O Estado vai ter de injetar mais mil milhões de euros na TAP em 2021. Inicialmente, estava prevista no Orçamento do Estado para 2021 uma verba de 500 milhões a ser injetada na companhia aérea.
Os 1,2 milhões que a TAP já recebeu não chegam, com a companhia aérea a precisar de pelo menos mais mil milhões no próximo ano. Fonte do Governo confirma à SIC que a transportadora vai continuar a receber ajuda pública em 2022 e 2023.
Isto é o que está previsto no plano de reestruturação da TAP, que só prevê o regresso a um equilíbrio da exploração em 2024.
A mesma fonte adianta que "ou a TAP é rapidamente submetida a uma reestruturação agressiva, ou não tem qualquer hipótese de salvação".
O plano, que terá de ser apresentado à Comissão Europeia até 10 de dezembro, prevê uma redução de 25% da massa salarial da companhia aérea, com o despedimento de 3 mil trabalhadores e a saída por não renovação de 1.600 contratos.
Como a TAP já estava em desequilíbrio financeiro antes da pandemia do novo coronavírus, a Comissão Europeia não aceitou contabilizar a ajuda pública do Estado como ajuda ao abrigo do regime covid-19 e impôs uma pesada reestruturação.
No plano de restruturação está ainda previsto a diminuição dos salários, o que é possível por lei se a empresa apresentar a declaração de situação económica difícil. Neste caso, os contratos coletivos, incluindo o dos pilotos, deixarão de estar em vigor.
A SIC sabe também que o Governo está a receber os sindicatos porque há ainda uma margem de negociação, embora estreita.
Depois de vários meses de impasse, o processo de reestruturação da TAP entrou assim em fase decisiva e, segundo a mesma fonte, ou a reestruturação é profunda ou a TAP corre o risco de ser liquidada.
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