Um portal de notícias publicou as alegadas declarações de impostos de algumas das pessoas mais ricas do mundo, incluindo Jeff Bezos, Elon Musk e Warren Buffett.
De acordo com o "ProPublica", Jeff Bezos, fundador da Amazon, não pagou impostos em 2007 e 2011 e Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, não pagou em 2018. O mesmo site alega que Michael Bloomberg, fundador da empresa com o seu apelido, também fez o mesmo nos anos recentes. Enquanto isso, o investidor e filantropo George Soros não terá pagado impostos sobre rendimentos durante três anos consecutivos.
Uma fonte anónima entregou informação da administração fiscal sobre os milionários norte-americanos, que incluem também Bill Gates, Rupert Murdoch e Mark Zuckerberg. Nos documentos, revela-se que os 25 norte-americanos mais ricos pagam menos impostos uma média de 15,8% do rendimento bruto do que a maioria dos trabalhadores comuns.
Mas como? Segundo o portal de investigação, "com estratégias tributárias perfeitamente legais, muitos dos super-ricos conseguem reduzir as suas contas de impostos federais a nada ou quase a isso", mesmo que a sua riqueza tenha disparado nos últimos anos. Para tal, usam expedientes como doações, que abatem aos lucros e não ao salário.
O secretário de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse, segundo a "BBC", que "qualquer divulgação não autorizada de informações confidenciais do Governo" é ilegal e por isso o artigo da "ProPublica" vai ser investigado pelas autoridades federais.
Os planos de Biden
A alegada fuga de informação surge numa altura de debate crescente sobre o valor dos impostos pagos pelos ricos. O código fiscal dos EUA tem uma lógica progressiva, o que significa que os ricos estão sujeitos a uma taxa que cresce com os seus rendimentos.
Mas a "ProPublica" apurou que, de facto, as pessoas que ganham entre dois e cinco milhões de dólares por ano (entre 1,6 milhões e 4,1 milhões de euros) pagam uma taxa média de 27,5%, o valor mais alto de todos os grupos de contribuintes.
Acima dos cinco milhões de dólares anuais, a taxa cai: as 1.400 pessoas que ganham mais de 69 milhões de dólares por ano pagam 23%, mas os 25 mais ricos de todos pagam menos.
O presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu aumentar os impostos dos norte-americanos mais ricos para reduzir a desigualdade e angariar dinheiro para o seu programa de investimento em infraestruturas.
Biden propôs elevar as taxas sobre os mais ricos, defendendo subir a principal taxa para 39,6% no caso das pessoas que recebem por ano um mínimo de 400 mil dólares, cujo grupo se estima que corresponda a menos de 2% das famílias. A taxa mais elevada que os trabalhadores pagam agora sobre a folha salarial é de 37%.
Biden propôs a quase duplicação da taxa que os mais ricos pagam sobre ganhos em ações e outros investimentos numa proposta que contempla o fim da isenção fiscal para os ganhos de capital herdados.
Por outro lado, segundo a análise da "ProPublica", "enquanto alguns norte-americanos ricos pagariam mais impostos sob as atuais propostas do governo Biden, a grande maioria dos 25 principais veria poucas mudanças."
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