Segundo o antigo líder do executivo e do PSD, "o interesse dos utentes dos serviços a que o Estado deve assegurar o acesso aos cuidados de saúde foi adotado como grande linha de orientação, contra a barreira dos interesses corporativos que então predominava".
"Para mim, a primazia conferida pela social-democracia à pessoa humana determinava, sem qualquer equívoco, que o Estado tinha de garantir que qualquer pessoa carente de cuidados de saúde nunca poderia deixar de ser tratada por falta de recursos económicos", defende.
E porque Portugal é um "país de escassos recursos" e os gastos em saúde são "cada vez maiores", foi "atribuída prioridade ao correto aproveitamento dos meios humanos e materiais, à dotação do país de uma adequada cobertura médica e hospitalar e à abertura da prestação de cuidados de saúde à iniciativa privada e ao setor social, sem o que não seria possível garantir a todos os portugueses o direito à proteção da saúde com serviços de qualidade", tendo ainda os hospitais sido submetidos a "modernas regras de gestão".
Cavaco lembra que, na sequência da revisão constitucional de 1989, foi aprovada uma nova Lei de Bases da Saúde, que "pôs termo à tendência para a estatização da medicina em Portugal e abriu à iniciativa privada a prestação de cuidados de saúde, sem pôr em causa a função do Estado como garante do acesso de todos os cidadãos à saúde".
"O seu contributo para a melhoria dos cuidados de saúde e para que Portugal se aproximasse dos países mais desenvolvidos da Comunidade Europeia explica que a lei se tenha mantido em vigor durante 29 anos, resistindo a nove governos, cinco dos quais do Partido Socialista".
Depois de apontar a construção de raiz de "seis hospitais de grande dimensão" - Vila Real, Guimarães, Matosinhos, Leiria, Almada e Amadora Sintra -, o antigo chefe do Governo salienta a "especial atenção" dada a áreas como a "humanização dos serviços, a saúde materna, neonatal e infantil, e o combate à toxicodependência e à sida".
"O intenso esforço desenvolvido pelo Governo nos meus dez anos de Primeiro-Ministro, na linha da social-democracia moderna, teve em vista proporcionar a todos os Portugueses, , em condições de justiça e equidade, serviços de saúde com melhor qualidade".
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