrânia.

"Quando olhamos para a história da Rússia, sempre que o sistema político esteva em perigo, vimos o governo a tentar redirecionar a raiva e o descontentamento das massas para a comunidade judaica. Vimos isso nos tempos czaristas e no fim do regime estalinista", disse Pinchas Goldschmidt, em exclusivo ao jornal britânico "The Guardian".

O líder religioso, rabino-chefe da capital russa entre 1993 e 2022, dá conta de um "aumento do antissemitismo", numa altura em que a Rússia está virada para "um novo tipo de União Soviética". "Passo a passo, a cortina de ferro está a voltar novamente. É por isso que acredito que a melhor opção para os judeus russos é partir", acrescentou.

Goldschmidt renunciou ao cargo e deixou a Rússia em julho depois de se recusar a apoiar a invasão russa da Ucrânia. No mesmo mês, o Kremlin fechou a filial russa da Agência Judaica, uma organização sem fins lucrativos que promove a emigração para Israel. "Pressionaram-se os líderes comunitários para apoiarem a guerra e eu recusei-me a fazê-lo. Pedi demissão porque continuar como rabino-chefe de Moscovo seria um problema para a comunidade por causa das medidas repressivas tomadas contra os dissidentes", explicou.

Os judeus da Rússia emigraram às dezenas de milhares durante os últimos 100 anos, primeiro para a Europa e América e, mais recentemente, para Israel. De acordo com o censo de 1926, havia 2.672.000 judeus na então União Soviética, 59% dos quais na Ucrânia. Hoje, apenas cerca de 165 mil judeus permanecem na Rússia, de uma população total de 145 milhões.

Goldschmidt acredita que 25% a 30% dos que permaneceram no país partiram ou planeavam fazê-lo desde o início da guerra, embora agora haja poucos voos a sair de Moscovo e o preço de um voo para Tel Aviv tenha quadruplicado para cerca de 1800 euros.

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