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domingo, 3 de outubro de 2021

15 DIAS DE CUMBRE VIEJA: NÃO HÁ FIM À VISTA PARA A FÚRIA DO VULCÃO


A tranquilidade da ilha de La Palma foi tomada de assalto pela raiva do vulcão Cumbre Vieja há duas semanas. O rio de lava que cobre a ilha parece não querer dar tréguas e o rasto de destruição que deixa é cada vez maior. La Palma é neste momento zona de catástrofe e o futuro dos seus 85 mil habitantes está coberto de cinzas e incertezas.

Num sono profundo desde 1971, o vulcão Cumbre Vieja voltou ao ativo quando ninguém esperava.

"Estamos a fazer todos os esforços para responder a uma situação de emergência. A primeira coisa que temos a dizer é que não sabemos realmente em que fase nos encontramos. Sabemos que isto começou, e parece que não estamos perto do fim devido à quantidade de lava que o vulcão ainda está a expelir", admitiu Ángel Víctor Torres, presidente das Ilhas Canárias, numa conferência de imprensa em La Palma, após assistir à reunião do comité de peritos do Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias (Pevolca), este domingo.

Nos últimos quinze dias a lava cobriu quase 400 hectares de terreno, afetou mais de 33 quilómetros de estradas, destruiu 946 edifícios e danificou outros 128. Mais de seis mil pessoas tiveram de abandonar as suas casas e outras tantas vêem-se obrigadas a permanecer em casa por causa da qualidade do ar.

O encontro da lava com o mar aconteceu na passada terça-feira e desde então a libertação de gases tóxicos aumentou consideravelmente na ilha. Por isso, as autoridades confinaram os habitantes dos quatro bairros de Tazacorte, município onde a lava se encontrou com o oceano. E apesar da qualidade do ar ser boa nas maioria das áreas habitadas, o uso da máscara passou a ser recomendado na ilha e o tempo na rua deve ser limitado.

A atividade sísmica na ilha não abranda e o vulcão está mais ativo do que nunca. Na última sexta-feira ganhou duas novas línguas de lava separadas por 15 metros que, segundo o Instituto Geográfico Nacional, surgiram a 400 metros da cratera e são muito fluidas. Tornaram-se assim no terceiro e no quarto centros de emissão do vulcão, somando-se à cratera principal e à boca que se formou no final da semana passada. Esta última é a que fornece a maior quantidade de lava e, desde que se encontrou com o mar, aumentou a superfície da ilha em 28 hectares.

O sufoco económico provocado pelo Cumbre Vieja

A fúria do Cumbre Vieja não só está a afetar a qualidade do ar e da vida dos habitantes de La Palma. Está, também, a pôr em causa o futuro económico da região. As principais fontes de receitas da ilha, o cultivo da banana e o turismo, estão em risco.

Numa terceira visita à ilha, desde o início da erupção, o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciou este domingo que o Conselho de Ministros irá aprovar na terça-feira um pacote de medidas para a reconstrução de infraestruturas, abastecimento de água, emprego, habitação, agricultura, turismo, bem como benefícios fiscais no valor de 206 milhões de euros para a região de La Palma.

"Acredito que estamos perante uma prova de resistência. O que o povo de La Palma deve saber é que, independentemente de quando terminar a erupção do vulcão, o Governo espanhol estará lá para enfrentar a enorme tarefa de reconstrução de La Palma e oferecer um horizonte de prosperidade, progresso e paz de espírito ao povo", assegurou Pedro Sánchez, numa conferência de imprensa este domingo.

As autoridades já anunciaram que vão começar a restaurar a irrigação das plantações de bananeiras nas zonas onde a lava cortou o abastecimento de água, para garantir o futuro da colheita. E a retoma do turismo só poderá ser equacionada quando o vulcão deixar de expelir lava. A missão agora é continuar a preservar a vida humana, visto que ainda não há vítimas mortais a lamentar.

"O que temos de fazer é apelar a toda a sociedade para que continue a respeitar as ordens das forças de segurança. Estes são tempos difíceis, que vivemos com grande angústia, por não sabermos quando vão terminar", admitiu Ángel Víctor Torres, presidente das Ilhas Canárias, este domingo, numa conferência de imprensa.

De acordo com os cálculos feitos pelo Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias, a erupção do Cumbre Vieja poderia durar entre 24 (mínimo) e 84 dias (máximo).



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