O presidente do PSD, Rui Rio, anunciou que o partido apoiará a revisão da legislação para impedir que um único município possa "vetar" a localização de um projeto nacional, como o novo aeroporto de Lisboa. Rio também revelou que o partido apresentará cerca de 100 candidatos autárquicos esta quarta-feira.
No final de uma reunião com o Fórum para a Competitividade, Rio explicou que o PSD mudou de posição porque "existe uma situação muito diferente" da que existia há 24 horas. O líder laranja referia-se ao facto de o Governo ter admitido que todas as hipóteses de localização do futuro aeroporto - e já não apenas o Montijo - estão novamente "em cima da mesa".
"Se é neste enquadramento que o Governo pretende mudar lei, nós estaremos de acordo com a mudança dessa lei. O que não estávamos de acordo era em mudá-la para beneficiar um projeto em concreto, isso seria uma lei à medida. A partir do momento em que os projetos estão outra vez todos em aberto para se ver qual é o melhor, é o momento de repensar a lei", afirmou.
Rui Rio acrescentou que o poder de "um único município" poder reprovar projetos de âmbito nacional "por razões meramente municipais é um exagero".
PSD vai apresentar 100 candidatos, Porto de fora
O presidente social-democrata revelou também que o PSD apresentará, esta quarta-feira, "à volta de 100 candidatos" às eleições autárquicas de setembro/outubro. No entanto, entre eles não estará o candidato à Câmara do Porto - que, tal como os de outras capitais de distrito, apenas será conhecido "na devida altura".
Os candidatos que o partido anunciará esta quarta-feira não são para concelhos "de primeira linha", detalhou Rio. Desta forma, o objetivo é "mostrar que o processo está a andar no ritmo certo": primeiro com o anúncio de Carlos Moedas para a Câmara de Lisboa, depois com várias outras autarquias.
Rui Rio sublinhou que Moedas, apoiado por PSD e CDS, é "a melhor pessoa" para concorrer às eleições na capital. Também elogiou Fernando Negrão, que entrará na corrida em Setúbal, e afirmou: "Não é possível arranjar, em 308 concelhos, soluções tão boas como estas, mas em todas vamos fazer o melhor possível".
Questionado sobre se teme que Carlos Moedas o venha a desafiar, no futuro, para a liderança do PSD, Rio respondeu que espera que o ex-comissário europeu tenha um "futuro brilhante" no partido.
Desconfinar antes da Páscoa? "Não se pode repetir o erro"
O presidente do PSD voltou a defender que o plano para o desconfinamento do país "já devia existir". Uma vez mais, Rio sublinhou que o Governo deve anunciar quais os "indicadores", a nível de novas infeções e do número de internados em cuidados intensivos, que Portugal deve atingir para que a sociedade possa reabrir.
"Entendo que o desconfinamento se deve iniciar quando atingirmos determinados indicadores que têm de ser estabelecidos. O problema não é o dia em que vamos desconfinar, são as condições. Desconfinamos quando tivermos condições para isso. E quais são as condições? É isso que temos de definir", vincou Rio.
O presidente do PSD também defendeu uma postura prudente para a Páscoa, que este ano se celebra entre 2 e 4 de abril. Para isso, referiu, não se pode "repetir o erro" do Natal: "Infelizmente, a realidade e a experiência mostram-nos que tem de ser assim. Devemos ter aprendido alguma coisa com o Natal, espero eu".
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