De acordo com o autarca, estas atitudes mostram um desrespeito para com os profissionais de saúde e uma incoerência face às medidas aplicadas a outras atividades sociais e desportivas.
Perante isso, diz Rui Moreira, não se pode calar, se não seria cúmplice.
“Esta imagem [fotografia que mostra espetadores do evento sem distância e sem máscara] é uma falta de respeito para todos os que estão a salvar vidas, nos hospitais e fora deles. Mas, o pior e o mais crítico é que muitas das pessoas que ali estão vão ser elas próprias a agravar a sobrecarga [do SNS]. A DGS, devia, por isso, ter cuidado. Não deixa mais de 1.500 pessoas estarem num estádio, ao ar livre, a ver futebol, não permite pequenos eventos organizados pelas autarquias, mas deixa que 27.500 pessoas estejam em cima uma das outras a ver a F1”, atira o presidente da Invicta.
“Estes paradoxos”, realça Rui Moreira no Facebook, “fazem com que os portugueses percam a confiança nas instituições. Numa altura em que essa confiança é crucial para que todos se sintam motivados e se empenhem”.
“Se a DGS já andava em crise de credibilidade – desde as máscaras, desde ‘o milagre português’, desde a questão do patriotismo estatístico, com a escalada sem controlo dos números e a falta de coordenação na saúde pública – agora, com esta decisão e esta evidência, só ajuda o país a suspeitar que estamos mal entregues e com pouca sorte”, sublinha o autarca.
Antes de terminar, Rui Moreira admite que “não é fácil decidir perante o desconhecido” e garante que não questiona “o empenho e as boas intenções”, mas não concorda com este tipo de opções e medidas.
“Resta-nos ter bom senso, cumpre-nos a todos, individual e coletivamente, agir com prudência. Entender as fragilidades, conviver com as dúvidas e angústias, mas não calar o que nos vai na consciência”, conclui.
Não me posso calar, nem ser cúmplice
Porque
1. Há pessoas a morrer, muitas a sofrer.
2. Há milhares de profissionais na linha da frente, há meses sem descanso....
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