Um grupo de jovens da Juventude Popular afixou, na tarde desta quarta-feira, uma faixa com a inscrição "A decência não prescreve" numa estrutura em frente à residência de José Sócrates, na Ericeira.
Num post publicado na sua página de Facebook, a Juventude Popular (órgão do CDS) anuncia: "Estamos à porta da casa do ex-primeiro Ministro José Sócrates, onde vamos deixar um conjunto de propostas anti-corrupção".
Durante a colocação da faixa, uma pessoa, que se presume ser do círculo de amigos de José Sócrates, terá saído do prédio e filmado o grupo de jovens a colocar a referida faixa, mas a mesma não foi removida.
A GNR terá mesmo sido chamada ao local, mas não interferiu no protesto, segundo foi possível apurar.
Os jovens centristas decidiram assim protestar contra a decisão do juiz de instrução criminal, Ivo Rosa, conhecida na última sexta-feira, que ditou a não pronúncia de José Sócrates por crimes de fraude fiscal.
O juiz considerou ainda prescrita a alegada ligação corruptiva de José Sócrates e de Ricardo Salgado relativamente à Portugal Telecom (PT)
No entanto, o antigo primeiro-ministro e o empresário Carlos Santos Silva vão a julgamento no processo Operação Marquês por branqueamento de capitais e outros crimes.
Em causa, estão verbas de 1,72 milhões de euros entregues pelo empresário e alegado testa-de-ferro a Sócrates, que, segundo a decisão instrutória não configuram o crime de corrupção, por estar prescrito, mas implicam três crimes de branqueamento de capitais.
Além do branqueamento de capitais, Sócrates e Santos Silva estão pronunciados por três crimes de falsificação de documentos.