Nova teoria de conspiração sobre os efeitos da vacina contra o coronavírus expõe ao ridículo aqueles que recusam a vacinação.
Uma nova conspiração norte-americana está a cruzar o céu do universo antivacinas e pode, finalmente, levar a que alguns americanos que são terminantemente contra o uso de máscaras façam o impensável: pôr uma máscara de proteção respiratória e manter distância social.
A conspiração é relatada pela "Vice", revista canadiana-americana de investigação em cultura e temas sociais fraturantes.
Segundo a publicação, a teoria conspirativa assenta nisto: os vacinados podem "derramar" certas proteínas sobre os não vacinados e estes sofrerão efeitos muito adversos.
A principal preocupação é que o "derramamento" possa causar menstruação irregular, infertilidade e abortos espontâneos. A teoria não explica porque é que esses efeitos secundários só afetarão as mulheres.
A tese conspirativa, que não tem, evidentemente, qualquer base científica ou sequer sustentação lógica, é, explica a "Vice", a engrenagem principal numa conspiração maior: a covid-19 foi um estratagema para limpar a sobrepopulação do Mundo, e a vacina é o que vai agora abater o resto das massas que estão a mais.
Vários especialistas dizem que a conspiração nasce de um mal-entendido fundamental sobre a forma como as vacinas funcionam. E foi amplamente desmascarada, diz a "Vice".
Os influenciadores antivacinas estão agora a instruir os seus adeptos, bem como aqueles que são anti-máscaras, que uma das melhores maneiras de se defenderem dessa "praga" é praticarem o distanciamento social, coisa que sempre abominaram.
Sherri Tenpenny, uma figura proeminente da antivacinação no espetro norte-americano, é, aponta a "Vice", uma figura fundamental na disseminação de teorias da conspiração contra a covid. Numa recente transmissão ao vivo nas redes sociais, ela afirmou que "o melhor é ficar longe de qualquer pessoa que já tenha tomado a vacina contra a covid". E ficar "longe para sempre".
Outra sumidade da antivacinação sugeriu, também nas redes sociais, que talvez se deva "colocar em quarentena as pessoas que foram vacinadas".
E Larry Palevsky, pediatra nova-iorquino e infame negacionista das vacinas, sugeriu isto nas suas redes sociais: "As pessoas que já foram vacinadas deviam colocar um distintivo no braço. Assim saberíamos evitá-los na rua e não chegaríamos nunca perto deles".
Um utilizador do "4chan", site de internet onde muitas destas teorias se disseminam como o fogo num palheiro, prometeu ao Mundo: "Vou vigiar essas histórias da vacinação como um falcão". E depois perguntou: "A minha família vai precisar de usar máscara para se proteger contra os vacinados?". Aparentemente, a pergunta não continha ironia ou qualquer outra forma reconhecida de sarcasmo.
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