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segunda-feira, 19 de abril de 2021

APÓS "DESAPARECIMENTO", RESPIRADORES SÃO ENCONTRADOS EM PAREDE FALSA DE HOSPITAL


Equipamentos encontrados foram analisados e encaminhados para uso imediato, em Belém, no Pará

O Hospital Regional Abelardo Santos, em Belém, no Pará, após apuração interna, descobriu atrás de uma parede falsa 19 respiradores que estavam desaparecidos. O hospital sofreu mudança administrativa e no dia 22 de março os aparelhos foram encontrados. A informação é da CNN

O hospital é considerado referência no combate à Covid-19 e, até o último dia 15, era destinado apenas para pacientes com a doença.

De acordo com a CNN, funcionários do hospital relataram que as paredes tiveram de ser quebradas para retirar os respiradores, que, em tese, deveriam ser utilizados para o tratamento dos pacientes. Ao que tudo indica, os aparelhos nunca foram utilizados. 

Em nota à emissora, o Governo do Pará afirma que não existia parede falsa e informou que foi aberta sindicância para descobrir porque os aparelhos não estavam sendo utilizados. O caso segue sendo investigado, junto ao Ministério Público Federal e a Polícia Federal do estado. Todos os aparelhos encontrados foram analisados e encaminhados para o combate à pandemia no estado.

domingo, 18 de abril de 2021

CIENTISTA DE DADOS PREVÊ BOMBA-RELÓGIO COM ACELARAÇÃO DE COVID-19: "BRASIL NÃO ESTÁ NEM PERTO DA QUEDA DE CASOS"


A aceleração de casos de covid-19 no Brasil é como um "foguete subindo a 10 mil quilômetros por hora até a estratosfera", compara o cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt.

Depois do cenário catastrófico do início do ano, com explosão das transmissões pelo vírus e lotação de UTIs no país, alguns Estados já passaram a flexibilizar as restrições que tentam diminuir a circulação do coronavírus. As medidas, contudo, estão sendo abandonadas de forma "bastante precipitada", avalia o cientista. A situação ainda é crítica, com alta ocupação hospitalar e alta de mortes diárias.

"O Brasil não está nem perto de ter queda de casos de covid-19", diz Schrarstzhaupt, um dos coordenadores da Rede Análise Covid-19. Com o afrouxamento, o cientista observa que alguns Estados já perigam voltar a acelerar o número de casos. "Estamos flexibilizando cedo demais e revertendo a desaceleração."

Com média de novos casos nos últimos sete dias em 65 mil diários e a de óbitos quase chegando a 3 mil mortes nos últimos dias, "flexibilizar agora vai criar uma explosão muito maior de casos", opina ele. "O Brasil só deu uma respirada, encheu pulmão de ar e já vai voltar a mergulhar de novo. Não deixou cair o número de casos para valer."

Mais de 371 mil pessoas já perderam a vida pela covid-19 no Brasil.

Especialistas em todo o Brasil têm pedido um "lockdown nacional", com medidas mais restritivas que as adotadas até agora e durante três semanas para sair da crise sanitária.

Em um lockdown, ou confinamento, as pessoas ficam dentro de casa para diminuir a circulação em ambientes com outras pessoas e, assim, quebrar cadeias de transmissão. A medida foi adotada em diversos países e se mostrou eficaz para conter o vírus e, como consequência, hospitalizações e mortes. Normalmente, essas medidas vêm associadas de auxílio financeiro do governo para quem não pode trabalhar de casa.


Mas mesmo as restrições mais brandas adotadas por Estados brasileiros estão sendo abandonadas agora, enquanto o país segue com um patamar bastante alto de casos. Essa situação pode resultar em dois cenários, prevê Schrarstzhaupt:

- O número de casos vai estabilizar, mas em um nível muito alto, transformando a "recém conquistada desaceleração em um platô de muitos óbitos";

- O número alto de pessoas doentes circulando será um "combustível" para novas infecções, gerando um novo aumento do número de casos, hospitalizações e mortes no Brasil

A vacinação, por enquanto, está muito incipiente para ser vista como um "escudo", diz ele. "Se eu fosse apostar, hoje estou enxergando um platô altíssimo. Os casos não vão cair, teremos uma ocupação enorme nos hospitais, aquela coisa ultraestressante para o sistema."

Foguete

Em seu dia a dia, Schrarstzhaupt faz análise de riscos para empresas. Na pandemia, passou a analisar dados de mobilidade da população e do número de casos de covid-19, fazendo previsões acertadas. Tornou-se um dos coordenadores da Rede Análise Covid-19, formada por pesquisadores voluntários dedicados a divulgar informações científicas sobre a pandemia no Brasil.

O cientista analisa dados de mobilidade fornecidos pelo Google. São dados anônimos de quem usa serviços de localização do celular, e mostram o deslocamento das pessoas em cidades e Estados para locais de trabalho, mercado, farmácias, residências, transporte público. Em suma, revelam a dinâmica da sociedade: se a população está ficando mais em casa ou se está saindo para realizar atividades em outros lugares.

Outra métrica que ele usa é a da média móvel de casos positivos por dia. Comparando quantos casos foram notificados a cada dia, Schrarstzhaupt consegue enxergar a aceleração. Ele explica: "A aceleração é a velocidade do crescimento. Está crescendo a quanto? É isso que eu procuro saber."


Ele então compara a mobilidade das pessoas com a aceleração - em tese, quanto maior o deslocamento das pessoas, maior é a possibilidade de contágio. Os dados não demonstram causa e efeito, mas correlação, embora desde o início da pandemia a correlação entre estes dados tenha sido bastante sólida, diz ele. O cruzamento desses dados o ajuda a prever a direção da pandemia no Brasil.

Para continuarmos na metáfora do início da reportagem, é como se a curva de casos de covid-19 no Brasil fosse um foguete, propõe o pesquisador. Quando o deslocamento das pessoas foi restringido nos últimos meses, o foguete desacelerou. Em outras palavras, continuou subindo, mas cada vez mais devagar.

"Estávamos explodindo sem freio. Fizemos restrições em vários Estados e conseguimos desacelerar. Não é queda, é a velocidade de subida que reduziu."

Foi um leve pé no freio, porque ainda estamos acelerando. O foguete "continua lá em cima na estratosfera", diz Schrarstzhaupt, "com muitos casos, internações e óbitos".

Para que mude de direção e comece a cair, é preciso fazer a mesma força para empurrá-lo para baixo. Essa força são as medidas de contenção do vírus, de restrição de mobilidade.

Estados

A explosão de casos de covid-19 no início do ano se deu de forma quase que sincronizada no Brasil todo, explica Schrarstzhaupt, e foi seguida de medidas restritivas ao deslocamento nos Estados.


Agora, a flexibilização dessas medidas já tem causado um impacto na desaceleração dos casos de covid-19 e indica um caminho perigoso para todos os Estados brasileiros. Segundo suas análises, todos devem tomar cuidado, mas há alguns que já mostram "reversão de tendência", ou seja, quando a desaceleração diminui e caminha novamente para uma aceleração.

No Amazonas, por exemplo, depois das restrições da fase roxa, houve queda de casos. Schrarstzhaupt lembra que ajuda também o "isolamento 'endógeno", de pessoas que ficam em casa por medo, mesmo sem restrições". Mas no dia 20 de março, o Estado passou da fase vermelha para a laranja, e agora o que se vê é que a velocidade de queda está freando.

Os dados mostram isso: levando em consideração a média móvel de casos no Amazonas e analisando sua velocidade, Schrarstzhaupt viu, no dia 11 de abril, que a variação naqueles últimos 30 dias havia sido de -36.84% (ou seja, queda). Nos últimos 10 dias, de -20%. Em outras palavras, diminuiu a velocidade da queda.

A Bahia é outro exemplo. "Vinha em aceleração, restringiu a mobilidade, desacelerou. Agora reabriu e já mostra reversão", diz. Em Salvador, os shoppings reabriram no dia 6/4.

Outros Estados que vinham desacelerando agora "rumam para uma estabilização da queda". Algo perigoso em um patamar tão alto, diz, pois há casos ativos demais transmitindo o vírus.

O governo de Alagoas anunciou a liberação do funcionamento de bares e restaurantes com atendimento presencial e, à noite, pague e leve, a partir do dia 6/4. Os dados mostram que os casos ali pararam de cair e "estabilizaram em um patamar altíssimo", diz o cientista.

O Rio ainda nem teve desaceleração - ali, os casos seguem aumentando. Na capital, a prefeitura retomou horários ampliados de funcionamento para o comércio - bares, restaurantes, lanchonetes e quiosques da orla do município. Escolas foram reabertas, assim como em São Paulo.

O governo do Rio Grande do Sul ampliou o horário em mercados, restaurantes e bares. Se nos últimos 30 dias antes de 11 de abril os casos estavam caindo a uma velocidade de -56%, nos últimos dez dias passaram a cair em uma velocidade de -19%. Ou seja, diminuiu a velocidade da queda. Ainda é uma queda, mas mais lenta, diz o cientista de dados.

O perigo para os Estados brasileiros é que o afrouxamento das medidas de proteção revertam a desaceleração e os casos voltem a subir.

Como muitos especialistas, Schrarstzhaupt defende um lockdown nacional para cortar pela raiz a disseminação dos casos, associado a um auxílio financeiro para a população passar por isso. "Quanto mais esperarmos para fazer, mais caro vai ficar. Teremos mais doentes, e levará mais tempo para o foguete descer", afirma.

domingo, 28 de março de 2021

SÃO SEBASTIÃO BARRA 28 TURISTAS COM COVID, MORADORES DE UBATUBA QUEIMAM PNEUS PARA IMPEDIR VEÍCULOS


Prefeituras do litoral de São Paulo têm realizado barreiras sanitárias e outras restrições após municípios da Grande São Paulo entrarem em um feriadão antecipado na sexta-feira, 26, que se estende até a Páscoa. Em São Sebastião, 28 turistas foram barrados após testarem positivo para a covid-19. Já Ubatuba teve um dos acessos bloqueados com pneus queimados, em protesto feito por moradores.

No Litoral Norte, São Sebastião teve filas de até 2 horas de espera na entrada da cidade no primeiro dia de barreira sanitária. Pelo tempo de espera, que gerou engarrafamento na rodovia Rio-Santos, a Polícia Rodoviária paulista determinou a interrupção do bloqueio.

Segundo a prefeitura, 1,1 mil testes rápidos do novo coronavírus foram realizados até as 18 horas de sexta, dos quais 28 tiveram resultado positivo. Os turistas com a doença foram orientados a voltar para casa, procurar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e se isolar em domicílio.

O município também instalou barreiras na entrada de praias, das quais parte foi destruída. Imagens de câmeras de vigilância da região irão auxiliar na investigação dos possíveis responsáveis.

Os tapumes têm o objetivo de restringir um único acesso por local, a fim de haver maior controle da circulação de pessoas, autorizadas a utilizar a faixa de areia apenas para a prática de exercícios.

Como outros municípios paulistas, São Sebastião enfrenta escassez de medicamentos do chamado "kit intubação", o que motivou a interrupção da admissão de pacientes na UTI Respiratória local. Os casos que necessitarem desse tipo de tratamento serão cadastrados na fila de espera da Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (CROSS).

Na vizinha Ubatuba, cerca de 250 pessoas utilizaram pneus queimados para bloquear o acesso ao município por volta das 22 horas de sexta. Segundo o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), houve interdição total da via por volta das 3h20 da madrugada deste sábado, 27.

Em um dos vídeos do protesto, compartilhado nas redes sociais, um morador diz que "não adianta a gente fechar a cidade, os comerciantes fecharem e os turistas descerem". "Moradores de Ubatuba, podem vir à vontade, mas turista não vai entrar", destaca.

Segundo a Polícia Rodoviária, a ação aconteceu no quilômetro 93 da Rodovia Oswaldo Cruz, próximo ao bairro Marafunda. O ato durou cerca de duas horas. Ninguém foi detido. Apesar da tentativa, os motoristas conseguiram desviar dos pneus queimados e seguir o trajeto. Neste sábado, o município passou a determinar as restrições previstas no Plano São Paulo após ser notificado de uma decisão liminar na Justiça paulista.

Em Santos, na Baixada, 528 veículos foram abordados na barreira sanitária criada no acesso do município na sexta. Segundo a prefeitura, o objetivo é impedir a entrada de vans, ônibus de turismo, micro-ônibus e carros de passeio com turistas.

Ao menos 15 veículos foram impedidos de ingressar, incluindo um automóvel cujo responsável não soube informar o motivo do deslocamento. Santos está com 92% de ocupação na UTI, média que é de 95% na rede privada.

Também na Baixada SantistaSão Vicente abordou 187 veículos em barreira sanitária na sexta, de acordo com a gestão municipal. Os acessos às praias estão bloqueados. A ocupação em UTI é de 90%.

Com 100% de ocupação na UTI, Guarujá também fez barreira sanitária, que começou na quarta-feira, 24, com 241 veículos impedidos de ingressar no município apenas no primeiro dia. Além disso, sete turistas com destino à trilha da Praia Branca tiveram de retornar à cidade de origem.

O acesso está livre exclusivamente para residentes, o que não inclui proprietários de imóveis de veraneio, e pessoas que exercem atividades essenciais no município. Caso o condutor se recuse a retornar ao local de origem, ele pode ter o veículo apreendido. Bertioga também aderiu a bloqueios, por meio de barreiras sanitárias e a instalação de manilhas de concreto e faixas de sinalização, que estão previstos até 4 de abril.

Em Praia Grande, a barreira sanitária chegou a causar um quilômetro de lentidão na Rodovia Imigrantes neste sábado, segundo a Ecovias. Também está suspensa a emissão de autorização para a entrada de veículos de turismo no município, que está com 100% de ocupação de UTI. Na quarta-feira, 24, um motorista da capital paulista com diagnóstico de covid-19 foi orientado a voltar para casa.

Em Caraguatatuba, também no Litoral Norte, há barreira sanitária e o acesso às duas pistas da Avenida Dr. Arthur Costa Filho (na orla) está fechado. A colocação de guarda-sóis, cadeiras, mesas, caixas de som e a permanência na areia estão proibidos, assim como o atendimento presencial nos quiosques e o trabalho de ambulantes nas praias.

terça-feira, 23 de março de 2021

FIOCRUZ DETECTA NOVAS MUTAÇÕES EM VARIANTES DO CORONAVÍRUS NO BRASIL


Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificaram novas alterações nas variantes do novo coronavírus em circulação no Brasil e ressaltaram a importância de se ampliar a vacinação e as medidas de contenção para mitigar a transmissão e o surgimento de cepas mais transmissíveis.

Até o momento, segundo os pesquisadores, as alterações encontradas ainda não caracterizam a formação de uma nova linhagem do Sars-CoV-2, uma vez que poucos genomas apresentam as alterações, mas ressaltaram que é preciso permanecer com o monitoramento genômico para acompanhar se essas alterações aumentarão de frequência.

“Esta nova geração de variantes pode ser menos suscetível à neutralização dos anticorpos que suas linhagens parentais P.1, P.2 e B.1.1.33. A pandemia de Covid-19 em 2021 no Brasil provavelmente será dominada por esse novo e complexo conjunto de variantes”, disse o pesquisador Tiago Gräf, um dos membros da pesquisa, em nota à imprensa.

Atualmente o Brasil tem quatro variantes principais do coronavírus em circulação. Uma delas, a P.1, originada no Amazonas, é considerada uma variante de preocupação devido à maior transmissibilidade e capacidade de escapar de anticorpos de infecções anteriores pelo coronavírus, o que tem colaborado para uma explosão de casos no país.

“O novo coronavírus está continuamente se adaptando e, com isso, propiciando o surgimento de novas variantes de preocupação e de interesse com alterações na proteína Spike”, disse a virologista Paola Cristina Resende, que atua como coordenadora da curadoria da plataforma genômica internacional Gisaid no Brasil.

As mutações detectadas ocorreram na proteína Spike, que é associada à capacidade de entrada do patógeno nas células humanas e é um dos principais alvos dos anticorpos produzidos pelo organismo para bloquear o vírus.

Os novos resultados são provenientes de amostras coletadas de pacientes de sete Estados: Amazonas, Bahia, Maranhão, Paraná, Rondônia, Minas Gerais e Alagoas. Os resultados do estudo foram publicados na plataforma de pré-print MedRxiv.

De acordo com os pesquisadores, as novas mutações detectadas nas linhagens do coronavírus no país estão em linha com evoluções do vírus ocorridas em outras cepas. Segundo os cientistas, a acumulação em sequência de mutações observadas no Brasil muito se assemelha ao padrão observado com a variante originada na África do Sul.

"Os pesquisadores da Rede Genômica Fiocruz alertam que os achados destacam a necessidade urgente de ampliação da vacinação e de implementação de medidas farmacológicas eficazes, visando a mitigação da transmissão comunitária e o surgimento de variantes mais transmissíveis", disse a Fiocruz em nota.

Apesar de ser o país com maior número de casos e de mortes por Covid-19 por dia atualmente no mundo, o Brasil só consegue sequenciar o genoma de uma parcela mínima dos casos confirmados de Covid-19, o que dificulta o acompanhamento das novas variantes.

Desde o início da pandemia o Brasil conseguiu sequenciar pouco mais 5.500 amostras, segundo a Fiocruz, em um total de mais de 12 milhões de casos confirmados da doença. O Reino Unido, que lidera o mundo em sequenciamento do vírus, sequenciou mais de 362 mil amostras, em um universo bem menor de casos totais, com 4,2 milhões.

segunda-feira, 22 de março de 2021

GERALDO LUÍS RECEBE ALTA APÓS SE RECUPERAR DA COVID-19: "VIVA A VIDA"


Geraldo Luís recebeu alta neste sábado, 20, depois de passar 22 dias internado com covid-19. O apresentador compartilhou a boa notícia em suas redes sociais na noite de domingo, 21.

Geraldo fez uma série de publicações para comemorar a sua recuperação: fotos ao lado da equipe médica, um vídeo homenageando a cardiologista Ludhmila Hajjar e outra foto com o filho João, que foi o “oxigênio de alma” no período de internação.

“Viva a vida! Depois de 22 dias internado, tive alta ontem à noite. Passei uma travessia como a de um rio turbulento que aos poucos foi acalmando. Agradeço toda equipe de enfermeiros, médicos e minha amiga que diretamente foi a responsável pelo meu tratamento que me trouxe de volta”, comemorou ele, se referindo a Ludhmila Hajjar.

Em outra postagem, o apresentador voltou a agradecer o trabalho de Ludhmila, que recusou o convite para assumir o Ministério da Saúde na última semana. “A seriedade de uma médica pesquisadora que se dedica a salvar todas as vidas. Foi Deus acima de tudo e, graças a essa mulher, que voltei a vida”, escreveu ele.

Sobre o filho, Geraldo compartilhou um desabafo sobre os momentos difíceis que passou na UTI e revelou que João foi essencial para a superação. “Nesses dias (João) foi meu oxigênio de alma. Teu silêncio ao meu lado era alimento para a minha alma, um filho tão jovem e tão humano”.

“Sua presença foi a presença de Jesus ao meu lado em dias de escuridão e medo. Vi sim seu olhar de dúvidas, mas ao mesmo tempo de calma. Entramos aqui juntos e saímos juntos dessa”, comemorou Geraldo Luís.

domingo, 21 de março de 2021

BRASILEIROS ESTÃO PROIBIDOS DE ENTRAR EM 15 PAÍSES POR CAUSA DA COVID


Todos os voos que saem do Brasil ou passam pelo país estão proibidos de entrar em 15 destinos internacionais. Os dados da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo) mostra ainda que outros 59 países têm restrições específicas para a entrada de brasileiros ou pessoas que estiveram no país nos últimos 15 dias.

A análise dos dados sobre onde os viajantes brasileiros são barrados levou em consideração apenas destinos que vetam, especificamente, a entrada tanto de voos como de pessoas que tiveram qualquer passagem pelo país nos últimos 15 dias. O Brasil é barrado pelos seguintes países até este sábado (20.mar.2021), por ordem alfabética:

  • Alemanha;
  • Arábia Saudita;
  • Áustria;
  • Colômbia;
  • Coreia do Sul;
  • Espanha;
  • Estados Unidos;
  • Japão;
  • Marrocos;
  • Omã;
  • Paquistão;
  • Peru;
  • Portugal;
  • Reino Unido;
  • Turquia.

Outros países têm restrições contra o Brasil, mas aceitam a entrada de viajantes desde que sigam regras sanitárias. É o caso de 59 países que exigem, em sua maioria, testes de covid-19 negativos realizados antes do embarque. Alguns destinos aceitam também simples certificados médicos que indiquem que a pessoa já teve a doença e agora tem anticorpos contra o coronavírus.

Mas há países, como o Equador e a Georgia, que colocam como condição que o viajante prove que foi vacinado contra a covid-19. Nos casos, os 2 destinos pedem um certificado de vacinação do país de origem do vacinado.

Leia abaixo todos os 65 países em que brasileiros têm entrada permitida e as exigências de cada território:

Já no Iraque, as autoridades sanitárias avisam que, mesmo com teste negativo, é possível que uma quarentena seja exigida dos turistas. Os valores gastos em testes e hospedagem durante o isolamento são de responsabilidade do viajante.

No mapa interativo da Iata (em inglês) é possível ver que a maior parte dos países contam com algum tipo de restrição para a entrada de viajantes. A maioria deles está com todos os voos cancelados até a 1ª semana de abril, como a Argentina, a Itália e a França. As únicas excessões nos países europeus são os outros territórios que fazem parte da UE (União Europeia).

Os únicos 6 países que não pedem nenhum tipo de certificado, teste ou quarentena contra a covid-19 para residentes ou viajantes de qualquer outro país são:

  • Afeganistão.
  • Albânia;
  • Eslováquia;
  • Macedônia do Norte;
  • Montenegro;
  • Sudão.

Em contrapartida, o Brasil só veta voos de 2 países atualmente: África do Sul e Reino Unido. Pessoas que passaram por esses destinos nos últimos 14 dias também estão vetadas nos aeroportos brasileiros. Viajantes de todos os outros países podem entrar em solo brasileiro desde que apresentem um teste negativo de covid-19, realizado até 3 dias antes do embarque.

sábado, 13 de março de 2021

LULA RECEBE PRIMEIRA DOSE DA VACINA E PEDE A BOLSONARO QUE DEIXE DE SER IGNORANTE


O ex-Presidente do Brasil Lula da Silva recebeu este sábado a primeira dose da vacina contra a covid-19 e apelou aos brasileiros para que se vacinem em massa, para combater a pandemia e a ignorância de negacionistas como Bolsonaro.

"Estou feliz e espero que a vacina dê o resultado que eu sonho e que as pessoas sonham. Tudo o que as pessoas querem é receber uma vacina que as livre daquele monstro chamado coronavírus e é por isso que o Presidente da República tem de deixar de ser ignorante, aprender a respeitar o sentimento do povo e garantir a todos uma vacina", disse Lula da Silva, numa transmissão através das redes sociais, depois de ser vacinado.

O dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT) de 75 anos, que viu, esta semana, as suas condenações por corrupção anuladas pelo Supremo Tribunal Federal, defendeu a vacinação e pediu ao Governo mais esforços para imunizar toda a população e agilizar o processo.

"Temos de lutar contra os negacionistas, lutar contra aqueles que não acreditam na vacina e só falam bobagens para a sociedade", acrescentou Lula da Silva, numa clara alusão a Jair Bolsonaro, atual Chefe de Estado, que tem questionado não apenas a gravidade da pandemia, mas também a eficácia e segurança das vacinas.

"Temos de mostrar que só existe uma forma de combater o coronavírus, que é vacinar-se, independentemente do país de origem da vacina. O importante é que seja eficaz", acrescentou o ex-sindicalista que governou o Brasil entre 2003 e 2010, aludindo novamente a Bolsonaro, que chegou a desprezar a vacina desenvolvida pela Sinovac Biotech, a mais utilizada até ao momento no país, por se tratar de um laboratório chinês.

O ex-Presidente adiantou que foi vacinado com a Coronavac, da Sinovac, produzida localmente pelo Instituto Butantan, um laboratório vinculado ao governo do Estado de São Paulo. "É exatamente a que eu queria", disse.

Lula, que foi autorizado a disputar as eleições presidenciais de 2022 depois de terem sido anuladas as suas sentenças, afirmou que é importante que os brasileiros se vacinem, evitem multidões e usem máscara, mesmo aqueles que não acreditam na ciência.

"Se você não se ama, pelo menos você ama sua família e seus amigos. E você tem que se cuidar porque se você for infetado, o vírus vai passar para eles. Então é melhor não pegar nem transmitir", salientou.

O ex-Presidente defendeu, ainda, que a vacinação é fundamental para vencer a pandemia e, por isso, o Governo tem de garantir vacinas para toda a população.

"Se tivéssemos um Governo que pensasse seriamente e não jogasse com a situação e dissesse tantas bobagens, já teríamos vacinas suficientes para toda a população", afirmou.

quinta-feira, 11 de março de 2021

DORIA ANUNCIA TOQUE DE RECOLHER E PROÍBE CULTOS RELIGIOSOS E FUTEBOL



O governador João Doria anunciou novas medidas restritivas para tentar frear o avanço da Covid-19 no estado de São Paulo. Entre as mudanças estão a limitação do horário de funcionamento de serviços essenciais e a suspensão das atividades presenciais nas escolas estaduais. O governo teme o iminente colapso do sistema de saúde. Chamada de 'fase de emergência', medidas entram em vigor na próxima segunda-feira (15) e duram ao menos por 15 dias, até o dia 30 de março.

"Nossos hospitais estão chegando no limite máximo de ocupação. Temos de adotar medidas mais duras de distanciamento social”, afirmou Doria. "Esse é o momento mais difícil da pandemia no nosso estado", disse Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde. Segundo ele, são 150 novas admissões de pacientes em UTIs a cada dia.

O que muda

Escolas estaduais serão fechadas. Unidades seguirão parcialmente abertas somente para atender alunos socialmente vulneráveis que precisem receber merenda. Para a rede privada, o funcionamento será opcional, mas as escolas só podem receber 35% da capacidade total.

Lojas de material de construção terão que fechar, assim como igrejas que só poderão receber fieis de forma individual. Jogos de futebol e outras esportes coletivos também não poderão acontecer. Escritórios só poderão funcionar em sistema de home office. Serviços de retirada de alimentos e produtos nos estabelecimentos está vetado. O delivery segue permitido.

Toque de recolher

Também será adotado um toque de recolher entre 20h e 5h. É proibida a circulação nesse horário. Também está proibido o uso de praias e parques. Na capital, a ideia das autoridades é reduzir em 4 milhões o número de pessoas circulando diariamente.

Em vídeo, João Doria disse nesta quinta que entende que as medidas são impopulares, mas que são necessárias para salvar vidas. “Vou honrar o cargo que ocupo, mesmo que isso custe minha popularidade. Vocês me elegeram para cuidar de vocês, não para cuidar de mim”, disse ele.

São Paulo está, desde o último sábado (6), na fase vermelha, a mais restritiva do plano de combate ao coronavírus até agora. Em vigência também está o chamado "toque de restrição", que limita a circulação de pessoas nas ruas entre 23h e 5h. O objetivo é combater festas e aglomerações durante à noite.

Na quarta (10), São Paulo registrou 469 óbitos pela Covid-19. No dia anterior, 517 pessoas haviam morrido por conta de complicações relacionadas com a doença. No Brasil, mais de 2.300 vidas foram perdidas em um único dia, entre terça e quarta, o recorde na pandemia.

Em Taboão da Serra, 11 pessoas morreram à espera de um leito de UTI. Em Riberão Pires, a prefeitura informou que duas pessoas também morreram por falta de leitos especializados. Na capital, 13 hospitais têm leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) lotadas com 100% de capacidade.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

UM BRASILEIRO PEGOU COVID-19 A CADA DOIS SEGUNDOS EM JANEIRO


O mês de janeiro também foi de recorde de casos no Brasil: até este domingo (31/01), o Ministério da Saúde contabilizou 1.528.758 diagnósticos no país.

Esse consolidado resulta em uma média aproximada de um caso a cada dois segundos no primeiro mês do ano.

O número de mortes, por sua vez, foi o terceiro maior de um mês desde o início da pandemia: em janeiro, 29.555 pessoas morreram no Brasil por COVID-19. Em junho, foram 30.280, enquanto em julho 32.881.

Portanto, 16,6% do total de casos e 13,1% do contingente de mortes ligadas ao novo coronavírus. durante toda a pandemia, aconteceram nos primeiros dias de 2021 no país. 

O salto, evidentemente, tem como causa as festas de fim de ano. Durante o período, muitos brasileiros ignoraram as medidas sanitárias, e o isolamento social despencou.  

Minas e BH 

Em Minas e em BH, o ápice também ocorreu em janeiro. Para efeito de comparação, 26% dos casos da doença registrados em toda a pandemia no estado foram nesse intervalo de tempo. Em BH, 28,5%. 

Nas 853 cidades mineiras, o governo registrou 191.577 diagnósticos no total, média de 4,3 infecções por minuto no mês.

Quanto às mortes, a estatística assusta ainda mais: a cada 14 minutos, uma pessoa perdeu a vida para a COVID-19 na unidade federativa no período: 3.158 em número absoluto.

 

Em todo janeiro, Belo Horizonte registrou 25.289 diagnósticos de COVID-19.

Arredondando, um morador da capital se infectou pelo vírus a cada dois minutos na cidade.

Quanto às mortes, a média foi de uma vida perdida a cada duas horas na capital mineira: 364 no total.

Se o número de diagnósticos foi recorde, o de óbitos não: em agosto, a gestão Alexandre Kalil (PSD) computou 451 mortes pelo vírus na cidade.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

GOVERNO MEXEU COM HONRA DA CHINA E ISSO NÃO SAI DE GRAÇA, DIZ PROFESSOR SOBRE INSUMO DE VACINAS


Após dar o pontapé na campanha de vacinação no domingo passado, o Brasil agora se vê envolvido em dificuldades para conseguir manter o ritmo de imunização inicialmente planejado. Isso porque insumos necessários para a continuidade da produção pelo Instituto Butantan estão parados na China e sem eles a programação de quem receberá as doses poderá ser alterada. O Estadão conversou sobre o assunto com o professor e diplomata Fausto Martha Godoy, coordenador do Núcleo de Estudos e Negócios Asiáticos na ESPM. 

                                      Leia a entrevista:

Por que a demora na negociação de insumos entre Brasil e China?

O governo chinês tem atualmente tremenda má vontade em relação ao Brasil. A China se recuperou do que passou, mas eles têm um conceito de honra muito importante, é um dos pilares de sua estrutura. O governo brasileiro cutucou a honra desse país e isso não vai sair de graça.

A demora tem relação com a crise diplomática provocada por Eduardo Bolsonaro no ano passado?

Quando começaram as primeiras manifestações do Bolsonaro e do filho, a embaixada reagiu de maneira contundente para os padrões chineses. Sei por experiência própria que nenhum diplomata se manifesta daquela maneira sem autorização do governo e principais autoridades do país. Desde então existe essa má vontade com relação ao governo atual.

A boa relação do governo de São Paulo com o laboratório chinês Sinovac pode ajudar nesse acordo?

Acontece que quando aconteceu essa crise, o governador de São Paulo já foi logo tratar com a Sinovac e garantiu a remessa para o Estado. O governo chinês sempre honrou com suas parcerias estratégicas. Existe uma relação do governo chinês com São Paulo e outra com o Brasil. Não digo que a China vai boicotar o Brasil porque iriam contra humanidade. Mas vão priorizar quem têm boa relação com eles inicialmente. São Paulo não é Brasil e quem sabe pode conseguir melhorar essa relação.

BRASIL DEVE ENFRENTAR PIOR FASE DA PANDEMIA NAS PRÓXIMAS SEMANAS


Nos últimos dias, a pandemia no Brasil foi marcada por imagens de dor e de esperança. De um lado, a falta de oxigênio em Manaus mostrou a tragédia causada pela falta de coordenação contra a covid-19. Do outro, a aprovação das primeiras vacinas deu o primeiro sinal, ainda bem distante, de que essa crise sanitária vai ter um fim.

Em meio a tantas notícias, especialistas ouvidos pela BBC News Brasil alertam que a situação da pandemia no país deve se agravar entre o final de janeiro e o início de fevereiro.

"Estamos num momento bem preocupante. Talvez as pessoas não estejam percebendo ainda, mas tudo indica que as próximas semanas serão complicadas", antevê o bioinformata Marcel Ribeiro-Dantas, pesquisador do Institut Curie, na França.

De acordo com o levantamento feito pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde), o país contabiliza até o momento 8,5 milhões de casos e 210 mil mortes por covid-19. Nos últimos dias, a confirmação de novas infeções e óbitos pela doença tem se mantido num patamar considerado alto.

A tendência, de acordo com epidemiologistas, bioinformatas e cientistas de dados ouvidos pela reportagem, é que esses números se mantenham elevados ou subam ainda mais daqui para a frente.

Mas qual a razão para isso? Há pelo menos quatro fatores que ajudam a explicar esse momento da pandemia no Brasil.

Efeito Natal e Réveillon

Não foram poucos os relatos de aglomerações nos últimos dias de dezembro. A despeito das orientações das autoridades em saúde pública, muitos familiares e amigos resolveram se reunir para celebrar o Natal e a passagem para 2021.

Os efeitos das festas começam a ser sentidos agora. E isso pode ser explicado pela própria dinâmica da covid-19 e o tempo que a doença demora a se manifestar e se desenvolver.

"A transmissão do vírus pode até ter ocorrido durante essas festas, mas a necessidade de ficar num hospital ou até a morte do paciente leva semanas para acontecer", nota o estatístico Leonardo Bastos, pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

Em linhas gerais, o indivíduo que é contaminado pelo coronavírus pode demorar até 14 dias para ter algum sintoma (como febre, tosse seca, dores, cansaço e falta de paladar ou olfato).

O problema é que, nesse ínterim, ele pode transmitir o agente infecioso para outras pessoas, criando novas cadeias de transmissão na comunidade.

Já nos quadros mais graves da doença, que evoluem para falta de ar e acometimento dos pulmões, há uma janela de cerca de sete dias entre o contato com o vírus e a necessidade de internação.

Depois da hospitalização, os pacientes que morrem por covid-19 podem ficar até cinco semanas num leito antes de falecer.

Considerando esse tempo todo de evolução da doença e o atraso nas notificações, é de se esperar que as infeções pelo coronavírus que aconteceram entre os dias 24 de dezembro e 1º de janeiro apareçam com mais frequência nos boletins epidemiológicos daqui pra frente.

Essa bola de neve do final de ano pode ser emendada com outra, provocada pelas aglomerações relacionadas ao Enem.

É preciso considerar que, no último domingo (17/12), mais de 2,5 milhões de brasileiros se deslocaram até o local da prova e permaneceram por várias horas em locais fechados com desconhecidos ao redor.

Os epidemiologistas e cientistas de dados poderão medir o efeito dessa movimentação de tanta gente nas cidades brasileiras a partir de fevereiro ou março.

Onda de mutações e variantes

Nas últimas semanas, cientistas detetaram variantes do coronavírus que causaram grande preocupação.

Três dessas novas versões ganharam destaque. Elas foram encontradas no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil (mais precisamente em Manaus).

O que chamou atenção é que esse trio traz mutações nos genes relacionados à espícula, uma estrutura que fica na superfície viral e permite que ele invada as células do nosso corpo para dar início à infeção.

Tudo indica que essas mudanças genéticas deixaram o vírus ainda mais infecioso e podem facilitar a sua transmissão. Isso ajudaria a explicar, por exemplo, o aumento de casos que ocorreu em algumas cidades britânicas ou em Manaus.

Por mais que essas variantes não tenham sido relacionadas a quadros mais graves de covid-19, elas podem ter um efeito indireto na mortalidade — afinal, se mais gente pegar a doença, o número de internações e mortes subirá.

"Os vírus sofrem modificações a todo o momento e, quanto mais ele circular entre as pessoas, maior será a chance de ele ter mutações e se tornar mais ou menos agressivo", pondera o médico Marcio Sommer Bittencourt, do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiologia do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP).

Demora na atualização dos dados

No mês de dezembro, é comum que muitos funcionários tirem férias. Setores e departamentos de empresas privadas ou órgãos públicos entram em recesso por alguns dias. Alguns setores chegam a trabalhar com equipes reduzidas.

Isso, claro, aconteceu com trabalhadores da área de saúde e de vigilância epidemiológica dos estados e dos municípios brasileiros.

"Uma coisa que notamos desde o final de 2020 é um atraso muito grande na digitação dos dados de pacientes com covid-19 confirmada. No Rio Grande do Sul, por exemplo, 68% dos casos de infeção pelo coronavírus que apareceram nos sistemas do governo em janeiro ocorreram nos meses anteriores", observa o cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt, coordenador da Rede Análise Covid-19.

Os laboratórios que fazem testes dos casos suspeitos da doença também estão demorando muito mais para soltar o resultado, segundo os relatórios do Gerenciador de Ambiente Laboratorial, plataforma mantida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

No mês de novembro, 91% das amostras dos pacientes com suspeita de covid-19 eram processadas e avaliadas num período de até dois dias e 8% demoravam entre três e cinco dias.

Já em dezembro, 73% dos exames tiveram seu lado liberado em menos de 48 horas. Cerca de 18% das análises levavam entre três e cinco dias e 9% tiveram que aguardar até dez dias para ter um diagnóstico confirmado ou descartado.

É claro que atrasos já aconteciam antes, mas eles estão mais graves e preocupantes nas últimas semanas, afirmam os especialistas.

Novas gestões e acúmulo de trabalho

Outro fator que parece ter atrapalhado ainda mais a coleta das estatísticas foi a transição de governo em muitas cidades brasileiras. Várias prefeituras tiveram uma troca de comando a partir de janeiro.

"Há casos em que o novo prefeito modificou o secretário de saúde e reformulou a equipe que acompanha essas questões. Há um tempo até que esses novos gestores se acostumem ao ritmo e às necessidades da pandemia", afirma Schrarstzhaupt, da Rede Análise Covid-19.

Por fim, os profissionais de saúde estão sofrendo com o acúmulo de funções. Em muitos lugares, são os próprios médicos e enfermeiros que precisam alimentar o sistema de informática com os novos casos confirmados de covid-19 no hospital.

"E isso envolve até uma questão ética. Entre digitar uma ficha no computador e tratar um paciente que demanda cuidados, a segunda opção é sempre mais urgente. Necessitamos de mais investimento em vigilância e profissionais que façam esse trabalho de atualização", aponta Bastos, da Fiocruz.

"Tenho visto cada vez mais médicos postando nas redes sociais fotos da montoeira de fichas de papel que aguardam digitação no sistema. É uma pilha que parece nunca diminuir", completa Schrarstzhaupt.

Realidade paralela

O descompasso entre o que mostram as curvas epidêmicas desatualizadas e o verdadeiro cenário da pandemia pode fazer muito estragos.

Para início de conversa, essa subnotificação de casos e mortes por covid-19 traz uma falsa sensação de segurança, como se o pior já tivesse passado.

"E isso ajuda a vender uma retórica que agrada algumas pessoas. Quantas vezes já ouvimos gente anunciar que a pandemia estava chegando ao fim? Que teríamos uma queda dos casos e mortes a partir da próxima semana?", questiona Ribeiro-Dantas, do Institut Curie.

A principal lição é sempre tomar cuidado com as estatísticas mais recentes. "É preciso ter mais transparência e evidenciar que os dados dos últimos 15 dias não são absolutamente confiáveis e sofrerão atualizações. Se os números estiverem caindo, devemos ter um pouco de calma antes de anunciar que a situação está tranquila", ensina o bioinformata.

A parte que nos cabe

Bittencourt, do Hospital Universitário da USP, diz que o aparecimento das variantes do vírus era algo esperado durante a pandemia. "O comportamento do vírus é altamente previsível. Mas a mesma coisa não pode ser dita sobre o comportamento das pessoas", diz.

O especialista se refere ao papel de cada cidadão no enfrentamento da pandemia. Afinal, apesar do cansaço acumulado dos quase 12 meses pandêmicos, as medidas preventivas continuam essenciais.

Todos precisamos seguir com os cuidados básicos, como a limpeza das mãos, o uso de máscaras e o distanciamento físico das pessoas que não fazem parte de nosso convívio diário. Outro ponto pouco lembrado na lista das recomendações básicas é a preferência por locais abertos e com boa circulação de ar.


Se, por um lado, há uma série de responsabilidades individuais muito importantes, por outro não podemos nos esquecer também das políticas de saúde pública, que sempre carecem de reforço das autoridades municipais, estaduais e federais.

Nesse sentido, o recrudescimento da pandemia vai exigir ações mais contundentes para diminuir a circulação das pessoas.

"Não há a menor dúvida de que temos que aumentar medidas de controle. Isso depende da dinâmica de cada lugar, mas no geral o maior impacto ocorre quando as intervenções são feitas em lugares fechados, onde as pessoas ficam mais próximas umas das outras ou não usam máscaras. Esses locais não deveriam estar abertos agora", esclarece Bittencourt.

A chegada das primeiras vacinas sinaliza um caminho promissor para o fim da pandemia. Mas ainda há muito chão a ser percorrido antes que a covid-19 se torne um tormento do passado.

Danny Altmann, professor de imunologia na Universidade Imperial College, em Londres, diz que não aconselharia ninguém a se considerar seguro 14 dias após a primeira dose da vacina contra o coronavírus. "Me comportaria exatamente como se ainda não tivesse tomado a vacina", diz Altmann. "Não baixaria minha guarda ou faria algo diferente."

Deborah Dunn-Walters, professora de imunologia da Universidade de Surrey, na Inglaterra, concorda, inclusive para quem tomou duas doses. "Uma razão é que você não estará totalmente protegido. E outra é que ainda não há evidências de que ter tomado a vacina vai impedir que você pegue o vírus e passe adiante".

Dunn-Walters faz questão de salientar que a imunidade leva tempo para se desenvolver. Então, independentemente de uma única dose de qualquer uma das vacinas covid-19 poder fornecer proteção, não estaremos totalmente imunes nas primeiras semanas.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

VIDEO: BOLSONARO FINALMENTE SE MANIFESTA SOBRE VACINA E DÁ ALFINETADA EM DÓRIA


Vacinação contra a covid-19 começa nesta segunda em todos os estados

João Doria (PSDB) deu início à vacinação neste domingo, 17, sem esperar a distribuição do Ministério da Saúde — ato classificado pelo ministro Eduardo Pazuello como ilegal. Bolsonaro, que colocou a eficácia dos imunizantes em dúvida diversas vezes, também afirmou que após a aprovação da Anvisa “não tem o que discutir mais”.

“Apesar da vacina…Apesar, não. A Anvisa aprovou, não tem o que discutir mais. Agora, havendo disponibilidade no mercado, a gente vai comprar e vai atrás de contratos que fizemos também, que era para ter chegado aqui. Então, está liberada a aplicação no Brasil. E a vacina é do Brasil, não é de nenhum governador, não”, disse Bolsonaro a apoiadores, no Palácio da Alvorada.


Em outro momento, Bolsonaro disse que “ninguém tomaria a vacina do Doria na marra”. “E eu, que sou o governo, e o dinheiro não é meu, é do povo, não vai comprar tua vacina também não, tá ok? Procura outro pra pagar tua vacina”.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

ESTOQUE DE OXIGÊNIO ACABA EM HOSPITAIS DE MANAUS E PACIENTES MORREM ASFIXIADOS


SÃO PAULO - Com a nova explosão de casos de covid no Amazonas, o estoque de oxigênio acabou em vários hospitais de Manaus nesta quinta-feira, 14, levando pacientes internados à morte por asfixia, segundo relatos de médicos que trabalham na capital amazonense. O governo federal anunciou que vai transferir pacientes para outros Estados.

O Hospital Universitário Getúlio Vargas, ligado à Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ficou cerca de quatro horas sem o insumo na manhã desta quinta, o que gerou desespero entre os profissionais, segundo relatou ao Estadão uma médica da unidade, que não quis de identificar.

"Colegas perderam pacientes na UTI por causa da falta de oxigênio. Eles ainda tentaram ambuzar (ventilar manualmente), mas foi só para tentar até o último recurso mesmo, porque é inviável manter isso por muito tempo. Cansa muito, tem que revezar os profissionais. Chamaram residentes para ajudar na ventilação manual. A vontade que dá é de chorar o tempo inteiro. Você vê o paciente morrendo na sua frente e não pode fazer nada. É como se ver numa guerra e não ter armas para lutar", disse.

Diversos relatos que circulam nas redes sociais dão conta de que a situação é crítica e centenas de pessoas internadas correm risco de morrer. “O Getúlio Vargas está sem oxigênio e todos os pacientes estão sendo ambuzados (ventilação manual). Se alguém puder ajudar para fazer o revezamento para ambuzar no CTI no quinto andar, por favor, estamos necessitando”, afirma um médico, em um alerta que circulou pelas redes sociais e confirmado ao Estadão por profissionais que trabalham no hospital.

Ambuzar é uma expressão usada para a oxigenação mecânica em que um profissional precisa ficar bombeando um balão de oxigênio com as mãos, o que é exaustivo e precisa de revezamento constante.

Segundo a médica ouvida pela reportagem, o Getúlio Vargas recebeu, por volta das 12 horas, alguns cilindros de oxigênio, mas a estimativa era a de que eles seriam suficientes para apenas duas horas.

De acordo com relatos de outros profissionais de saúde da cidade postados nas redes sociais, a maioria dos hospitais sofre o mesmo problema. Há registro de falta do insumo nos hospitais Fundação de Medicina Tropical e nos serviços de pronto-atendimento (SPAs) da capital amazonense.

O procurador de Justiça Públio Caio Dessa Cyrino, que tinha um filho internado no Hospital Fundação de Medicina Tropical, disse ao Estadão que pela manhã não havia oxigênio para nenhum dos pacientes. “Minha nora me ligou às 5h, quando ela foi lá visitá-lo, avisando que tinha acabado. Ele estava no terceiro dia de UTI e evoluindo bem. Por sorte eu tinha uma ‘bala’ de oxigênio em casa e corri para o hospital para levar para ele. Quando cheguei com a bala na mão, vi o olhar de desespero dos médicos, servidores. Eles estavam em choque, sem poder fazer nada.”

Cyrino conta que o filho, de 36 anos, começou a se sentir mal há quase duas semanas, mas logo no início não achou vaga em hospital e ficou em home care, por isso ele tinha oxigênio. “Isso aqui é uma praça de guerra. E esse governo irresponsável não se planejou para a guerra, apesar de saber que ela iria ocorrer”, disse.

Ele conseguiu contratar uma UTI aérea e ia transferir o filho para São Paulo agora à tarde. “Eu consegui, mas quantas centenas não têm como fazer isso e podem morrer hoje?”

Mesmo as unidades que ainda não chegaram ao fim do estoque têm insumo escasso, como é o caso do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. Médico de urgência e emergência na unidade, Diemerson Silva diz que a demanda por oxigênio se intensificou com o aumento de internações pela covid-19 nos últimos sete dias.

“O hospital é abastecido de forma diária, de acordo com a necessidade, mas na última semana houve uma maior necessidade e, com essa dimensão, tivemos que fazer o uso racional do oxigênio”, explica. “O que tem acontecido é que há aumento da demanda de consumo e, infelizmente, uma diminuição da oferta.”

Silva conta que o hospital tem, nesta quinta-feira, ao menos cem pacientes, entre enfermaria e unidade de tratamento intensivo, com necessidade de oxigenação. “No momento, não temos pacientes sem oxigênio, mas temos uma oferta que não vai dar para suprir todos. Chegam muitos pacientes a cada hora e não sabemos até quando vamos conseguir ofertar para essa quantidade de pessoas.”

De acordo com ele, houve uma reunião nesta manhã entre os membros do gabinete de crise e agora o hospital aguarda o suprimento vindo de outros Estados.

Segundo Marcellus Campêllo, secretário Estadual da Saúde do Amazonas, as empresas fornecedoras de oxigênio entraram em colapso por não conseguir atender a demanda pelo insumo, que dobrou em relação ao primeiro pico da pandemia, em abril e maio.

"No 1º pico, o consumo máximo foi de 30 mil metros cúbicos de oxigênio e, nesse momento, nós estamos com consumo acima de 70 mil cúbicos de oxigênio. O número mais que dobrou em relação ao pico do ano passado. Ontem à noite fomos informados do colapso do plano logístico em relação a algumas entregas que estariam abastecendo a cidade de Manaus, o que causará uma interrupção da programação por algumas horas", declarou.

Pacientes devem ser transferidos para outros Estados

Com o colapso da rede de atendimento, o Amazonas deve transferir os seus pacientes a outros Estados. A ideia é que ao menos 750 pessoas recebam tratamento em diversas outras cidades.

Mais cedo, em entrevista à imprensa, o governador Wilson Lima (PSC) afirmou que o Amazonas vive "o momento mais crítico da pandemia, algo sem precedente". No ano passado, as redes de saúde e funerária do Estado já colapsaram.

O governo federal irá apoiar a transferência dos pacientes, em aviões militares. O secretário nacional de Atenção Especializada em Saúde, Franco Duarte, disse que serão transferidos pacientes com quadros "moderados", que exigem uso de oxigênio, mas têm ainda condições de serem transportados.

O vice-presidente Hamilton Mourão informou na tarde desta quinta que aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) transportarão a Manaus mais de oito toneladas de material hospitalar, entre camas, cilindros de oxigênio, macas e barracas.

Com novo pico de covid-19, enterros em Manaus quintuplicam em um mês

O número de sepultamentos em Manaus quintuplicou em um mês, segundo dados divulgados pela Prefeitura. Na quarta-feira, 13, 198 enterros ocorreram na capital, dos quais 87 tinham confirmação para covid-19 e sete eram de casos suspeitos. Em 13 de dezembro foram 36 óbitos, seis com resultado positivo para o vírus. Isto representa um aumento de 450%.

O crescimento também se repete entre as mortes em domicílio, que quadruplicaram. Em 13 de dezembro, foram registradas 6 pela gestão municipal, número que subiu para 26 em 13 de janeiro.

Com o aumento de sepultamentos, duas câmaras frigoríficas foram instaladas pela gestão municipal e começaram a funcionar nesta quinta-feira no cemitério público Nossa Senhora Aparecida. Elas são destinadas ao armazenamento provisório de até 60 caixões.

"QUEM O AVISA" SAIBA ONDE VÃO ESTAR OS RADARES EM FEVEREIRO

QUEM O AVISA. FEVEREIRO - OPERAÇÕES DE CONTROLO DE VELOCIDADE - RADAR AVEIRO 04/fev/25   08h00   AVENIDA EUROPA . Aveiro 06/fev/25   08h00  ...