As projeções macroeconómicas apontam para uma retração do crescimento da economia portuguesa e a manutenção de um cenário inflacionista, que pode obrigar a subir as taxas de juro dos Bancos Centrais. Estes fatores irão pôr à prova a capacidade das empresas para manter a competitividade e a das economias onde se inserem, podendo impactar os seus planos de investimento. Torna-se por isso fundamental pensar de forma estrutural, tendo por base um planeamento e uma estratégia de resiliência em todas as dimensões: económica, operacional e financeira.
Na Altice Portugal estamos confiantes na estratégia que definimos, focada nos fundamentos críticos do negócio, na qualidade de serviço, na nossa capacidade de inovar em contextos desafiantes, na assunção de riscos e pragmatismo na tomada de decisão de investimento.
E quais são as linhas prioritárias para a empresa?
Face à conjuntura nacional e internacional, teremos como principais prioridades garantir a resiliência da empresa, tanto do ponto vista operacional, como económico e financeiro, bem como reforçar o investimento em inovação, de modo a continuarmos a diferenciar-nos no setor. Enquanto líderes, comprometemo-nos a assegurar a melhor qualidade de serviço, de produtos e ofertas que vão ao encontro das necessidades dos clientes, consumidores ou empresas, e a antecipar tendências que permitirão evidenciar a inovação tecnológica enquanto traço vincado do nosso ADN. Naturalmente que reforçar e garantir a manutenção da nossa liderança no setor é chave pelo que aspetos como a performance financeira, a estrutura e a organização do trabalho, a digitalização e a cibersegurança ou o compromisso com a sustentabilidade não podem ser descurados.
O setor das telecomunicações está profundamente envolvido nas prioridades da digitalização. Que papel tem a Altice na resposta a esse desígnio nacional?
O setor tem sido um dos que mais têm contribuído para a digitalização do país, com a Altice Portugal a desempenhar um papel fundamental. Temos vindo a trabalhar para dar resposta efetiva às necessidades do dia-a-dia, seja dos consumidores, das empresas ou do Estado. Capacitámos os maiores e mais importantes setores da sociedade, modernizámos e expandimos redes e infraestruturas a nível nacional e temos vindo a investir de forma contínua e inigualável no país. E assumimo-nos como um player tecnológico global e um parceiro de referência no mercado nacional e no ecossistema de inovação. Enquanto empresa, estamos também a participar ativamente no debate com outros operadores para cumprir as metas de transição digital definidas pela UE para 2030. E estou segura de que o vamos conseguir realizar. Estamos na melhor posição para levarmos a cabo a transição digital do país, devido às capacidades únicas das nossas equipas operacionais e de engenharia, da inovação contínua e fundamentalmente da nossa rede de infraestruturas.
Desenvolver as competências digitais é uma prioridade nacional?
A transição digital será o principal motor para o desenvolvimento do país nas mais variadas vertentes - da transição energética, evolução e modernização dos sistemas e organismos públicos à capacitação do nosso sistema educacional e oferta de melhores serviços de saúde. Todos temos a ganhar se apostarmos na digitalização de Portugal. Por isso é importante o país desenvolver competências digitais. A literacia digital confere outro patamar de competitividade pelo que, depois do esforço de infraestruturação, há que apostar nas competências dos cidadãos. São as pessoas que vão digitalizar o país. Nesta área estamos também a trabalhar ativamente com diferentes entidades para melhoria da literacia digital do país.
Este será o ano do 5G? Que exemplos de inovação pode antecipar nesse âmbito?
Começámos muito cedo a trabalhar no 5G, e hoje estamos destacados ao nível do mercado e do setor, com soluções que abarcam todas as áreas da sociedade. No segmento empresarial, tem vindo a ser realizado um importante trabalho, com vista a apoiar a evolução futura dos negócios, permitir suportar novos processos digitais para aumentar a produtividade e criar oportunidades às empresas. São já vários os exemplos nestas áreas que fazem a diferença no dia-a-dia e nas empresas.
Pode partilhar alguns?
Entre muitos outros, permitir o controlo digital de operações, através da Fábrica 3D, uma ferramenta que permite visualizar em tempo real a performance do processo, simular novos cenários de produção e aceder a formação virtual. Mas também fornecer suporte remoto através de vídeo com RA e chat, através da Remote Assistance; ou monitorizar a saúde dos utentes, com soluções de telemonitorização clínica e diagnóstico à distância, como o Smart AL e o Medigraf; ou ainda promover espaços inteligentes e experiências imersivas, com o New Reality Experience 5G. Também, o nosso laboratório aberto, golabs.5G, permite às empresas encontrar a arquitetura de solução mais adequada, suportar as escolhas de componentes e fornecedores e testar e certificar as soluções desenvolvidas. Recordo que neste ano realizámos um feito que comprova o papel que o 5G pode ter em prol da sociedade: participámos na primeira cirurgia para o cancro da mama com recurso ao 5G, momento inédito, com a Fundação Champalimaud, que uniu Portugal e Espanha.
A Altice Portugal tem investido muito em infraestruturas, instalou centros de excelência no país. O país continuará a ser aposta?
Nos últimos oito anos, a Altice Portugal investiu fortemente em infraestruturas, assegurando o acesso a fibra ótica em mais de 6,2 milhões de lares, traduzindo-se na maior rede de fibra ótica em território nacional. Neste momento, estamos empenhados no rollout do 5G, que cobre já 85% da população uma das nossas grandes apostas do ponto de vista de investimento. Mas não é apenas ao nível de expansão de infraestrutura que atuamos. Temos na Altice Labs o hub de inovação do Grupo Altice, que exporta tecnologia e know-how português para mais de 60 países. Hoje, mais de 300 milhões de pessoas usam a nossa tecnologia e isso é um facto incomparável. Portugal já conta com cinco polos descentralizados Altice Labs Viseu, Olhão, Oeiras, Terceira e Funchal e o nosso objetivo é continuar a expandir, mas sobretudo dar um enfoque diferente e de maior valor naquilo que também exportamos. Estando o 5G em pleno desenvolvimento, antecipamos o futuro: o 6G começa a ser testado e é uma realidade também nos nossos laboratórios.
A inovação continua a fazer parte do ADN Altice.
A inovação é fundamental para o sucesso e a competitividade do país e das empresas, como disse. Países que apresentam índices de desenvolvimento socioeconómico mais elevados são os que conseguiram criar ecossistemas que promovem, de forma consistente inovação e desenvolvimento tecnológico. A Altice Portugal é prova disso, como se vê, por exemplo, pelo número de patentes registadas pela Altice Labs: meia centena. Um track record inigualável em Portugal e que demonstra a nossa ambição e contributo para o desenvolvimento tecnológico nacional. Antecipamos e arriscamos para investir na inovação e no futuro de Portugal, tendo por base a nossa estratégia e visão. Por isso, após um legado construído ao longo de várias décadas, continuamos a ser um exemplo e uma fonte de influência e inspiração.
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