O presidente do PSD declarou, esta quinta-feira, que o carro em que seguia o Ministro da Administração Interna, envolvido num acidente mortal, não está registado e exigiu esclarecimentos, lamentando que a questão ande "de trapalhada em trapalhada".
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Rui Rio começou por dizer que "como tem sido público e notório", a questão do atropelamento de um trabalhador na autoestrada A6, que provocou a sua morte, pelo carro onde vinha o Ministro da Administração Interna "tem andado de trapalhada em trapalhada e cada vez se entende menos".
"Temos de saber se havia sinalização da obra ou não havia sinalização da obra, temos acima de tudo de saber a velocidade a que o carro vinha, e agora temos que saber mais uma coisa que eu não entendo: é que o carro que transportava o MAI pura e simplesmente não está registado na conservatória do registo automóvel", avançou.
Segundo o líder social-democrata, a matrícula não consta dos registos, "o carro pura e simplesmente não está registado".
Rio disse que procurou na legislação "para ver se havia alguma norma de exceção que dissesse que os automóveis do Estado, os automóveis do Governo, não carecessem de registo" e não a encontrou.
"O carro que transporta um membro do Governo e um membro do Governo que é ele próprio responsável pela segurança rodoviária. Portanto, se tínhamos estas trapalhadas todas temos mais uma e eu gostava de perguntar publicamente ao Governo a razão pela qual o carro não está registado como qualquer outro carro", questionou.
Questionado sobre se tenciona chamar ao parlamento Eduardo Cabrita, caso este continue em silêncio sobre o acidente, Rio disse que até poderia fazê-lo mas, na sua opinião, "depois de tudo o que aconteceu com o ministro Eduardo Cabrita" a responsabilidade "não é do ministro, a responsabilidade é do primeiro-ministro".
"O primeiro-ministro ao manter em funções, legitimamente, é ele que decide, mas ao manter em funções o atual MAI, passou a ser ele o responsável por tudo aquilo que o ministro tem vindo a fazer, ou a não fazer", sustentou, apontando que está em causa "uma fatalidade" que ninguém deseja e que "não deve ser politicamente explorado" mas o problema é "as condições em que as coisas acontecem", nomeadamente o porquê de o carro não estar registado ou a velocidade a que o carro seguia.
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