Os EUA garantem que as forças russas estão a cometer crimes de guerra na Ucrânia. Já a Rússia aponta o dedo aos norte-americanos e diz que são eles que estão a financiar os laboratórios de armas químicas em território ucraniano. O 28.º dia da guerra ficou ainda marcado pela demissão de um Conselheiro de Putin, que abandonou o Kremlin e o país.
- O governo norte-americano concluiu, esta quarta-feira, que as forças militares russas estão a cometer crimes de guerra na Ucrânia. "Com base nos inúmeros relatos, imagens de destruição e sofrimento, concluímos que foram cometidos crimes de guerra pelas forças de Putin. O ataque deliberado a civis é um crime de guerra", anunciou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em comunicado. A invasão russa já fez pelo menos 977 mortos, dos quais 81 são crianças, e 1594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, indicou hoje a ONU.
- Anatoly Chubais deixou o seu posto de conselheiro do presidente Vladimir Putin. Por vezes crítico das ações do líder russo, Chubais terá deixado a Rússia e viajado para Istambul com a mulher. Apesar de não ser conhecido o motivo da demissão, alguns órgãos de comunicação internacionais garantem que a decisão foi tomada em protesto contra a "operação militar especial" levada a cabo pela Rússia na Ucrânia.
- O parlamento russo vai investigar alegações de que os Estados Unidos estão a financiar laboratórios de armas químicas na Ucrânia, uma acusação que Washington diz ser uma tática de Moscovo para justificar a utilização destas armas no conflito contra Kiev. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, exigiu explicações aos Estados Unidos.
- A NATO admitiu hoje que vai reforçar as suas forças de combate na Bulgária, Hungria, Roménia e Eslováquia. Desta forma as tropas da Aliança Atlântica vão ocupar todo o flanco oriental, desde o Báltico até ao Mar Negro. O secretário-geral mencionou ainda um apoio adicional "incluindo assistência na cibernética de segurança, assim como equipamento para ajudar a Ucrânia a proteger-se contra ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares". A Rússia voltou hoje a alertar a NATO que o envio de forças de paz para a Ucrânia provocará confrontos militares entre a Rússia e a Aliança Atlântica.
- A Suécia e a Finlândia afirmaram hoje que não são "países neutrais", e que estão a estudar a possibilidade de integrarem ou reforçarem a colaboração com a NATO.
- A Polónia expulsou "45 espiões russos que se passavam por diplomatas" e a Bielorrússia considerou os diplomatas ucranianos de "poucos amigáveis", acabando por expulsar a maioria do seu território.
- A Rússia vai exigir o pagamento em rublos do gás vendido a "países hostis". Trata-se de uma reação ao congelamento de ativos da Rússia no Ocidente, no âmbito das sanções impostas a Moscovo. A ordem de Vladimir Putin vai complicar ainda mais a vida aos países que dependem energeticamente da Rússia.
- Cerca de 100 mil pessoas continuam presas e "em condições desumanas" na cidade cercada de Mariupol, uma das mais martirizadas pelas forças russas. Hoje foram acordados nove corredores humanitários para retirar civis, no entanto nenhum deles aconteceu em Mariupol.
- A NATO estima que entre sete mil e 15 mil soldados russos foram mortos em quatro semanas de guerra na Ucrânia.
- Mais de 3,6 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde a invasão russa, anunciou a ONU, acrescentando que, entre os que saíram do país e os deslocados internos, o número ascende a dez milhões. 90% são mulheres e crianças, sendo que a Unicef precisou haver mais de 1,5 milhão de crianças entre os que fugiram.
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