A "bazuca" europeia, de 900 milhões de euros, vai levar o TGV até Gaia em 2026. A nova estação de metro em Santo Ovídio também estará preparada para receber o comboio de alta velocidade e o traçado será subterrâneo até Serzedo, disse, esta segunda-feira, Eduardo Vítor Rodrigues.
O TGV, comboio de alta velocidade, que ligará Campanhã, no Porto, a Soure, em Coimbra, contará com uma estação em Santo Ovídio, Gaia, e o prazo previsto para a "conclusão do traçado é 2026".
Quem o revelou foi o autarca Eduardo Vítor Rodrigues, após a reunião da Câmara de Gaia, adiantando que a linha será financiada integralmente pela "bazuca" europeia, o Plano de Recuperação e Resiliência, no valor de "900 milhões de euros".
O presidente da Câmara advertiu que este valor não inclui a nova travessia ferroviária sobre o rio Douro, ao lado da ponte S. João, assim como a despesa relativa à "aquisição do material circulante".
Certo é que Gaia contará com uma estação em Santo Ovídio. "É uma solução que está fechada", confirmou, dando conta de um intenso "trabalho nos bastidores". Também antecipou que, do lado gaiense, "o traçado desde a ponte até Serzedo será todo subterrâneo".
O autarca justificou que era "fundamental" ter uma estação para o TGV em Gaia, pois é um concelho que ombreia com Campanhã, no Porto, em termos de passageiros. Esclareceu que se tratará de um novo percurso, diferente do que passa pelas Devesas, e que o projeto da estação de metro em Santo Ovídio, para servir a futura linha até à Casa da Música, foi concebido para receber igualmente o comboio de alta velocidade.
Eduardo Vítor Rodrigues advertiu que para a "ligação entre Soure e Lisboa, por TGV, não há dotação financeira do PRR", mas considerou que, estando concluída uma primeira fase, "essa segunda fase vai tornar-se inevitável". Falou ainda da ambição de ligar o Porto à Galiza, num projeto que deverá envolver a região Norte.
Quanto ao atraso no arranque da linha de metro, entre Santo Ovídio e a Casa da Música, também com uma nova travessia sobre o rio Douro, neste caso próxima da ponte da Arrábida, manifestou-se "moderadamente preocupado".
É outra obra com prazos para cumprir, pois conta com verbas comunitárias. "O dinheiro está cativo. Mas corremos o risco de gastar mais tempo com os procedimentos do que com a empreitada", alertou.
A razão do impasse tem a ver com as impugnações feitas ao concurso para a nova ponte. "A primeira decisão do tribunal foi favorável à Metro e não há razões para pensar que a segunda seja diferente", comentou. "O tribunal tem que decidir de forma rápida, sob pena de os prazos resvalarem. É o interesse público que está em causa. O tribunal tem que fazer a sua parte", avisou.
Três milhões e 500 mil euros saídos do quadro comunitário é quanto irão custar os elevadores e as escadas rolantes a instalar na Serra do Pilar e no Centro Histórico. Prevê-se que estejam a funcionar em 2023
O prazo de 15 dias é o tempo previsto para a conclusão do "documento norteador para os municípios da Área Metropolitana sobre poupança de água". Ana Monteiro, do departamento de Geografia da Universidade do Porto, é a autora. A Autarquia de Gaia já está a diminuir o consumo, no sistema de rega público.