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terça-feira, 13 de outubro de 2020

SERÁ ESTE O CAMINHO PARA SALVAR MILHÕES DE VIDAS?

 


Uma investigação divulgada na segunda-feira na publicação científica PNAS, indica ser possível transformar veneno de uma vespa num antibiótico sintético capaz de combater bactérias multirresistentes. O tratamento já foi testado em ratos e o próximo passo são os testes clínicos em humanos.

O investigador espanhol César de la Fuente e a sua equipa transformaram as moléculas do veneno para que não sejam tóxicas para os humanos e para que se assemelhem aos melhores antibióticos utilizados hoje em dia, abrindo caminho para curar centenas de doenças infecciosas.

“Para vos dar uma ideia da eficácia, com o nosso antibiótico 80% dos ratos sobreviveram a uma infeção letal. Sem tratamento, teriam todos morrido no espaço de uma semana”, explicou ao El País.

Os dados da Organização Mundial da Saúde apontam para que em 2050, 10 milhões de pessoas morrerão todos os anos de infeções intratáveis. Estima-se que a resistência aos antibióticos seja, daqui a 30 anos, a principal causa de morte da população mundial.

Para enfrentar o problema, o cientista responsável pela recente investigação explica ser urgente criar novos antibióticos.

“Temos usado antibióticos numa escala massiva e agora as bactéricas estão a tornar-se resistentes. Os antibióticos que usamos hoje em dia já não funcionam muito bem”, alerta.

Para César de la Fuente, uma possível solução será o veneno da Vespula lewisii, que até então não tinha sido considerado por ser “demasiado tóxico”. Para explicar como manipulam as moléculas do veneno, o investigador compara-o a brincar com Legos: eliminando, reposicionando ou adicionando aminoácidos.

Apesar dos resultados, José Miguel Cisneros, responsável pelo Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital Virgen del Rocío, em Sevilha, aponta uma falha no estudo.

“Teria sido mais interessante comparar a eficácia do antibiótico contra bactérias que já sabemos terem criado resistência”, diz, alertando que no estudo foram usadas duas bactérias - Escherichia coli e Staphylococcus aureus – que não são completamente resistentes aos antibióticos atuais.

O próximo passo da investigação será fazer estas experiências, diz De la Fuente, e mais tarde avançar com os testes clínicos em humanos.

“Queremos testá-lo em pacientes. Sabemos que é um processo longo, mas não queremos desviar-nos do caminho. O nosso objetivo é salvar milhões de vidas”.

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