O principal interlocutor dos poderes públicos franceses para o Islão, Mohamed Moussaoui, considerou hoje que os muçulmanos em França "não são perseguidos".
"A França é um grande país e os cidadãos muçulmanos não são perseguidos. Constroem livremente as suas mesquitas e praticam livremente o seu culto", declarou à agência noticiosa France-Press (AFP) o presidente do Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM).
"Sabemos que os promotores dessas campanhas dizem que defendem o Islão e, aos muçulmanos da França apelamos-lhes à sabedoria. [...] Todas as campanhas de difamação da França são contraproducentes e criam divisão", acrescentou Moussaoui, pedindo aos "crentes" que "defendam os interesses do país".
O discurso do Presidente francês durante uma homenagem nacional ao professor decapitado num ataque islâmico em 16 de outubro por mostrar caricaturas do profeta Maomé na sala de aulas gerou revolta no mundo muçulmano.
Macron prometeu nomeadamente que a França continuar a defender a publicação das caricaturas em nome da liberdade de expressão.
Hoje, o Presidente turco, Recep Erdogan, exortou ao boicote aos produtos franceses, depois de questionar a "saúde mental" do seu homólogo francês duas vezes neste fim de semana.
Sobre as caricaturas, o presidente do CFCM explica que a lei "não obriga a gostar dessas caricaturas, dá até o direito de odiá-las".
Massaoui sublinhou que apoia a posição de Macron que, referiu, "pede que não se renuncie às caricaturas, a todas as caricaturas, sob pressão de terroristas".
Hoje à tarde, Macron vai receber no Palácio do Eliseu, sede da Presidência francesa, uma delegação da CFCM.