O coletivo de juízes que está a julgar Ricardo Salgado pelo alegado desvio de 10 milhões de euros do BES recusou suspender o processo. Os advogados do antigo patrão do BES tinham requerido a suspensão por Salgado padecer de Alzheimer.
Num requerimento enviado há dias para o Tribunal, os advogados Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce solicitam aos juízes que ponderem três desfechos perante a doença de Ricardo Salgado, entretanto confirmada pelo médico neurologista Joaquim Ferreira.
Primeiro, pediam uma suspensão do julgamento. Seria uma espécie de adiamento, sem data, até que houvesse uma evolução do quadro clínico do arguido. Foi essa hipótese que os juízes rejeitaram através de um despacho enviado à defesa de Salgado. O coletivo está assim determinado em continuar com o julgamento.
Mas Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce, por outro lado, pediram que fosse declarado o arquivamento do caso. Argumentaram que a doença impediria o antigo banqueiro de se defender.
O terceiro cenário proposto pela defesa admitia a condenação de Salgado, mas nunca a prisão efetiva. Caso o tribunal não suspendesse ou arquivasse o caso, "no limite, a execução de qualquer pena de prisão que viesse, eventualmente, a ser determinada teria de ser imediatamente suspensa", pedem, tendo em conta o diagnóstico de alzheimer.
O antigo homem forte do BES está a ser julgado por, alegadamente, ter desviado 10,7 milhões de euros do Grupo Espírito Santo, em 2011,. Foi-lhe diagnosticada alzheimer preliminar pouco antes do verão e, na altura, os advogados de Salgado, de 77 anos, apresentaram relatórios médicos, pedindo ao juiz a realização de mais perícias.
O julgamento prosseguiu e a defesa juntou recentemente ao processo um atestado médico que confirma "sintomas de declínio cognitivo progressivo". Mediante o estado de saúde solicitaram a suspensão.
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