Desde 2017 que o país não realizava testes com este tipo de armas. Lançamento alerta comunidade internacional, que tem estado de olhos postos na guerra na Ucrânia.
O lançamento deste tipo de armas é proibido, mas a norma não inibiu o regime de Kim Jon-un de voltar a realizar testes de mísseis balísticos intercontinentais, algo que já não fazia desde 2017. Makoto Oniki, vice-ministro da Defesa de Tóquio, informou que o projétil caiu nas águas japonesas, depois de ter voado cerca de 71 minutos, tendo atingido uma altitude de mais de seis mil quilómetros.
Fumio Kishida, primeiro-ministro nipónico, alertou que a Coreia do Norte está a ameaçar "a paz e a segurança do Japão, da região e da comunidade internacional".
Em linha com a opinião de Kishida, o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, referiu que a projeção foi uma "violação da suspensão dos lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais prometida pelo presidente Kim Jong-un", acrescentando que a atitude "representa uma ameaça para a península coreana e para a comunidade internacional".
A Casa Branca, por sua vez, classificou o lançamento como uma "violação descarada de várias resoluções do Conselho de Segurança" que "aumenta as tensões e corre o risco de desestabilizar a situação de segurança na região".
O temido Hwasong-17
Apesar de nos últimos anos a Coreia do Norte ter executado testes com mísseis de longo alcance com alguma frequência, o lançamento desta quinta-feira carateriza-se por ser o mais ousado dos últimos cinco anos, e ocorre depois do líder do país ter iniciado um período diplomático com Washington, numa altura em que Donald Trump ainda assumia as rédeas dos EUA. Kim Jong-un colocou de parte a necessidade de realizar testes nucleares e lançar mísseis balísticos, mas a promessa foi agora quebrada.
Segundo as autoridades japonesas, o alcance do míssil lançado será de 1100 quilómetros, podendo, teoricamente, atingir os EUA. A preocupação cresce com Washington e Seul a informarem que Pyongyang está a testar um novo míssil balístico intercontinental, chamado Hwasong-17, que terá um maior poder destrutivo.
O regime coreano confirmou que estava a testar componentes para um sistema de satélite de reconhecimento. Este mês, Jong-un informou ainda que o país irá lançar brevemente vários satélites para monitorizar os movimentos militares dos EUA e dos aliados.
Coincidência, ou não, o lançamento do míssil aconteceu horas antes dos líderes da NATO se reunirem numa cimeira extraordinária. Numa altura em que o Mundo está de olhos postos na Ucrânia, a atitude da Coreia do Norte pode aumentar a tensão com os EUA.
No entanto, Kim Jong-ha, analista de segurança da Universidade Hannam, em Daejeon, na Coreia do Sul, apontou que o principal objetivo de Pyongyang será enviar uma mensagem ao presidente sul-coreano recém-eleito, Yoon Suk-yeol, que deverá adotar uma linha mais rígida contra o regime norte-coreano assim que tomar posse em maio.
Poucas horas depois de dar conta do lançamento norte-coreano, o exército da Coreia do Sul anunciou o disparo de vários mísseis em resposta ao ensaio do míssil balístico intercontinental do país vizinho.
2017Ano de sanções
Depois do teste nuclear da Coreia do Norte e três testes com mísseis de alcance intercontinental, os EUA, a China e a Rússia, os três estados com poder de veto no Conselho de Segurança, concordaram em impor sanções ao país.
12Lançamentos
Até agora, Pyongyang já realizou 12 lançamentos destes projéteis. As datas de celebração na Coreia do Norte são aproveitadas pelo país para mostrar ao resto do Mundo a capacidade militar que possui.
Sem comentários:
Enviar um comentário