A jornalista argentina Dominique Metzger é a protagonista de um dos episódios mais inusitados do Campeonato do Mundo. A trabalhar para o Todo Notícias, Metzger foi assaltada quando fazia um direto. Mas o que a surpreendeu foi o facto de a polícia deixar nas suas mãos a pena a aplicar ao delinquente, que assegurou ir encontrar.
“Estava a dançar (durante a reportagem) com a multidão e estou convencida de que o roubo aconteceu nesse momento”, contou citada pelo jornal El Español, frisando não ter dado pelo furto e que só percebeu que não tinha a carteira quando quis comprar uma garrafa de água. A jornalista explicou ainda que a polícia a aconselhou a apresentar queixa numa esquadra, garantindo que “tudo está vigiado” e, como tal, acabariam por encontrar a carteira com documentos, dinheiro e cartões.
Foi então que ocorreu o episódio que a deixou estupefacta. “A determinada altura, os polícias dizem-me: ‘O quer que quer que a justiça faça a este respeito? Vamos encontrar a carteira. Temos câmaras em todo o lado, de alta tecnologia’”, contou, assumindo que achou que estava a entender mal a tradução.
No entanto, não era erro e as autoridades policiais qataris queriam mesmo saber o que esperava Dominique Metzger que a justiça fizesse com quem fosse detido pelo furto. “Insistiam em perguntar-me que pena queria para o ladrão, se queria que o condenassem a cinco anos de prisão, que fosse deportado…”, relatou, frisando que os polícias lhe diziam que “podia escolher” a pena a aplicar. “Fiquei arrepiada”, confessou, citada pelo mesmo jornal espanhol.
A jornalista procurou explicar, então, que estava ali apenas para que aparecessem as coisas roubadas. “Não queria pôr-me no lugar da Justiça”, finalizou.
Pela primeira vez na história dos Mundiais, os 8 estádios onde se desenrola a competição estão num raio de 70 km, segundo a EFE. Uma proximidade que permitiu ao governo qatari criar um plano de segurança que inclui 15 mil câmaras de videovigilância e inteligência artificial.
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