O padre de Viseu Luís Miguel Costa tentou "repetidamente" beijar um jovem de 14 anos numa casa de banho, durante um convívio que decorreu a 27 de março do ano passado numa adega em São João de Lourosa, conta o Ministério Público (MP) , que confirmou, apenas esta quarta-feira, a acusação deduzida contra o sacerdote, por crimes de coação sexual e aliciamento de menores para fins sexuais.
O MP, através da Procuradoria da Comarca de Viseu, emitiu um comunicado onde confirma a notícia e acrescenta alguns pormenores da história. Conta então que "o arguido, quando se encontrava sentado ao lado de um menor à data dos factos com 14 anos, tocou com a sua mão na mão da vítima e, pouco depois, deu-lhe conta do seu propósito de se relacionar sexualmente com aquele".
"De seguida, convidou o menor para se encontrar com ele no WC, local onde, puxando-o para junto de si, aproximou os seus lábios aos dele, procurando repetidamente beijá-lo na boca, o que este evitou", refere o MP, acrescentando que, depois daqueles episódios, o sacerdote "enviou, ainda, diversos SMS para o telemóvel do menor aliciando-o para um encontro a fim de se relacionar sexualmente com ele".
O inquérito foi dirigido pelo MP do Departamento de Investigação e Ação Penal da Comarca de Viseu.
O padre foi afastado da paróquia pelo Bispo de Viseu depois de os pais do rapaz terem apresentado queixa junto das autoridades religiosas e judiciais. Em outubro, quando o caso veio a público, o sacerdote recorreu às redes sociais para negar ser pedófilo.
Para já, Luís Miguel Costa vai aguardar o desenrolar do processo em liberdade. Mas, na sequência da acusação, viu serem agravadas as medidas de coação a que estava sujeito. Continua sob o termo de identidade e residência, mas também ficou proibido de contactar, por qualquer meio, com menores de 18 anos, assim como obrigado a apresentar-se quinzenalmente às autoridades.