Um grupo de 142 médicos escreveu uma carta ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e à ministra da Saúde para reiterar que estão disponíveis para trabalhar voluntariamente no combate à Covid-19.
Estes profissionais de saúde responderam ao apelo do Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, em março do ano passado, mas nunca receberam qualquer resposta.
"Somos um conjunto de médicos, alguns reformados, mas ativos. Queremos ajudar e declaramo-nos presentes", escrevem os médicos na carta a que a TSF teve acesso. "Queremos participar nesta luta e ajudar. Queremos que nos considerem um corpo de voluntários."
Estamos "cansados de não ajudar", lamenta uma das signatárias desta carta, a ex-presidente do Infarmed Maria do Céu Machado, em declarações à TSF.
Depois de o bastonário ter apelado ao espírito solidário e humanista dos clínicos, em especial aqueles que se encontrassem fora do Serviço Nacional de Saúde, incluindo os reformados, para que ajudassem a reforçar a resposta dos serviços públicos à pandemia, milhares de médicos demonstraram-se disponíveis.
A lista foi enviada ao Ministério da Saúde, garantem os clínicos, mas "nada aconteceu ou foi colocado um conjunto de barreiras administrativas inexplicáveis entre as quais a recusa de trabalho voluntário".
Quase um ano depois, 140 médicos mantêm a disponibilidade para participar ativamente no combate à pandemia onde quer que sejam precisos: "Nos inquéritos epidemiológicos. No trace COVID. No apoio à vacinação. Nos hospitais de campanha".
"O nosso sistema de saúde e o nosso SNS vive um dos seus períodos mais exigentes de sempre. Uma situação na qual todos são precisos e ninguém é dispensável", lembram na missiva.
"Achamos incompreensível como não somos chamados a participar neste momento de desespero. Quando os hospitais e Centros de Saúde começam a claudicar por cansaço, por doença. Quando a Saúde Pública todos os dias alerta para a falta de recursos."
Os médicos concluem a carta enviada ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e à ministra da Saúde afirmando que aguardam saber onde são precisos e onde se devem apresentar para trabalhar.
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