A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) assinaram, esta sexta-feira à tarde, um acordo para a organização conjunta do Campeonato do Mundo de 2030.
A cerimónia, que começou às 17.30 horas, contou com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, e do primeiro-ministro António Costa, bem como do rei Filipe VI de Espanha e do primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez, decorreu no estádio Wanda Metropolitano, do Atlético de Madrid, que a partir das 18.30 horas é palco do jogo de preparação para o Euro2020 entre Portugal e Espanha.
O documento subscrito pelos chefes dos governos de Portugal e Espanha salienta que "a candidatura assenta na solidez económica e social de ambos os países, na capacidade demonstrada para organizarem e desenvolverem com sucesso eventos internacionais, na existência de infraestruturas de primeira ordem, nos êxitos desportivos obtidos tanto pelos clubes como pelas seleções, mas, sobretudo, na relação de amizade cultivada ao longo dos anos entre Portugal e Espanha".
Segundo a organização conjunta, esta "fórmula vencedora representará um marco histórico para os dois países e conta também com o apoio entusiástico dos seus cidadãos", lê-se ainda.
Luís Rubiales, presidente da RFEF, foi o primeiro a tomar da palavra e recordou a ligação entre os dois estados. "O primeiro jogo entre Portugal e Espanha realizou-se a 18 de dezembro de 1921. Já passaram 100 anos. Mais que uma união, é uma fusão. Que países têm a história de Portugal e de Espanha? E o futebol também faz parte dessa história do ADN destas gentes. Por isso, quero manter este compromisso e reforçá-lo, com a ajuda do Ministério dos Desportos e do Conselho Superior dos Desportos e com o vosso ministro do Desporto", frisou.
E prosseguiu: "Sei que vamos fazer uma grande equipa para que todos juntos consigamos mostrar os nossos valores, que são o trabalho, a humildade, a excelência, a proximidade e a hospitalidade. Temos as melhores praias, mas também turismo de interior. Temos a gastronomia, temos um tempo magnífico, e muito mais".
Luís Rubiales dirigiu-se também aos congéneres dos outros países. "Quero mandar uma mensagem às outras federações nacionais de todo o Mundo, se nos derem a vossa confiança, quando vierem aos nossos países vão encontrar-se com uma experiência inesquecível, quer os jogadores, o staff técnico, o público, quer os jornalistas. O êxito de Espanha e Portugal será também o êxito da FIFA", finalizou.
Fernando Gomes sucedeu ao colega espanhol nos discursos. "Em dezembro deste ano passam 100 anos do primeiro jogo entre a seleção de Portugal e a do país vizinho e irmão Espanha. Que ano melhor para formalizar o compromisso entre ambas as federações para trabalhar como uma só federação pelo primeiro mundial de futebol na Península Ibérica. É isso que firmámos hoje, o nosso compromisso. Espanha e Portugal ganharam os três últimos Campeonatos da Europa. São países com uma história similar e uma tradição de bem receber e organizar eventos de dimensão enorme", enalteceu o responsável máximo pela FPF.
"Os Jogos Olímpicos de 1992 foram organizados por Espanha, não certamente por acaso, e continuam na memória coletiva dos adeptos e desportistas mundiais. Não só pelo que dignificaram, mas pelo legado de instalações desportivas e de novas conquistas que permitiram aos atletas em Espanha. O Euro2004, em Portugal, continua até ao momento a ser mencionado por todos como absolutamente exemplar e transformador da experiência de mistura de um país, de uma cultura e o resto dos povos. Há um ano, em plena pandemia, Portugal e Espanha organizaram as finais das Liga dos Campeões masculina e feminina. Há uma semana, Portugal e a cidade do Porto voltaram a dar a mão à Europa organizando a final da Liga dos Campeões pelo segundo ano seguido", realçou Fernando Gomes.
E complementou: "A nossa paixão pelo desporto e pelo futebol vem desde muito antes de nós. Poder receber um Mundial é algo, e temos de frisar bem isso, que os dois países merecem muito, algo que tentaram conseguir em 2010 e não o conseguiram por motivos tão distintos como irrepetíveis. Vamos lutar agora para corrigir esse momento para que o Mundial de 2030 possa acontecer na Península Ibérica".
"Estar aqui hoje nesta cerimónia, ante as mais altas individualidades dos dois países, e ante uma federação como a de Espanha e a sua vontade de transformação, é um motivo de muita responsabilidade e honra. Responsabilidade porque naturalmente vai querer ganhar, respeitando todos e contra ninguém. E de honra por antes de tudo ter conquistado a confiança dos mais altos representantes das duas nações. A viagem começa agora. Unidos e a uma única voz anunciamos ao mundo: vamos!", finalizou Fernando Gomes.