A Polícia de Málaga apreendeu um drone com 4,5 metros de largura e capacidade de 150 quilos de droga, que se movia entre Marrocos e Andaluzia. "É a maior apreensão" do género em Espanha.
De acordo com a Polícia Nacional, o aparelho pertencia a uma organização francesa de narcotraficantes, que procurava estabelecer-se na região espanhola de Costa del Sol. Com uma autonomia de sete horas e uma velocidade máxima de 170 quilómetros/hora, o drone pode custar entre 30 mil a 150 mil euros.
Preparado para atingir uma altura de cerca de dois mil metros, o aparelho, fabricado na China, tem cinco motores: quatro elétricos, que permitem que o drone descole e pouse totalmente na vertical, e um quinto com dois cilindros de combustão que fazem com que o equipamento voe na horizontal.
Era no interior do drone que a organização francesa colocava câmaras de vigilância, assim como, embalagens de drogas, nomeadamente cocaína. Apesar da envergadura e das capacidades do equipamento, a localização e as comunicações eletromagnéticas, que podem ser localizadas, acabaram por tramar a rede, dando pistas à Polícia Nacional espanhola para detetar o drone.
"A tecnologia facilita a nossa vida, mas também acaba por cair nas mãos dos criminosos. Eles inovam e nós também temos que o fazer", referiu o comissário da Polícia de Málaga, Roberto Rodríguez Velasco.
Segundo a Polícia Nacional, o drone foi localizado numa casa que servia de abrigo para as drogas nos arredores de Almáchar, na região de Andaluzia, zona com várias casas dispersas, o que levou à organização francesa a escolher o sítio para tentar passar despercebida.
As autoridades espanholas referiram ainda que os traficantes de drogas usavam um controlo remoto através de um sistema de computador que operava o drone, identificando os pontos exatos para fazer a descolagem e para aterrar. Pedro Luis Bardón, chefe dos meios aéreos da Polícia Nacional espanhola, apontou que o aparelho "está totalmente equipado e operacional" para cumprir a sua missão.
O drone foi apreendido sob a "Operação Piñas", que começou em janeiro do ano passado, quando agentes da Unidade de Crime Organizado da Polícia Nacional espanhola detetaram um grupo de traficantes da organização francesa a estabelecer-se na região turística do sul de Espanha. A colaboração com a polícia francesa permitiu saber que o grupo se dedicava a trazer haxixe e canábis de Marrocos para Málaga, para depois ser enviada para a França.
A droga seguia por encomenda postal ou pelo método "Go Fast", onde era escondida dentro de carros de luxo roubados que atravessavam a Península Ibérica. O grupo de traficantes enviava pequenas quantidades, de maneira a conseguir mais facilmente ganhar dinheiro para financiar a compra do drone.
A investigação policial foi concluída com a detenção de quatro pessoas, três em França e uma na cidade de Almáchar, sendo também apreendidos diversos equipamentos informáticos, que eram usados para preparar e transportar a droga. No total, foram ainda apreendidos 30 quilos de canábis e 55 quilos de haxixe, entre os dois países europeus.
"O combate ao narcotráfico é uma das nossas prioridades", referiu o subdelegado do Governo em Málaga, Teófilo Ruiz, destacando que desde 2020, a Polícia Nacional espanhola conseguiu apreender 27,5 toneladas de droga na região de Andaluzia, tendo também desmantelado 55 grupos criminosos e detido 695 pessoas por tráfico de drogas.