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quinta-feira, 29 de julho de 2021

PESCADORES NUNCA VIRAM TANTOS GOLFINHOS, ORCAS, BALEIAS E ATUNS DE 200 QUILOS NA NOSSA COSTA


Avistamentos são cada vez mais comuns. "Há noites em que encontramos muita sardinha e no dia seguinte o mar já tem pouca, algo que explicamos pela existência dos tais grandes predadores."

Os pescadores portugueses dizem que nunca viram tantos golfinhos, orcas, grandes atuns e baleias nas águas portuguesas. O aumento tem sido constante nos últimos três anos e está a notar-se mais em 2021.

Humberto Jorge, presidente da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (ANOPCERCO), diz à TSF que "é um facto que os profissionais um pouco por toda a costa, do Guadiana ao Minho, têm relatado avistamentos de muitos cetáceos, sejam eles pequenos ou grandes, muitos golfinhos, aos milhares, de várias espécies, e animais de maior porte como baleias e orcas". "É uma realidade não só deste ano, mas que este ano está a ser maior", relata.

As razões são desconhecidas e só estudos mais aprofundados podem confirmar e explicar os porquês, mas Humberto Jorge acredita que o facto de existirem cada vez mais pequenos peixes (carapaus, cavala ou sardinha) atrai um número crescente de grandes animais marinhos de maior porte, fazendo com que "se aproximem da costa, ficando mais tempo por aqui, algo que se tem visto, inclusive, nos estuários dos grandes rios, nomeadamente no Tejo".

Além da comida em abundância, a qualidade da água também tem melhorado, o que, na opinião dos pescadores, é uma forte ajuda.

Toninhas e atuns

Ricardo Santos, pescador e dirigente da Cooperativa de Pesca de Setúbal, Sesimbra e Sines, confirma o grande aumento de sardinha na costa nacional, em que se encontram cada vez mais golfinhos, sobretudos as chamadas toninhas, que acompanham os barcos durante a pesca.

Além disso, nos últimos 30 anos nunca tinha ouvido falar da presença de orcas em zonas próximas de terra, com relatos de barcos danificados no último ano.

Contudo, não são só os relatos de golfinhos, orcas e baleias que se ouvem entre quem anda no mar. "A par disso temos constatado algo que nunca tínhamos visto nos últimos 25-30 anos: atuns com 200 a 300 quilos que têm aparecido, talvez, também, pela maior quantidade de sardinha", refere Ricardo Santos.

Sem peixe de um dia para o outro

Há cerca de mês e meio, uma traineira desta cooperativa apanhou, sem intenção, mais de 15 destes grandes atuns-rabilhos espécie proibida de ser pescada.

Os atuns acabaram por destruir as redes de pesca, num episódio que já se repetiu quatro ou cinco vezes só este ano, em casos confirmados por Manuel Cardoso, pescador em Sesimbra, que sublinha os "grandes prejuízos" nas redes de pesca, que acabam por ser destruídas, além das dezenas de avistamentos de orcas, na zona, só este ano.

"Aliás, há noites em que encontramos muita sardinha e no dia seguinte o mar já tem pouca, algo que explicamos pela existência dos tais grandes predadores que vêm à procura da sardinha na nossa costa, a uma ou duas milhas de terra", adianta Ricardo Santos, que relata igualmente as capturas, cada vez mais frequentes, dos tubarões de profundidade como lixas ou cações.

Mais animais ou mais avistamentos?

Tiago Sá, biólogo marinho que todos os dias vai para o mar do Algarve em passeios turísticos, confirma que também a Sul encontram cada vez mais golfinhos, baleias e orcas, mas admite que ainda é incerta a razão para o aumento dos avistamentos que se podem dever a um crescimento do número de barcos de lazer à procura destes animais.

"Estamos a ver animais com mais frequência. Contudo, como na área do turismo o número de embarcações cresceu muito na última década, é expectável que existam cada vez mais avistamentos, pois comunicamos uns com os outros", explica.

"Quando comecei a trabalhar, em 2009, havia dias, em pleno verão, em que não observávamos qualquer espécie de golfinho, baleia ou cetáceo. Neste momento, é o oposto, ou seja, é raro o dia em que isso não acontece", afirma Tiago Sá, que admite que não pode ter a certeza se há mesmo mais animais deste tipo no mar português.

Jorge Gonçalves, biólogo marinho, doutorado em Ecologia das Pescas, afirma que não há evidências científicas sobre a causa da aproximação destes cetáceos da costa. Contudo, o professor da Universidade do Algarve acredita que o fenómeno pode mesmo explicar-se por haver mais alimento no mar.

"Pode estar ligado ao facto de termos a pesca da sardinha fechada quase metade do ano nos últimos 10 anos", admite.

Se assim for, se o stock tiver recuperado, "são muito boas notícias".

Na opinião do biólogo, porém, o avistamento de mais orcas, golfinhos e até atuns-rabilho ao largo da costa continental explica-se também pelo aumento exponencial de empresas marítimo-turísticas que fazem o avistamento de cetáceos".

Quanto ao facto de os atuns-rabilho aparecerem nas redes dos pescadores e estes não os poderem capturar, Jorge Gonçalves lembra que Portugal tem uma quota muito pequena, atribuída anualmente pela Comissão Europeia, para pescar esta espécie. O ano passado foi de cerca de 575 toneladas. Daí que esta espécie esteja interdita aos pescadores.

"Com as armações de atum existentes no Algarve rapidamente esgotamos a quota e, às vezes, (nas próprias armações) até têm que os libertar", conta.

sábado, 1 de maio de 2021

PESCA DA SARDINHA ARRANCA EM MEADOS DE MAIO


A pesca da sardinha vai arrancar 15 dias mais cedo este ano. As duas datas em cima da mesa são 13 ou 17 de maio.

A quota está, por agora, fixada em 10 mil toneladas até 31 de julho, mas a expectativa é que possa ultrapassar as 20 mil, quase duplicando as capacidades de captura de 2020. É preciso recuar a 2013 para ver valores tão altos.

"Vem aí uma nova avaliação do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES), mas, pelo que temos visto, houve uma boa recuperação do recurso, para qual houve sacrifícios grandes do setor, mas que tiveram bons resultados. As expectativas são positivas", afirmou, esta manhã, o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, à margem da inauguração do novo polo da marina da Póvoa de Varzim.

Com 10 mil toneladas para pescar até 31 de julho (em 2020, foram 6300), pescadores e tutela acordaram já, explicou, antecipar em 15 dias o início da faina, que se iniciará a 13 ou a 17 de maio e não a 1 de junho, como aconteceu em 2020.

Contas feitas e sabendo-se que o valor fixado a partir de 1 de agosto é, habitualmente, igual ou maior ao estipulado para o período até 31 de julho, a quota da sardinha poderá, este ano, atingir ou mesmo ultrapassar as 20 mil toneladas.

Em queda livre desde 2010, a quota da sardinha atingiu, em 2018, o mínimo histórico de 7,9 mil toneladas. Em 2020, ficou-se pelas 12.705 toneladas, bem abaixo das pretensões dos pescadores, que reclamavam um aumento maior face aos "excelentes resultados" dos cruzeiros científicos. Em novembro, o último cruzeiro científico IBERAS0920, concluía que, desde 2005, que não nascia tanta sardinha na costa ocidental da Península Ibérica. O stock cresceu 66% entre 2019 e 2020.

Do lado das organizações do setor pediam-se 30 mil toneladas para 2021. A quota não deverá chegar a tanto, mas é muito provável que ultrapasse as 20 mil toneladas, valores que o setor já não via desde 2013.

terça-feira, 23 de março de 2021

PORTUGAL VAI PESCAR MENOS 400 TONELADAS DE BACALHAU NA NORUEGA


Portugal vai poder pescar menos 437 toneladas de bacalhau em águas da Noruega em 2021. O ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, admite que não são boas notícias. Os pescadores dizem que, em matéria de bacalhau, este é "um ano para esquecer" e lamentam as sucessivas "cedências" da União Europeia (UE), primeiro ao Reino Unido, depois à Noruega.

Contas feitas, Portugal ficou com uma quota de "2607 toneladas em águas da zona económica exclusiva da Noruega e de 2274 toneladas ao largo do arquipélago de Svalbard", explicou, esta terça-feira, o ministro do Mar, no final do Conselho das Pescas dos 27. Quedas de 10 e 6% face a 2020, numa altura em que, considerando os dois pesqueiros, as possibilidades totais de captura subiram 20%.

"É o pior ano da década. Não se entende! Primeiro, a União Europeia deu ao Reino Unido 25% da quota de bacalhau no Svalbard, sem se perceber porquê. Depois, na distribuição, Portugal fica a perder quota. Ou seja, pagamos nós pelo acesso de outros a águas britânicas", frisa Luís Vicente, da Associação dos Armadores das Pescas Industriais (ADAPI).

"Nenhuma redução é bem recebida", reconheceu o ministro. Luís Vicente diz que Portugal, Espanha, França e Irlanda lavraram um protesto, mas "palavras não chegam".

A verdade é que, frisa, o acordo chegou "tarde e a más horas", tendo em conta que, em águas da Noruega a pesca se faz "até à Páscoa". E depois, com as possibilidades de captura de bacalhau a aumentarem 20%, a UE vai "perdendo terreno", cedendo a Oslo e, "de corte em corte, desaparecendo".

"A comissão não pode aceitar ser tratada assim. A Noruega vende a Portugal grande parte das 60 mil toneladas de bacalhau que consumimos por ano. Se beneficia por estar na Europa, temos também que fazer exigências", sublinha

O acordo tripartido entre a UE, o Reino Unido e a Noruega está, diz Serrão Santos, agora terminado, mas, quanto ao Svalbard, Luís Vicente ainda teme problemas. É que a UE entende poder pescar no Svalbard, território ártico norueguês mais de 28 mil toneladas. A Noruega diz que só aceita 17 mil. A ADAPI teme que, atingidas as 17 mil toneladas, haja problemas com a polícia norueguesa. "É uma bomba-relógio", remata.

Tudo isto, explica ainda, somado aos cortes de 86% nas possibilidades de captura na área da Organização de Pescas do Atlântico Noroeste (NAFO) faz Luís Vicente temer um ano "negro" para a frota portuguesa do bacalhau.

"QUEM O AVISA" SAIBA ONDE VÃO ESTAR OS RADARES EM FEVEREIRO

QUEM O AVISA. FEVEREIRO - OPERAÇÕES DE CONTROLO DE VELOCIDADE - RADAR AVEIRO 04/fev/25   08h00   AVENIDA EUROPA . Aveiro 06/fev/25   08h00  ...