A ETAR situada na zona da Torre não tem dado resposta aos efluentes que acabam por vazar para o terreno e verter encosta abaixo.
Os vestígios, não apenas os que se veem mas também os que o mau cheiro denuncia, indicam esgotos que correm a céu aberto e que formam uma linha de água. Vêm do Centro Comercial da Torre, em pleno Parque Natural da Serra da Estrela.
A pequena estação de tratamento de águas residuais (ETAR), instalada no local em 2005, funciona como depósito.
Contactada pela SIC, a Turistrela, empresa concessionária do turismo na Serra da Estrela e responsável pela manutenção do equipamento, assegura que as descargas são pontuais e que acontecem em períodos de maior afluência de turistas.
A empresa garante ainda que a limpeza dos depósitos é feita a cada quatro meses e que o problema ficará resolvido com uma nova intervenção, dentro de poucos dias.
No entanto, em resposta ao pedido de esclarecimento feito pela SIC, a direção regional do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) salienta que "diariamente é necessário realizar a retenção e remoção de materiais sólidos e o arejamento para oxigenação dos caudais".
A direção regional do ICNF fez saber que tem acompanhado o funcionamento da ETAR com "visitas e inspeções ao local" e tem feito "várias notificações à Turistrela para garantir o adequado funcionamento da instalação". Reconhece que "a verificar-se a fraca qualidade dos efluentes, poderá ser fator de perturbação para a fauna e flora existentes".
Uma situação que, aliás, tem sido denunciada por ambientalistas, que dizem estar em causa a saúde pública e a qualidade ambiental num território reconhecido desde 2019 como Geoparque Mundial da Unesco.
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