O presidente de França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, prometeram esta quarta-feira novas medidas para travar as travessias ilegais de migrantes no Canal da Mancha, após um naufrágio em que terão morrido pelo menos 31 pessoas.
Afirmando-se "chocado, revoltado e profundamente triste" com o mais recente naufrágio no Canal da Mancha, Johnson afirmou que o Governo britânico tem tido "dificuldade em persuadir alguns parceiros, especialmente os franceses, a agirem à altura da situação".
"Mas entendo as dificuldades que todos os países estão a enfrentar", disse Johnson, após uma reunião de crise em Downing Street.
"O que queremos agora é fazer mais, juntos. É isso que estamos a propor", acrescentou o primeiro-ministro britânico, referindo-se à cooperação com o Governo francês.
"Este desastre destaca o quão perigoso é cruzar o Canal da Mancha desta forma. Também mostra como é vital intensificar os nossos esforços para quebrar o modelo de negócio dos contrabandistas que enviam pessoas para o mar dessa forma", acusou Boris Johnson.
"Digo aos nossos parceiros do Canal que chegou o momento de todos nos mobilizarmos, trabalharmos juntos para fazer tudo o que for possível para acabar com esta situação", acrescentou o líder britânico.
O Presidente de França, Emmanuel Macron, referiu esta quarta-feira que o seu país não irá permitir que o Canal da Mancha "se torne num cemitério".
O chefe de Estado francês pediu "o reforço imediato dos recursos da agência Frontex nas fronteiras externas da União Europeia" e apelou também a "uma reunião de emergência dos ministros europeus com a pasta do desafio da migração".
Pelo menos 31 migrantes morreram esta quarta-feira a tentar atravessar o Canal da Mancha, que liga França ao Reino Unido, na sequência do naufrágio de uma embarcação ao largo de Calais, revelou o ministro do Interior francês.
Gerald Darmanin explicou que estariam 34 pessoas a bordo da embarcação e que as autoridades encontraram 31 corpos e resgataram dois sobreviventes.