Uma menina de 12 anos deu à luz no passado domingo em sua casa na Cantábria, Espanha. O pai também é menor, de 17 anos, pertence ao mesmo meio familiar e vivia com ela. Nem os pais da criança nem os serviços sociais da região, que cuidavam da família, considerada vulnerável e "complicada", sabiam da gravidez.
A gravidez da menina foi descoberta praticamente ao mesmo tempo do parto, que aconteceu "de repente" no último domingo, conta o "El País". Até esse momento, nem os pais nem o sistema de proteção de menores gerido pelo governo regional, que cuida da menor e da família, souberam da situação. Nem sequer a escola que a criança frequentava descobriu. A gestação começou aproximadamente quando foi decretado o primeiro confinamento em Espanha, em março.
No passado dia 6, uma ambulância foi chamada à casa onde vive a menina para auxiliar um parto que já estava a ocorrer. Chegados ao local, os profissionais de saúde cortaram o cordão umbilical e confirmaram o bom estado da criança e do bebé. Depois foram encaminhados para um hospital em Santander, onde uma assistente social avaliou a situação. A nova mãe já teve alta, enquanto o recém-nascido continua a ser observado.
Uma vez atestada a boa saúde da menina e do bebé, as autoridades irão investigar os detalhes do ocorrido para determinar se houve algum tipo de agressão sexual.
Os serviços sociais recusaram comentar o sucedido. Fontes próximas dos envolvidos explicaram ao "El País" que se trata de uma "família complicada". A guarda da menina pertencia à mãe, enquanto o pai permanece na prisão por tráfico de droga.
Tanto a mãe como a menor "estavam a evoluir bem". Os funcionários que acompanhavam o caso da criança haviam notado um bom desempenho escolar, com "bons resultados académicos", e não sabiam de nenhum episódio de conflito. Devido à idade da menor, não foi revelada a cidade de origem da menina, por razões de segurança e proteção de dados e para não afetar o seu desenvolvimento pessoal e social.
A família da criança já enviou carta a afirmar que quer entregar o bebé para adoção e em breve deverá ser aprovado o início do processo.
Os porta-vozes da área dos serviços sociais de Cantábria indicam que os menores nesta situação passam a fazer parte de um plano de "acolhimento", para que outras pessoas possam cuidar deles temporariamente, antes de entrarem nos centros especializados.
Na Cantábria existem cerca de 50 pessoas na lista de espera para acolher menores em situação de vulnerabilidade.