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segunda-feira, 24 de maio de 2021

EM MENOS DE UM SEGUNDO. CÃES DETETAM COVID-19 COM 94% DE PRECISÃO


São mais rápidos do que os testes com zaragatoas e mais eficazes do que os testes antigénio. Estes cães são treinados para detetar o coronavírus em humanos.

Um estudo divulgado esta segunda-feira revela que os cães conseguem detetar casos de Covid-19 mais rapidamente do que os testes PCR, feitos com zaragatoas. A investigação, publicada na revista médica The BMJ, indica que as pessoas infetadas pelo coronavírus ficam com um odor particular que os cães treinados conseguem distinguir com alta precisão.

Claire Guest, uma das autoras do estudo, é responsável pela organização Medical Detection Dogs, criada em 2008 para treinar cães de companhia na deteção de doenças em humanos desde diabetes a cancro, passando pela doença de Parkinson.

Quando a pandemia eclodiu, a organização tinha acabado de conduzir um estudo que comprovava que os cães conseguem detetar casos de malária. Com a propagação da Covid-19, decidiram avançar com uma investigação para perceber se os animais também seriam capazes de detetar a infeção pelo coronavírus. E a resposta foi positiva.

Apesar de ainda não ter sido revisto pela comunidade científica, o estudo agora divulgado mostra que os cães conseguem cheirar, em menos de um segundo, a presença do coronavírus nas roupas de pessoas infetadas em cada 100 casos de infeção, os cães detetaram o vírus em 94, ou seja, têm uma precisão de 94%. De notar que os testes PCR que levam várias horas até haver resultados têm uma precisão de cerca de 97% e que os testes antigénio de deteção rápida que levam até 30 minutos a mostrar resultados têm uma precisão que varia entre os 58% e os 77%.

Assim, os "testes caninos" mostram-se claramente em vantagem, mostrando-se eficazes mesmo no caso das pessoas assintomáticas ou com cargas virais baixas.

Na Medical Detection Dogs, os cães são treinados para cheirar várias amostras diferentes e parar, agitar a cauda ou sentarem-se e emitirem sons, quando detetam o vírus numa delas. Alguns dos cães treinados pela organização já nascem lá e são treinados desde pequeninos para a deteção de doenças, mas outros são resgatados ou adotados e treinados já em crescidos os labradores, retrievers e spaniels são as raças mais eficazes nesta missão.

De acordo com o jornal The Guardian, demora entre oito a dez semanas a treinar um cão para a deteção da Covid-19. Sempre que indicam corretamente a presença do vírus em t-shirts, meias e máscaras de proteção de profissionais de saúde que testaram positivo à Covid-19, os animais são recompensados com comida ou com uma bola para brincar.

A organização está agora a trabalhar para aumentar a capacidade de diagnóstico. São precisos mais cães e mais amostras de peças de vestuário usadas por pessoas infetadas pelo coronavírus.

Além deste projeto no Reino Unido, estudos semelhantes estão a ser levados a cabo noutros países como França, Finlândia, Líbano e até em Portugal.

Ainda assim, a deteção da Covid-19 com recurso aos cães não substitui o despiste com os testes PCR, que, de facto, confirmam laboratorialmente a infeção pelo coronavírus. Estes "testes caninos" podem, no entanto, ser de grande uso em espaços como aeroportos, para deteção de casos suspeitos entre passageiros, por exemplo.

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