Enquanto a Europa dormia, a América continuou a contar votos, quatro noites após o fecho das urnas. Agora que a manhã avança no Velho Continente, e ainda há penumbra no Novo Mundo, fazem-se, por cá, as contas ao que se passou enquanto dormíamos.
A manhã, na Europa, trouxe um pouco mais de luz à situação eleitoral nos EUA. Enquanto dormíamos, Joe Biden reforçou a vantagem que conquistou sexta-feira na Pensilvânia, o estado pai da Constituição norte-americana, cujos 20 votos do colégio eleitoral são suficientes para discursar vitória, independentemente de Trump manter a posição de não conceder o resultado ao adversário democrata.
Durante a noite, a contagem de votos aumentou a vantagem e Biden na Pensilvânia passou de 19 mil para 29 mil votos, quando estão contados 96% dos boletins naquele que pode ser o estado a decidir o presidente dos EUA. É uma margem de 0,4%, quando estão contados 96% dos sobescritos, que, para o autarca de Filadélfia, deveria ser suficiente para Trump se portar como um cavalheiro e fazer o discurso da derrota.
Mas não é, até porque o presidente em exercício - e que o será por mais 11 semanas - ainda acredita na vitória, mais nos tribunais do que nas mesas eleitorais, numa altura em que Trump ganha terreno no Arizona, apesar de Biden achar que a vantagem é suficiente para reclamar os 11 votos eleitorais daquele feudo "trumpista".
A última contagem mostra uma recuperação de Trump, que terminou o dia com menos 29 mil votos do que Biden, tendo iniciado a sexta-feira cerca de 47 mil boletins atrás. Uma recuperação 18 mil votos que não preocupa os democratas, que dão o Arizona como garantido, quando estão contados 97% dos votos.
No Nevada a contagem está um pouco mais atrasada, e pode prolongar-se até domingo, mas Biden acredita que os seis votos daquele estado desértico iluminado pelos néones de Las Vegas não lhe vão fugir. Iniciou sexta-feira com 11 mil votos de avanço e terminou o dia 22 mil à frente de Trump, quando estão contados 93% dos votos.
Em termos percentuais, porque o Nevada apesar de vasto é pouco povoado, Biden tem 1,8 pontos de vantagem sobre Trump.
No quarto dos estados decisivos, a Geórgia, Biden terminou o dia com sete mil votos de vantagem - tendo começado alguns milhares atrás de Trump, mas aqui ninguém reclama vitória, uma vez que o colégio eleitoral anunciou que vai ser feita uma contagem de votos, como estipulam as leis estaduais quando a diferença dos candidatos é inferior a 0,5%. Estão contabilizados cerca de 99% dos boletins.
Há ainda dois outros estados a contar votos, mas nestes a vitória não parece estar em causa. No Alasca, Trump lidera com 62,9% dos votos, quando estão contados pouco mais de metade dos boletins.
Na Carolina do Norte, a vantagem do incumbente republicano é curta, 1,4% quando estão contados 98% dos votos, mas parece suficiente para garantir a Trump os 11 votos do colégio eleitoral atribuídos por aquele estado do sul dos EUA. A decisão final só deverá ser conhecida na próxima semana, uma vez que as leis estaduais permitem aceitar boletins que cheguem pelo correio até à próxima quinta-feira, dia 12.
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