O presidente dos EUA discursou, este sábado, em Varsóvia, na capital da Polónia e não só reforçou o apoio à Ucrânia como ainda deixou um aviso a Vladimir Putin e ao Kremlin.
O líder dos EUA começou por citar o Papa João Paulo II, nascido na Polónia, e lembrou, depois, o colapso da União Soviética e a "batalha pela liberdade" dos países que se libertaram da URSS. Sobre a atual guerra na Ucrânia, Biden considerou que não vai acabar "em meses".
"Há uma batalha entre a liberdade e a repressão, entre a democracia e a autocracia. Esta batalha não será vencida em dias. Nem sequer em meses", começou por dizer o presidente, deixando ainda uma mensagem aos ucranianos.
"A minha mensagem às pessoas da Ucrânia é a mensagem que passei hoje aos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da Ucrânia, que creio que estão aqui esta noite: Nós estamos convosco e ponto final. São a Ucrânia e o seu povo que, neste momento, estão na linha da frente na luta pela democracia e pela liberdade", acrescentou.
Sobre a Nato, Biden garantiu que a mesma, juntamente com os EUA, trabalharam durante "meses" para evitar a guerra e que "nunca houve qualquer intenção de pressionar a Rússia". Dirigindo-se diretamente a Putin e ao Kremlin, Biden deixou um aviso. "As forças americanas estão na Europa não para se envolver no conflito, mas para defender os nossos aliados na NATO. Nem pensem em avançar e entrar num centímetro que seja do território da NATO", avisou, sem esquecer o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Que não existam dúvidas: esta guerra já se revelou um erro estratégico para a Rússia. Acabou por encontrar uma corajosa resistência. Putin dizer que quer desnazificar a Ucrânia. Ele é simplesmente cínico. O Presidente Zelensky foi eleito democraticamente, é judeu. Pelo amor de Deus, este homem não pode continuar no poder. A Europa tem de acabar com a sua dependência dos combustíveis fósseis da Rússia. E nós, EUA, vamos ajudar", concluiu.
Biden chama "carniceiro" a Vladimir Putin
Naquele que foi o último dia de uma visita à Europa para reforçar a união dos Estados Unidos com os aliados europeus face à invasão da Ucrânia pela Rússia, o Presidente norte-americano disse não estar certo de que o Kremlin esteja a mudar de estratégia no terreno, ao contrário do que sugeriu, na sexta-feira, o Ministério da Defesa russo. "Não tenho a certeza se eles (russos) fizeram isso", vincou.
Num encontro com refugiados ucranianos, após ser questionado sobre o que pensa de Vladimir Putin, Joe Biden, visivelmente emocionado, classificou-o como "carniceiro". Esta não é a primeira vez que Biden usa palavras duras em relação a Putin, considerado o principal responsável pela invasão russa da Ucrânia, que já causou milhares de mortes. Nos últimos dias, o Presidente norte-americano designou Putin, por duas vezes, como "criminoso de guerra".