Coberta de branco como há muito não se via, Madrid encontra-se completamente paralisada pela tempestade "Filomena". A neve não deixa de cair desde sexta-feira, provocando graves problemas na capital espanhola, que continua sob alerta vermelho.
O transporte é o setor que mais está a sofrer esta crise sem precedentes que tem deixado milhares de motoristas parados nos seus veículos durante a noite. A Unidade Militar de Emergência (UME) teve de ajudar nos trabalhos de resgate das pessoas que se encontravam nas estradas tentando regressar a casa, já que as máquinas limpa-neve não conseguiram limpar as vias cobertas por camadas de até 60 centímetros de espessura. Até agora, 430 estradas principais e 50 secundárias permanecem cortadas.
Enquanto os múltiplos engarrafamentos provocavam o caos na periferia madrilena, o Aeroporto Adolfo Suárez-Barajas suspendeu toda a atividade durante este sábado devido às más condições das pistas e a falta da visibilidade para descolar e aterrar. A maioria dos voos foram desviados para Valência, Barcelona, Alicante ou Sevilha, que vivem por agora uma situação mais calma.
Por outro lado, a companhia ferroviária RENFE decidiu paralisar todas as viagens que tinham Madrid como origem ou destino e as linhas do metro são o único transporte público que continua ativo depois da decisão do presidente da Câmara Municipal, José Luís Martinez-Almeida, de suspender o serviço de autocarros. O autarca dirigiu-se à população madrilena para pedir prevenção e evitar os movimentos desnecessários devido ao grande perigo de andar pelas ruas da capital e pediu mais ajuda ao exército.
"Temos de desbloquear a situação o mais cedo possível. As pessoas não devem sair de casa porque os ramos das árvores estão a cair com o peso da neve", explicou Almeida, que também fechou parques e instalações desportivas e culturais até a segunda-feira.
As previsões meteorológicas alertam que a situação não vai melhorar rapidamente com temperaturas que podem atingir os 11 graus negativos durante os primeiros dias da próxima semana. Para evitar novos problemas, a presidente da região, Isabel Díaz Ayuso, decidiu suspender as aulas das universidades e escolas até à próxima quarta-feira. Além da capital, outras nove províncias espanholas estão sob alerta vermelho devido à neve: Albacete, Cuenca, Toledo, Guadalajara, Valência, Castellón, Tarragona, Teruel e Saragoça.
Jogos adiados
O futebol espanhol tampouco consegue fugir da tempestade de neve que já provocou o adiamento de três jogos na Primeira e Segunda Divisão. O Atlético de Madrid não poderá jogar a partida desta tarde contra o Athletic Club devido à impossibilidade da equipa basca de aterrar na capital. O jogo entre o Osasuna e o Real Madrid também está em risco pela neve caída no relvado do estádio do El Sadar. O plantel de Zinedine Zidane teve muitos problemas para chegar a Navarra, já que passou quatro horas no aeroporto para poder descolar. No segundo escalão, o Rayo Vallecano, que enfrentava o Mirandés, ficou preso nos engarrafamentos da periferia de Madrid e voltou para casa depois de cinco horas na estrada, nas quais só conseguiu avançar 20 quilómetros. Também não se vai jogar o Alcorcón-Albacete.
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