O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, prometeu esta quarta-feira que lutará "sem tréguas" até que todos os votos sejam contados, apesar da "vontade" de o seu rival, o Presidente cessante, o republicano Donald Trump, interromper a contabilização.
"Não vamos dar tréguas até que todos os votos estejam contados", afirmou, na rede social Twitter, o ex-vice-Presidente de Barack Obama.
Por seu lado, Jen O'Malley Dillon, diretora de campanha de Biden, sublinhou que os democratas estão a subir na contagem dos votos e que, em breve, poderão ser ultrapassados os 270 grandes eleitores necessários para que o antigo vice-presidente se torne o 46.º chefe de Estado norte-americano.
"É uma conclusão certa", acrescentou a diretora de campanha de Biden, numa conferência de imprensa.
O'Malley Dillon acrescentou que os democratas poderão, ao fim da tarde desta quarta-feira, declarar a vitória, uma vez que os dados internos apontam para a conquista do Wisconsin, Nevada, Michigan e Pensilvânia, estados em que ainda não há resultados da votação.
"Joe Biden está a caminho de vencer as eleições e será o próximo Presidente dos Estados Unidos. Acreditamos que temos pela frente um caminho claro para a vitória. Esta tarde [noite em Lisboa] esperamos que o ex-vice-Presidente tenha uma vantagem suficiente em alguns estados para superar os 270 delegados", referiu.
As declarações de Biden e de O'Malley Dillon surgiram pouco depois de Trump ter denunciado, também no Twitter, o aparecimento de boletins de voto "surpresa" em vários "estados chave" que, indicou, lhe estão a retirar a vantagem.
"Ontem [terça-feira] à noite, tinha uma boa vantagem em numerosos «estados chave». Depois, um por um, [a vantagem] começou magicamente a desaparecer com a contagem de boletins [de voto] surpresa", escreveu Trump.
Segundo a agência noticiosa France-Press (AFP), os boletins a que Trump alude são, na verdade, os chegados pelo correio e que começaram a ser contabilizados, num processo que pode demorar vários dias em alguns estados e a agência acrescenta que o candidato republicano não apresentou provas do que afirma.
Já esta quarta-feira de madrugada, Trump disse na televisão, apesar de os votos estarem ainda por contar, que já tinha sido reeleito, embora os votos ainda estivessem a ser escrutinados, e acusou os democratas, liderados pela candidatura de Joe Biden, de estarem a preparar "uma grande fraude contra a nação" por não ter ainda sido declarado vencedor.
O resultado das eleições presidenciais norte-americanas está dependente de cinco estados, que já alertaram que precisam de mais horas, e até de dias, para contar os votos por correspondência que chegaram em números históricos devido à crise pandémica.
Wisconsin, Michigan, Pensilvânia, Geórgia e Nevada são os cinco estados norte-americanos (entre um total de 50) que concentram agora todas as atenções, um dia depois das eleições presidenciais.
Devido ao seu peso no Colégio Eleitoral, estes cinco estados podem decidir quem será o vencedor da 59.ª eleição norte-americana, entre Trump e Biden.
O vencedor das presidenciais norte-americanas (que é escolhido por voto indireto) tem de assegurar, no mínimo, 270 dos 538 "grandes eleitores" (uma maioria simples) que compõem o Colégio Eleitoral.
Neste momento, Joe Biden conta com 224 "grandes eleitores" e Donald Trump soma 213.
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