
Uma mulher ter-se-á aproveitado de cargos de chefia numa Instituição Particular de Solidariedade Social em Alhos Vedros, na Moita, para desviar 300 mil euros. O marido, funcionário da IPSS, participou no crime e o casal vai agora a julgamento.
A suspeita enfrenta acusações pelo Ministério Público da Moita de administração danosa e de um crime continuado de abuso de poder, enquanto o homem pode ser julgado por peculato e participação económica em negócio. Os crimes terão ocorrido entre 1993 e 2015.
A arguida exerceu funções como técnica oficial de contas e ascendeu à coordenação da IPSS: ganhou a confiança dos órgãos de Direção da IPSS e era a responsável pela organização administrativa e financeira da instituição.
De acordo com a acusação, atribuiu a si própria aumentos remuneratórios sem ter poderes para tal. Ainda mediante a utilização dos cargos que exercia na instituição, encontra-se indiciada de privilegiar o marido, funcionário da mesma IPSS, através de promoções céleres e pagamentos de serviços mesmo que estes não fossem realizados.
A arguida deixou também de proceder à organização de contabilidade e, consequentemente, de apresentar à Segurança Social os orçamentos e contas anuais, incumprindo assim obrigações que a IPSS assumira aquando da celebração de acordos de cooperação e financiamento.
Em consequência da falta de controlo contabilístico, do pagamento de serviços não contratados e, em geral, da falta de controlo sobre as despesas, a situação financeira da instituição agravou-se, chegando mesmo a ser negativa nos anos de 2013 a 2015.
O Ministério Público pede ainda em julgamento a perda de vantagens geradas pelo crime, no valor calculado de mais de 300 mil euros.
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