Um português de 39 anos é o principal suspeito da morte de uma jovem de 26 anos na Holanda. Em 2006, Hugo Quintas fora condenado a prisão perpétua por degolar a namorada grávida, em Inglaterra. Apenas cumpriu 11 anos e, agora, terá voltado a matar.
Em 2014, as autoridades inglesas aceitaram que Hugo cumprisse o resto da pena em Portugal e concordaram que a prisão perpétua fosse reduzida a 25 anos de prisão, a pena máxima em Portugal, sendo que teria de cumprir um mínimo de 18 anos. Ficou preso na cadeia de Paços de Ferreira e, em 2017, obteve a liberdade condicional, apenas 11 anos após ter sido condenado. Terá escapado ao radar da Justiça e emigrou para a Holanda. E foi lá que terá voltado a matar uma mulher.
A vítima, de 26 anos, já se tinha queixado às autoridades de que vinha recebendo mensagens perturbadoras e estava a ser alvo de assédio. Porém, a polícia terá desvalorizado o caso. Na véspera de morrer, a jovem tinha-se voltado a queixar e no dia seguinte iria ter uma reunião com a polícia. Morreria antes disso.
Esfaqueada à porta de casa
O crime deu-se na madrugada de 8 de dezembro de 2020 na cidade holandesa de Venlos. A vítima foi encontrada ao início da manhã, na rua, já morta. Apresentava ferimentos de uma arma branca. Inicialmente, apontou-se para um caso de roubo violento mas, após diligências, a polícia mudou o rumo da investigação e dirigiu as suas atenções para Hugo Quintas.
Dois dias depois, o suspeito viria a ser detido em Madrid, Espanha. Segundo o jornal holandês "NU", o homem e a vítima conheciam-se e terá sido o português a enviar as mensagens consideradas "perturbadoras".
Condenado por degolar namorada grávida em 2005
Segundo o jornal inglês Wiltshire Times, Hugo Sousa, natural do Porto, já fora condenado por assassinar uma mulher. O caso deu-se em 2005, em Trowbridge, no sul de Inglaterra. Hayley Richards, 23 anos, estava grávida de dois meses. O filho seria do próprio Hugo.
Uma semana antes de morrer, a namorada admitiu que tinha dormido com outro homem e disse que Hugo teria de sair de casa. O português entrou num acesso de fúria e tentou estrangulá-la. Ela conseguiu resistir e ele foi-se embora
Hayley apresentou queixa mas as autoridades não conseguiram encontrar Hugo. A 11 de junho de 2005, Hugo degolou Hayley no seu apartamento.
O português fugiu para Espanha mas acabaria por ser detido e extraditado para Inglaterra. No julgamento, Hugo admitiu o crime, mas alegou que tinha sido "provocado". O tribunal não concordou e considerou que tinha sido um "prolongado, deliberado e mortal".
Em março de 2006, o português foi condenado à prisão perpétua, sendo que a pena poderia ser revista mas só após cumprir um mínimo de 18 anos de prisão. Porém as autoridades britânicas aceitaram o pedido de extradição para Portugal, onde viria a obter liberdade condicional após cumprir apenas 11 anos de prisão. Emigrou depois para a Holanda, onde, acreditam as autoridades, voltou a matar.