As jogadoras da seleção norueguesa de andebol de praia propuseram jogar com calções em vez do biquíni mas o pedido não só foi recusado como ainda foram ameaçadas com a exclusão do torneio.
O Campeonato Europeu de Andebol feminino de praia chegou este domingo ao fim em Varna, na Bulgária, mas não é a vitória da Alemanha, diante da Dinamarca, que está a dar que falar, mas sim uma polémica com a seleção norueguesa por causa do equipamento usado nos jogos.
Os regulamentos da competição são claros: as jogadoras são obrigadas a jogar sempre de biquíni e estão proibidas que a parte de baixo do equipamento cubra mais de 10 centímetros da parte superior das pernas para que haja "atratividade" e mais patrocínios. Só que a equipa norueguesa não concordou com as regras e protestou: as jogadoras propuseram usar calções e compareceram assim vestidas num jogo, mas acabaram por ser ameaçadas.
"Primeiro disseram-nos que seria uma multa para cada jogadora de 50 euros por jogo, algo que iria dar um valor total de 4850 euros. Isso até aceitámos. Contudo, imediatamente antes do início do primeiro jogo diante da Hungria, disseram-nos que seríamos desqualificados se jogássemos assim. Por isso tivemos mesmo de ir buscar os biquínis", revelou a atleta Katinka Haltvik, à emissora norueguesa NRK.
A polémica levou até a uma reação da selecionadora francesa, Valérie Nicolas, garantindo que as jogadores se sentem "desconfortáveis" por terem de jogar em biquíni. "Estamos a perder jogadoras por causa de questões ligadas a equipamentos. Elas dizem que se sentem desconfortáveis, nuas e observadas. É um desporto que envolve muito movimento e só estás tapada pelo biquíni. Há também desconforto relacionado com a menstruação, mas também por questões religiosas. Se nada mudar antes do próximo campeonato, vou pressionar para fazermos exatamente o que quisermos e iremos encarar as consequências desse ato", afirmou.
A EHF já reagiu ao episódio, desmentindo as declarações de Katinka Haltvik e salientando que nunca ameaçou com a desclassificação da equipa norueguesa, que terminou em terceiro lugar na competição depois de ter perdido diante da Dinamarca e vencido a Espanha. Já a Federação norueguesa fez um pedido oficial à organização para rever as regras das indumentárias.