A ASAE foi a dez postos de combustível e detetou bombas que faturavam antes de iniciar o abastecimento. Chegavam a cobrar mais 95 cêntimos.
A partir da denúncia de um automobilista, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) verificou que, em três postos de abastecedores de combustível de Braga, Santa Maria da Feira e Viseu, o contador começava a "cobrar" automaticamente antes de ser pressionado o manípulo agulheta. Os utilizadores dessas bombas pagavam a mais cinco a 95 cêntimos em cada abastecimento.
"Após a denúncia, efetuámos uma fiscalização extraordinária a cerca de uma dezena de postos em todo o país e detetámos essa anomalia em três agulhetas de outros tantos postos, num caso de gasolina, noutros diesel", afirmou, o diretor-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar.
As três ilhas, que funcionavam em postos de marca, foram seladas e a ASAE vai agora averiguar as causas desta situação.
"É um pouco estranho ser só numa ilha por cada posto e em equipamentos que tinham sido sujeitos a controlo metrológico no presente ano, exibindo os respetivos selos de validade e de conformidade. Temos de perceber porque só acontecia numa mangueira. E, por outro lado, há uma grande descontinuidade geográfica entre os postos", sublinhou o responsável da ASAE.
"Interessa travar toda e qualquer situação que prejudique o consumidor", declarou o diretor da ASAE, que admitiu não ter memória de, "nos últimos anos", ter sido "detetada uma situação semelhante", apesar das fiscalizações regulares que são feitas aos postos de abastecimento de combustível.
Bombas apreendidas
Nas áreas de serviço fiscalizadas, a Unidade Nacional de Informações e Investigação Criminal da ASAE detetaram que, no início de cada abastecimento, após o reset do contador, antes de ser pressionado o manípulo da agulheta do equipamento pelo utilizador, o contador alterava-se automaticamente.
Mal o automobilista retirava a agulheta para iniciar o abastecimento, o mostrador "limpava" os valores do cliente anterior e, em vez de passar a zero, marcava logo importâncias que chegavam aos 95 cêntimos.
Os equipamentos em causa foram selados e apreendidos para a respetiva perícia técnica.
Os factos foram comunicados ao Ministério Público e em causa estão indícios do crime de especulação (delito antieconómico) e do crime de falsificação de notação técnica.
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