Os cientistas estavam a examinar uma múmia egípcia, convencidos de que se tratava de um sacerdote, quando, através de um raio-x, perceberem que era uma mulher grávida, com aproximadamente 20 anos. Calcularam que o tempo de gestação estaria em cerca de 28 semanas quando morreu.
"Não sabemos porque razão o feto não foi retirado do útero da falecida durante a sua mumificação", disse Wokciech Ejsmond, um dos colaboradores do projeto. "Esta múmia é realmente única. Não encontramos casos semelhantes. Isso significa que a nossa múmia é a única encontrada em todo o Mundo com um feito", enfatizou.
De acordo com as informações divulgadas pelo grupo, a mulher viveu perto da época em que a rainha Cleópatra governava e em que a cidade de Tebas, onde foi encontrada, ainda prosperava. Além disso, os investigadores consideram que múmia era uma personalidade importante na época, dado que o corpo foi envolto em tecidos de alta qualidade e acompanhado por um conjunto de amuletos, como os Quatro Filhos de Hórus.
A múmia, que se estima ter cerca de 2 mil anos, foi trazida para Varsóvia em 1826 e a inscrição no caixão trazia o nome de um padre. Em 1917, foi transferida como empréstimo para o Museu Nacional de Varsóvia, onde atualmente está exposta na Galeria de Arte Antiga. Segundo os cientistas, está "bem preservada".
Esta é, segundo Ejsmond, a descoberta mais importante do Projeto Múmia de Varsóvia, que está a analisar todas as múmias que existem nos museus da cidade. "Esta descoberta é uma surpresa total. Abre possibilidades de saber mais sobre na Antiguidade e práticas relacionadas à maternidade".
A equipa espera estudar pequenas quantidades de tecido para, assim, descobrir a possível causa da morte.