Rowles Magalhães Silva garante que não acedeu à aeronave, nem mandatou casal mistério para pedir chaves do jato ao comandante. E alega que OMNI tem de dar justificações
O empresário brasileiro Rowles Magalhães Silva assegura que nunca teve acesso à chave do jato privado que transportava mais de 500 quilos de cocaína. E nega que tenha marcado presença na placa ou no hangar do Aeroporto de Jundiai, em São Paulo, Brasil, local onde o avião esteve estacionado durante uma semana, até a droga ter sido detetada. Num comunicado onde confirma a amizade com o ex-presidente do Boavista, João Loureiro, Rowles Magalhães Silva alega que terá de ser a OMNI, empresa que ainda detém a aeronave, a revelar a quem foram cedidas as chaves do jato, qual o seu destino e onde é que este ficaria estacionado quando chegasse a Portugal.
A reação surge após uma reportagem do programa da RTP "Sexta às 9" ter avançado que um casal dirigiu-se ao Aeroporto de Jundiai e pedido as chaves do avião ao comandante. Este recusou fazê-lo, mas após um telefonema para Lisboa recebeu ordens para satisfazer a vontade do casal mistério. Agora, em comunicado, o empresário brasileiro refuta totalmente que o referido casal estivesse ao seu serviço. "Em momento algum teve (Rowles Magalhães Silva) acesso à chave da aeronave, nem ao local onde o avião esteve estacionado, seja na plana seja no hangar", lê-se no comunicado. O também político salienta ainda que "desconhece se a chave chegou a ser dada a terceiros, sendo que se foi facultada, não foi por si, pois não tem poder sobre a aeronave, nem quanto às suas chaves e respetiva gestão".
Empresário defende que OMNI tem de dar explicações
No documento enviado às redações, o ex-agente de jogadores de futebol, evidencia que "não é proprietário" da OMNI, embora admita está "interessado na sua aquisição", tendo até "celebrado um contrato-promessa", através da Aristopreference, empresa comprada a João Loureiro. João Loureiro "de quem é, inclusivamente, amigo, além da relação profissional que os une". Neste contexto, Rowles Magalhães Silva assegura que "não tem qualquer poder decisório, muito menos no planeamento de voos", tarefa que, diz, cabe "ao operador da aeronave, segundo instrução do Comando da Aeronáutica".
Deste modo, o empresário brasileiro defende que "deverá ser a empresa OMNI a esclarecer o destino do avião a chegar a Portugal, pois, em bom rigor, observando as imagens vistas nos meios de comunicação social, implicaria algum trabalho, aparentemente demorado e técnico, para que o produto estupefaciente fosse retirado do mesmo". Razão pela qual, acrescenta, "deve a OMNI esclarecer o local onde o avião seria aparcado - sendo que a OMNI tem hangar próprio onde a manutenção é feita pela empresa Aeromec, que pertence ao Grupo OMNI".
Por fim, Rowles Magalhães Silva mostra-se disponível para, em Portugal, colaborar com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal "no apuramento da verdade". Isto porque, justifica, "é um dos maiores interessados na sua descoberta, a fim de repor a veracidade dos factos e a sua reputação pessoal.